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Pesquisadora cria entrevista para avaliar jovens.
   

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O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que o dever de cuidar dos jovens é do Estado, da sociedade e da família. Quando uma dessas relações falha, o adolescente pode ficar mais propenso a desenvolver atitudes de risco, como o uso de drogas.

Compreender quais relações sociais construídas pelos jovens podem aumentar as chances de que eles se envolvam com o uso de drogas ainda é um desafio para os profissionais que trabalham com os adolescentes em conflito com a lei. Para ajudá-los nessa tarefa, a pesquisadora Marília de Almeida criou um novo modelo de entrevista durante o mestrado, realizado no Instituto de Psicologia.

Marília explica que é importante compreender a formação e o funcionamento da rede social do jovem. Os vínculos estabalecidos por ele com a família, a escola, a comunidade e os amigos podem tanto beneficiá-lo quanto prejudicá-lo. “Essas relações podem ter a função de proteção ou de risco, sendo que uma não exclui a outra”, ressalta.

“A mesma mãe que protege pode ser permissiva demais e fazer com que o jovem não consiga assimilar regras e limites”, exemplifica a pesquisadora. Outro exemplo é o do irmão que é visto com admiração pelo adolescente, e pode ser o fornecedor da droga. Cada uma das relações tem uma dinâmica própria e flui entre os dois extremos.

Segundo a pesquisadora, falhas nessas relações é que predispõem o adolescente ao vício. O uso de drogas é visto na pesquisa como um sintoma e um alerta aos adolescentes: é necessário dar outro significado às relações em que predomina o risco e fortalecer as que o protegem do uso de drogas.

Momento de reflexão

A entrevista é composta por três partes. Na primeira, o jovem identifica quem são as pessoas que compõem a sua rede social e qual o grau de proximidade. Na segunda, o adolescente indica quais são as funções que essas pessoas exercem na sua vida: de afeto, de autoridade, de diversão e de medo, por exemplo.

Por fim, responde com sim ou não a perguntas relacionadas ao que sente sobre consumir drogas. A terceira parte busca investigar a função que a droga tem na vida do jovem, a relação entre o consumo e a prática de delitos, o grau de informação que tem e até a dependência afetiva com o provedor ou fornecedor da droga.

Após o preenchimento, o profissional de medida sócio-educativa avalia as respostas e repassa isso ao jovem. “Esse momento é o mais rico porque é quando o profissional e o jovem constroem em conjunto metas para evitar o uso de drogas”, conta Marília. É importante que os objetivos sejam estabelecidos com diálogo, e não impostos pelo profissional.

A entrevista foi aplicada para testar sua eficácia por sete profissionais de medidas sócio-educativas em 19 adolescentes. Oito responderam em grupo e o restante de forma individual. Todos cumpriam pena em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. Dos que responderam individualmente, nove preencheram de forma motivada e quatro apresentaram resistência. Outros quatro procuraram os profissionais espontaneamente querendo ser entrevistados.

Mais três menores foram entrevistados pela própria pesquisadora. “O objetivo era montar a pesquisa para os profissionais que trabalham nas instituições de internação, mas minha orientadora e eu achamos que seria importante eu mesma aplicar o modelo”, diz.

Marília ficou satisfeita com o resultado da aplicação. Percebeu que, além de servir para montar um retrato das relações do jovem, a entrevista incentivou a reflexão dos adolescentes sobre elas. “O próprio adolescente percebia ao preencher que algumas funções estavam vazias e se questionava o porque disso”, relata. Segundo a pesquisadora, isso é importante para que as metas sejam cumpridas, já que o adolescente participa da construção.

De acordo com o IBGE, entre setembro e outubro de 2002, cerca de 9,5 mil adolescentes cumpriam pena com privação de liberdade. Desses, 85,6% eram usuários drogas antes da internação. As drogas mais citadas foram: maconha (67,1%), álcool (32,4%), cocaína/crack (31,3%) e os inalantes (22,6%). Os dados levantados pelo instituto não fazem referência ao tabaco. A pesquisadora ressalta que se fizesse, a porcentagem poderia ser ainda maior.
 
Texto: Juliana Braga
Fonte: Secretaria de Comunicação da UnB

Publicado em: 07/01/2010

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