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O Ritonavir e o Lopinavir formam o Kaletra, remédio que promete ser um marco contra a doença

O combate ao HIV, o vírus da aids, é uma história na qual estão relacionadas várias vitórias. Nesta semana, médicos e pacientes conheceram mais uma. Durante aids.jpg (3842 bytes)
a 40ª Conferência Intercientífica de Agentes Antiinfecciosos e Quimioterapia, realizada no Canadá, o Abbott Laboratórios lançou o Kaletra, remédio que promete ser um marco contra a doença. A droga, que chegará ao Brasil em dezembro, é considerada dez vezes mais potente do que outras da mesma categoria, apresenta pouca chance de provocar resistência entre os vírus – um dos maiores problemas enfrentados hoje – e ainda pode ser tomada duas vezes por dia, sem que o doente tenha de se preocupar em tomá-la na hora marcada. Essa praticidade de administração é importante. Hoje, em geral, o esquema de tratamento prevê a ingestão de pílulas de manhã, de tarde e de noite. Por esquecimento, ou medo de ser reconhecida como soropositiva, muita gente não toma a dose da tarde, prejudicando o controle do HIV.

O Kaletra é uma associação de duas drogas: o ritonavir e o lopinavir. As substâncias estão incluídas na categoria dos inibidores de protease, uma das enzimas usadas pelo vírus para se multiplicar. Ou seja, elas impedem a ação dessa enzima. A combinação é bastante feliz. Isso porque o ritonavir, já no mercado, serve como uma "escada" para outros remédios de sua classe porque potencializa a ação desses medicamentos. Por isso, ele costuma ser usado com outros inibidores de protease, para aumentar o poder de fogo contra o HIV. E o lopinavir também é, por si próprio, poderoso. O resultado promete. Estudos sobre a eficácia da droga estão mostrando que, depois de um ano, 90% dos soropositivos tratados com o novo remédio continuavam apresentando quantidades indetectáveis de vírus no sangue. É significativo, principalmente se for lembrado que, com o inibidor de protease mais potente até agora, o nelfinavir, o índice de doentes com carga viral indetectável depois de um ano é de cerca de 70%. E quanto menos vírus, melhor.

Parte do desempenho do Kaletra também se deve ao fato de o remédio ser bastante tolerado pelos pacientes, o que permite seu uso numa concentração bem maior. A nova droga ainda causa menos efeitos colaterais, como náuseas e vômitos. "Esse conforto estimula o doente a seguir o tratamento mais corretamente", afirma o infectologista Artur Timerman. O médico coordena um dos estudos com o remédio que estão sendo feitos no Brasil. Outra vantagem é a de que, por permanecer mais tempo no sangue, o Kaletra pode ser administrado duas vezes por dia, sem que o paciente fique obrigado a tomá-lo nas horas marcadas. Se esquecer de ingeri-lo às 20 h, por exemplo, é possível usá-lo até nas 24 horas seguintes sem prejuízo do tratamento. Há esquemas de tratamento nos quais outros inibidores de protease também são administrados duas vezes ao dia, mas a tolerância em relação a atrasos chega, em média, a duas horas. O objetivo é ministrar o Kaletra de manhã e à noite, junto com alguma droga da classe dos inibidores da transcriptase reversa (que também impedem a multiplicação do vírus).

Um dos mais importantes diferenciais da droga é seu baixo risco de causar resistência. Para sobreviver ao ataque químico dos remédios, o HIV lança mão de várias mutações para se tornar resistente à ação das drogas. Em relação às conhecidas, bastam cerca de duas mutações para o vírus ficar indiferente. Com o Kaletra, é mais difícil. "São necessárias seis ou sete mutações", explica o infectologista Caio Rosenthal. É por essas vantagens que o remédio entusiasma. "Estamos aguardando o Kaletra com enorme otimismo", afirma o infectologista João Silva de Mendonça, também responsável por um estudo clínico sobre a nova droga.

Fonte: Revista Istoé - Cilene Pereira

 

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