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Estudo prega tratamento direcionado a mulheres que buscam se livrar de vícios.
   

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A psicóloga Dione Ribeiro defende a necessidade de um serviço médico diferenciado para as mulheres que buscam se livrar da dependência de drogas, álcool ou tabaco. Ela argumenta que o organismo da mulher, as suas preocupações e motivações diferem e, muito, das expectativas dos homens. No entanto, o que se observa é o oferecimento de um padrão de serviços sem atentar para as especificidades inerentes às mulheres. A psicóloga avalia que, no Brasil, são pouquíssimas as iniciativas de um atendimento integral voltado apenas para mulheres dependentes.

“O ideal é que existam ambulatórios de atendimento especializado para a mulher e que as clínicas ofereçam um tratamento focado nas necessidades femininas”, destaca a psicóloga, que apresentou dissertação de mestrado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM), em pesquisa orientada pelo professor Egberto Ribeiro Turato, por meio da qual questiona os modelos para tratamento de dependência química oferecidos.

Há quinze anos envolvida com o tema, Dione sempre conviveu com uma dúvida: por que o número de mulheres que aderem ao tratamento para se livrar do vício é bem menor do que o de homens? Ao investigar estudos anteriores, percebeu que uma das justificativas poderia ser atribuída ao fato de o índice de dependência no sexo feminino ser significativamente menor do que os números percebidos no sexo masculino.

“É sabido que mulheres são menos expostas ao uso de drogas. Ainda assim, a questão ficava em aberto pois, para cada dez homens que buscam se livrar das drogas, álcool e tabaco, duas mulheres aderem ao tratamento. O número é baixíssimo – ademais, das poucas que buscam o tratamento, boa parte abandona antes do término”, exemplifica a psicóloga, que contou com o apoio financeiro da Capes.

A indagação levou a psicóloga ao Ambulatório de Substâncias Psicoativas (ASPA) do Hospital das Clínicas da Unicamp, ligado ao Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM. A partir de um questionário semidirigido, em que as questões permitem uma resposta aberta dos entrevistados, dez voluntárias possibilitaram um melhor entendimento do tema. “Meu objetivo não foi mensurar ou fazer um quadro quantitativo da questão e, sim, penetrar no universo dessas mulheres para entender como se dá a adesão ou não ao tratamento e o significado simbólico representado pela droga”, esclarece.

Dione identificou como fator de desmotivação a participação das mulheres nas terapias de grupos, nas quais homens e mulheres relatam suas experiências em público. Para as voluntárias, falar de suas preocupações e anseios em um grupo misto é muito difícil, já que elas se sentem à vontade para emitir opiniões e revelar seus problemas na presença de outras pessoas. “Se para os homens a necessidade é falar sobre a droga e outras coisas, a mulher tem a expectativa de aprofundar seus sentimentos. Neste ponto é que o mesmo tipo de tratamento para homens e mulheres não é o adequado”, defende.

O ideal, segundo a psicóloga, seria uma maior atenção já no acolhimento. Facilmente estas mulheres se sentem magoadas – são marcadas pelo preconceito da família e da sociedade, além de serem estigmatizadas e desvalorizadas. Dione explica que é mais complexo, para a mulher, admitir a dependência química de substâncias psicoativas. Em geral, eles têm o apoio da esposa, ao contrário das mulheres que são influenciadas, muitas vezes, a entrar no vício pelos próprios companheiros. Por outro lado, a preocupação com a família e filhos, bem como as perdas sociais acarretadas pela dependência das substâncias químicas, são as principais motivações das mulheres ao procurar ajuda.

A pesquisa considera ainda os sentimentos de ambivalência, ou seja, a indecisão frequente em relação ao uso da droga. Ao mesmo tempo em que a mulher busca tratamento quando a droga passa a ser percebida como algo que causa perdas significativas, o prazer que sente no uso é muito grande. “Elas vivem em conflito contínuo, pois lidar com as consequências é ruim. Por isso, a vontade de parar, ao mesmo tempo em que as dificuldades de enfrentar o tratamento são muito grandes”, define.

Texto: Raquel do Carmo Santos
Fonte: Jornal da Unicamp

Publicado em: 05/12/2009

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