Pesquisadores da
Universidade de Washington em Seattle analisaram 20.095 mulheres que tiveram o primeiro
filho através de cesariana e depois o segundo filho de parto natural, no período de 1987
a 1996 no estado de Washington. No grupo estudado, foram registrados 91 casos de ruptura
uterina. Comparadas com as
mulheres que se submeteram novamente à cesariana sem trabalho de parto, as que tiveram
parto natural correram um risco três vezes maior de sofrer ruptura do útero.
Aquelas que tiveram parto induzido, mas não com uma
droga conhecida como prostaglandina, tiveram um risco cinco vezes maior de sofrer a
ruptura e as que foram induzidas com prostaglandina, que é uma droga mais forte, tiveram
15 vezes mais risco de ruptura.
A ruptura do útero é uma complicação de gravidez
pouco comum, mas grave, que pode resultar em histerectomia, isto é ablação do útero,
transfusões de sangue ou morte para a mãe e lesão cerebral ou morte para o bebê.
"De modo algum nosso estudo sugere que nenhuma
mulher deveria ter parto vaginal após uma cesariana," disse dr. Thomas R.
Easterling. "O que quer dizer é que há riscos que não avaliamos
inteiramente."
O médico acrescentou que as mulheres podem optar
pelo parto vaginal para ter a experiência ou por causa de uma recuperação mais rápida.
As que optarem pelo trabalho de parto devem ir para
um hospital em que se possa recorrer à intervenção cirúrgica se for necessário.
"Esse é um estudo abrangente e mostra, de modo
claro, que há um aumento no risco associado com o uso de prostaglandinas," disse dr.
Michael F. Greene, diretor de medicina materno-fetal do Massachusetts General Hospital, em
Boston, em editorial acompanhando o estudo.
Acrescentou que os médicos devem alertar as
pacientes sobre o risco de ruptura interina de modo a poderem medir os riscos e
benefícios do parto natural.
De 1989 a 1996, a taxa de parto natural depois de
uma cesariana aumentou 50 por cento nos Estados Unidos, quando 28 mulheres entre 100
submetidas à cirurgia optavam por ter o trabalho de parto. Até 1999, no entanto, essa
taxa caiu para 23 em 100. A taxa de parto cesáreo permaneceu a mesma, 22 por cento.
(Com
informações da Associated Press)
Fonte: CNN |