Excesso de exercícios para os glúteos pode causar a "Síndrome do Bumbum Sarado" ou Síndrome do Piriforme.
 

Mulheres que exercitam excessivamente os glúteos em busca de um bumbum perfeito estão mais sujeitas a apresentar o que os ortopedistas chamam de Síndrome do Piriforme - ou, em uma acepção mais leiga, "Síndrome do Bumbum Sarado". "É uma patologia pouco comum, mas que tem uma incidência aumentada em mulheres entre 20 e 50 anos que malham com muita intensidade os músculos da região das nádegas e coxas", diz o Dr. Ricon Jr, diretor do Centro Ortopédico de Ipanema.

Segundo o especialista, a Síndrome do Piriforme é o resultado do encarceramento do nervo isquiádico, ou ciático, como é mais conhecido, pelo músculo piriforme, na sua saída da pelve para a região glútea. "O piriforme é um músculo em forma de pêra que se situa na região do quadril. Quando cresce muito, ou seja, é hipertrofiado, o piriforme comprime e inflama o nervo ciático, o que provoca muitas dores e complicações. Em academias, deve haver muitas mulheres que sofrem da doença sem saber. Elas só se dão conta quando o problema se agrava", diz Ricon.

A "Síndrome do Bumbum Sarado" ainda é muito mal diagnosticada e sua prevalência, de acordo com o ortopedista, deve estar subestimada. "Muitas pessoas e mesmo médicos confundem a Síndrome do Piriforme com outros problemas do quadril", afirma. O diagnóstico deve ser feito por intermédio de exames clínicos, associados, dependendo do caso, a exames complementares como ressonância magnética, ultra-sonografia, radiografia e eletroneuromiografia. A doença costuma ser confundida com bursite, lombalgia, tendinite dos flexores da coxa e ciatalgia.

Segundo Ricon, os sinais clínicos mais comuns da Síndrome são: dores nas nádegas próximas ao fêmur quando se caminha e se interrompe a caminhada de repente; dores provocadas por movimentos simples como se levantar e se sentar; dores ao se esticarem as pernas na posição deitada; dores ao se praticar uma atividade física mais intensa; e atrofia glútea, dependendo da duração dos sintomas. "As dores podem aumentar até chegar ao ponto de incomodarem durante o sono, mesmo com a pessoa deitada, em repouso", conta Ricon.

O tratamento da Síndrome do Piriforme inclui analgésicos, antiinflamatórios, fisioterapia, injeção local de anestésicos e corticóides, injeção de botox, massagem transretal e, nos casos mais graves, cirurgia. "Infelizmente, a Síndrome do Piriforme não costuma ser tratada adequadamente devido às dificuldades de diagnóstico. Com o crescimento vertiginoso do número de praticantes de esportes e de exercícios e com o "culto do bumbum perfeito", muito forte em nossa cultura, a doença tende a atingir um número cada vez maior de mulheres", alerta Ricon.

Veja algumas dicas de prevenção: Não exagerar na carga de exercícios para os glúteos, principalmente se for feito concomitantemente o uso de anabolizantes; alongar os glúteos freqüentemente; mulheres que não têm os glúteos e nádegas naturalmente desenvolvidas estão mais propensas, pois irão aumentar muito de volume a musculatura podendo levar à compressão do nervo ciático; procurar um especialista em quadril em caso de dor que persista por mais de três semanas; ficar sentada o dia inteiro e malhar muito aumenta as chances de se desenvolver a Síndrome; as próteses de silicone podem teoricamente facilitar o aparecimento da Síndrome, pois são colocadas por sob os glúteos; ficar atenta caso sofra uma queda sentada sobre a nádega que deixe um hematoma na região glútea. Este deve ser muito bem cuidado para não deixar seqüelas, pois pode levar à Síndrome do Piriforme.

Fonte: LP17&Datz Comunicação

 

 
 
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