AVALIAÇÕES ONLINE
Avaliação Física
Avalie sua saúde
BUSCADOR
Academias
CALCULADORAS
Gasto calórico
Ingestão calórica
Outras Calculadoras



Delírio

DEFINIÇÃO

Alteração aguda e reversível da função cognitiva e / ou comportamento, que ocorre por um efeito tóxico direto provocado por uma substância, ou secundária a uma condição médica de base.


CAUSAS TÓXICAS

  • Substâncias de abuso

    Anfetaminas
    3,4-Metilenedioximetanfetamina (MDMA, ecstasy)
    Anfetamina
    Metanfetamina
    Cocaína
    Dietilamida do ácido lisérgico (LSD)
    Fenciclidina (PCP)
    Solventes (tolueno)

  • Plantas e Cogumelos

    Cogumelos contendo psilocibina (halucinógenos)
    Espécies de Datura
    Mescalina
    Nutmeg

  • Substâncias químicas Ambientais / Industriais

    Monóxido de Carbono
    Brometo
    Mercúrio (inorgânico)
    Metil brometo
    Solventes

  • Medicamentos

    Causas comuns

    Drogas anticolinérgicas

    Antihistamínicos
    Atropina
    Benztropina
    Escopolamina
    Fenotiazínicos
    Antidepressivos tricíclicos

    Corticosteroídes
    Ketamina
    Metilfenidato
    Drogas serotoninérgicas
    Simpatomiméticos
    Fenilpropanolamina
    Pseudoefedrina

    Causas incomuns

    Cimetidina
    Ergotamina
    Flecainida
    Cetoconazol
    Levodopa
    Mefloquina
    Antiinflamatórios não-esteróides
    Ofloxacina
    Propanolol
    Salicilatos


CAUSAS NÃO-TÓXICAS

  • Síndromes de abstinência

    Etanol
    Opiácios
    Sedativo-hipnóticos

  • Doença cerebral

    Convulsão
    Trauma
    Tumor
    Vascular

  • Ambiental

    Hipotermia
    Hipertermia

  • Infecção

    Infecções de SNC
    Sepsis

  • Metabólico

    Acidose
    Distúrbios eletrolíticos
    Hipoglicemia
    Hipoxia
    Hipercapnia
    Insuficiência hepática
    Tireotoxicose
    Uremia

  • Deficiência de vitaminas

    Niacina
    Piridoxima
    Tiamina

Nota: Algumas destas causas não-tóxicas podem ocorrer como complicação de uma intoxicação.


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas de alteração de cognição e comportamento associadas com delírio são extremamante variáveis em tipo e gravidade, podem alternar com o tempo. Podem incluir sonolência, ansiedade, inquietação, incapacidade para concentração, perda de memória, agitação, confusão, desorientação, discurso alterado, labilidade emocional e alucinações visuais e auditivas.

Os distúrbios de cognição e comportamento podem determinar que o paciente provoque dano físico a ele mesmo e aos outros.

Outras manifestações clínicas da própria intoxicação também podem ser observadas (síndromes anticolinérgica, beta adrenérgica, serotoninérgica).


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

  • Doença psicótica aguda
  • Depressão de sistema nervoso central
  • Demência
  • Distúrbio neuro-vegetativo

INVESTIGAÇÕES RELEVANTES

O principal papel das investigações biomédicas é de excluir ou diagnosticar as causas não-tóxicas do delírio. Devem ser selecionadas conforme o julgamento clínico e podem incluir:

  • Gasometria arterial
  • Glicemia
  • Raio X de tórax
  • TC de crânio
  • ECG
  • Eletroencefalograma
  • Oximetria
  • Testes de função renal e hepática
  • Eletrólitos séricos
  • Testes de função de tireóide


TRATAMENTO

O tratamento é essencialmente de suporte e deve ser mantido até que a função cognitiva e a alteração de comportamento retornem ao normal.

As medidas gerais de suporte são destinadas para aliviar os sintomas de ansiedade, prevenir auto agressão e manter o balanço hidro-eletrolítrico adequado. Podem incluir :

  • Fluidos endovenosos (se o paciente não estiver recebendo fluidos via oral)
  • Ambiente calmo (sem luzes brilhantes, sem barulho, longe de janelas)
  • Reafirmação
  • Proteção do paciente contra lesões causadas por auto-agressão
  • Aliviar retenção urinária (agentes anticolinérgicos)
  • Sedação

O paciente com delírio nunca deve ficar desacompanhado. Restrição física deve ser utilizada apenas para controle inicial de um paciente não cooperativo e para prevenir auto agressão, antes de usar sedação farmacológica. Quando necessária, a restrição física poderá ser melhor alcançada com a ajuda de várias pessoas para segurar o paciente. Pacientes extremamente violentos devem ser subjugados por um grupo de pessoas com funções determinadas para estabilizar cada membro e a cabeça. O uso prolongado de contenção deve ser evitado.

O objetivo é sedar o paciente até o ponto que esteja calmo mental e fisicamente, mas que ainda pode despertar com a estimulação. Se o paciente não puder ser controlado apesar da sedação com as doses descriras acima, doses adicionais não devem ser utilizadas a menos que recursos para entubação e ventilação estejam disponíveis.

Terapia de suporte específica ou antídotos podem ser necessários quando o delírio é uma consequência de uma toxina específica ou complicação de intoxicação (insuficiência respiratória, hipertermia, hipotermia, hipoglicemia, hiponatremia, hipernatremia, hipomagnesemia).

Fisostigmina pode ser considerada no tratamento do delírio associado com intoxicações por agentes anticolinérgicos. O delírio associado com a síndrome serotoninérgica pode melhorar com a administração de ciproheptadina ou clorpromazina.


EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO

A duração do delírio varia com a intoxicação, mas raramente permanece mais que 72 horas. O paciente deve ser observado cuidadosamente e continuamente até a normalização do nível de consciência. O nível de consciência e a função respiratória devem ser cuidadosamente monitorizados após a sedação.


COMPLICAÇÕES TARDIAS

Raras, desde que os pacientes não causem lesões neles mesmos durante o delírio.

Às vezes, podem aparecer recorrências dos sintomas ("flash-backs") após a ingestão de LSD ou outros alucinógenos.


AUTORES / REVISORES

AUTORES: Dr J. Pronczuk, International Programme for Chemical Safety, Geneva, Switzerland; Dr R. Dowsett, Departments of Clinical Pharmacology and Emergency Medicine, Westmead Hospital, Westmead, NSW 2145, Australia.
REVISORES: Cardiff 3/95; Berlin 10/95: R. Dowsett, J. Pronczuk; Cardiff 9/96: T. Meredith, L. Murray; Birmingham 3/99: T. Meredith, L. Murray, A. Nantel, J. Szajewski.
Tradutor: São Paulo, 2001. Dr Ligia Fruchtengarten. 

Fonte: IPCS INTOX

Obs.: O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação.

Data da Publicação: 23/03/2002

Compartilhar

Copyright © 2003 - Saúde em Movimento
Permitida a reprodução total ou parcial para uso acadêmico com citação da fonte.
Proibida a reprodução total ou parcial para publicação em sites, jornais ou revistas sem prévia consulta.

 
 
Voltar







Receba semanalmente as últimas notícias na área da saúde. É de graça.
Nome:


e-mail:




Respeitamos os princípios HONcode da HON Foundation.
Verifique