Pesquisa investiga associação entre compressão pneumática externa e heparina de baixo peso molecular.
 

Em artigo publicado em maio de 2004 na revista Ginecology Oncology pesquisadores do Army Medical Center e do Duke University Medical Center discutem eficácia, custo e indicação da associação em pacientes submetidas à cirurgia de câncer ginecológico.

Decididos a investigar, em pacientes submetidas à cirurgia ginecológica oncológica, custo e eficácia do uso profilático para trombose venosa profunda de heparina de baixo peso molecular associada à compressão pneumática externa, pesquisadores do Walter Reed Army Medical Center, de Washington, DC e do Duke University Medical Center, de Durham, nos Estados Unidos, avaliaram dados baseando-se no custo por embolia pulmonar fatal prevenida bem como por trombose venosa evitada e por um ano de vida salva.

De posse dos resultados da pesquisa, os cientistas afirmam, em artigo publicado na edição de maio de 2004 da revista Ginecology Oncology, ser a compressão pneumática externa o método que suas equipes mais têm utilizado para prevenção tromboembólica, "pois - dizem no texto - um estudo nosso anterior indica grandes necessidades de transfusão per-operatória em pacientes com câncer ginecológico que estão recebendo heparina não-fracionada". Outro estudo prévio do grupo mostrou também, segundo o artigo, que prevenir associando compressão pneumática e heparina de baixo peso molecular implica bem menos sangramentos no tempo
cirúrgico de intervenções para cânceres ginecológicos, se comparado este procedimento com o uso de heparina não-fracionada associada. Mais ainda: heparina de baixo peso molecular e compressão pneumática são indiferentes com relação às preferências das pacientes.

Entretanto Dainty, Maxwell, Pearson e Myers dizem no texto que "a análise do custo-eficácia para prevenção de TVP mostra que a compressão pneumática externa solitária é mais econômica se comparada ao uso associado tanto da heparina de baixo peso molecular quanto da heparina não-fracionada, para pacientes de cirurgia ginecológica oncológica", e preconizam uma escolha científica precisa para indicação da associação com heparina, já que isso tem sido feito, segundo eles, baseado em suposições de estar-se diante de uma paciente de alto risco e não devido a evidências científicas dos verdadeiros graus de risco.

Diante disso então, os estudiosos descrevem que, apesar das vantagens de custo e eficácia, um percentual de pacientes não se beneficiará apenas do método mecânico e poderá apresentar trombose venosa profunda: "o estudo retrospectivo de 1862 pacientes que haviam sofrido cirurgia ginecológica e foram submetidas à compressão pneumática externa mostra que mulheres com diagnóstico de câncer ginecológico, mais de 60 anos de idade ou história de TVP estavam entre as que não se beneficiaram da prevenção, sendo que apresentar dois ou três destes fatores de risco aumentou nelas em 16 vezes a ocorrência de acidentes tromboembólicos profundos". Por outro lado, o custo-eficácia da associação da compressão pneumática externa com heparina de baixo peso molecular variou de em torno de US$ 10 mil por ano de vida salva para paciente de 35 anos com câncer cervical IB a por volta de US$50 mil para paciente com 65 anos e câncer ovariano IIIC, estando o padrão de aceitabilidade situado na faixa entre US$50 mil a US$65 mil. Os pesquisadores lembram ainda que com relação à heparina de- baixo- peso-molecular "só duas formulações estão aprovadas pelo Food and Drug  Administration (FDA) para o uso profilático em cirurgias abdominais: enoxaparin e dalteparin".

Juntando os dados, os cirurgiões concluem que "o uso da combinação da heparina de baixo peso molecular com a compressão pneumática externa é custo-eficaz para pacientes de alto risco submetidas à cirurgia ginecológicasgicas e são necessárias triagens para que a indicação da combinação seja justificada".

Texto: Agência Notisa

 

 
 
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