Droga para tratar asma pode ser alternativa contra a rejeição de implantes de silicone.
 

Estudo da Unifesp, realizado em ratos, mostra que o medicamento diminuiu os riscos de contratura em implantes de silicone com superfície texturizada, abrindo novas perspectivas para evitar que as mulheres tenham que trocar a prótese dos seios devido a deformidade e dor. Até o momento, o único tratamento disponível ainda é o cirúrgico. 

A cada ano aumenta o número de mulheres submetidas cirurgicamente à colocação de implante mamário. A contratura capsular continua sendo a complicação mais freqüente - com incidência de até 100% em 25 anos -, resultando em prejuízos estéticos, econômicos e psicológicos. Atualmente, o único tratamento para esta complicação é a retirada e troca do implante.

Entretanto, uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e apresentada como dissertação de mestrado pela cirurgiã plástica Érika Malheiros Bastos abre novas perspectivas para diminuir os riscos de rejeição, o desenvolvimento de processos inflamatórios e formação de cápsulas ao seu redor.

Um inibidor de leucotrienos - metabólico que atua como mediador de processos alérgicos e inflamatórios - utilizado no tratamento de asma brônquica, foi testado em ratos do sexo feminino após serem submetidos ao implante de próteses de silicone com superfícies lisa e texturizada.

O uso da droga, por um período de 90 dias, foi capaz não apenas de diminuir o tamanho interno das próteses, que interfere na presença de contratura, como também minimizar a inflamação, principalmente nas cápsulas ao redor dos implantes texturizados. "Nesse grupo, houve uma diminuição da vascularização, um dos fatores mais evidentes em cápsulas com contratura", explica a pesquisadora.

De acordo com Érika, ainda não é possível atestar que a droga teve atuação no grupo de animais que receberam o implante com superfície lisa, uma vez que eles não apresentaram contratura capsular. "Talvez, para esse tipo de prótese, o número de animais ou o tempo de observação não tenham sido suficientes para uma conclusão", afirma.

A razão de alguns indivíduos desenvolverem a contratura capsular mais cedo que outros parece ser um fenômeno multifatorial, segundo a pesquisadora, variando com o tipo de superfície do implante, topografia e presença de infecção, por exemplo.

Próteses crescem 500% em cinco anos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil é o segundo país no ranking desses procedimentos - com cerca de 400 mil plásticas realizadas anualmente -, perdendo apenas para os EUA.

As complicações mais freqüentes, ainda segundo a entidade, ocorrem nos procedimentos de inclusão de implantes mamários que, nos últimos cinco anos, teve um crescimento em sua procura em torno de 500%. Só em 2003, o Brasil registrou cerca de 85 mil cirurgias só desse tipo.
 
Fonte: Departamento de Comunicação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

 

 
 
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