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Cuidado ao misturar anticoncepcionais e antibióticos. Interação desses medicamentos pode causar uma gravidez indesejada.
   

Cerca de 70 milhões de mulheres em todo o mundo utilizam contraceptivos orais, mais conhecidos como pílulas anticoncepcionais. Além do esquecimento de tomar o comprimido, outros fatores estão associados à perda da eficácia desse método contraceptivo, como vômitos, diarréia e uso concomitante de outros medicamentos. É o que dizem Eduardo Andrade e José Ranali, da Universidade Estadual de Campinas, e Elisabete Corrêa, da Universidade Metodista de São Paulo, em artigo publicado na Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo (volume 12; número 3). Se tomada junto com antibióticos (também chamados de antimicrobianos), a pílula pode não fazer efeito, deixando as mulheres desprotegidas contra uma gravidez indesejada.

De acordo com o artigo, essa constatação foi feita pela primeira vez em 1971. Pesquisadores notaram uma maior incidência de sangramento entre as menstruações em mulheres que usavam contraceptivos orais e, ao mesmo tempo, tomavam um antibiótico – a rifampicina – para tratamento da tuberculose. Esse sangramento, caso nunca tenha ocorrido antes, pode ser considerado um sinal clínico de que o método anticoncepcional perdeu sua eficácia. Alguns anos depois, um estudo mostrou que, de 88 mulheres que tomavam, simultaneamente, pílula e rifampicina, 62 tiveram distúrbios do ciclo menstrual e cinco engravidaram. Esse resultado é preocupante, considerando-se que o esperado é a pílula anticoncepcional falhar em apenas 1% das vezes.

Os contraceptivos orais, tradicionalmente formados por uma associação dos hormônios estrogênio e progesterona, atuam inibindo a ovulação, atrofiando o revestimento do útero e dificultando a passagem dos espermatozóides devido ao aumento da viscosidade do muco cervical. Para minimizar os riscos cardiovasculares e outros efeitos colaterais associados às pílulas, as dosagens hormonais desses remédios foram reduzidas. “Sob circunstâncias normais, estas concentrações mais baixas são bastante efetivas. Porém, na presença de antimicrobianos, os níveis hormonais, já reduzidos, podem cair ainda mais, comprometendo a eficácia dos contraceptivos orais”, explicam Elisabete, Andrade e Ranali no artigo.

Os hormônios da pílula são absorvidos pelo trato gastrintestinal, caem na corrente sangüínea e vão parar no fígado, onde 50% do estrogênio são transformados em outros compostos sem atividade anticoncepcional. Esses compostos se misturam à bile e, portanto, são lançados novamente no trato gastrintestinal. Uma parte deles é eliminada nas fezes e a outra sofre a ação de enzimas produzidas pelas bactérias que vivem no intestino. O produto dessa reação enzimática é o estrogênio ativo, que pode então ser reabsorvido, aumentando o nível do hormônio circulante no sangue e garantindo o efeito contraceptivo.

Os antibióticos (também chamados de antimicrobianos) destroem as bactérias intestinais e, conseqüentemente, não mais ocorrem aquelas reações enzimáticas que liberam estrogênio ativo, cujo nível diminui no sangue. Essa seria uma explicação para o fracasso dos contraceptivos orais quando tomados junto com antibióticos. No entanto, isso não explica porque as pílulas que contêm apenas progesterona perdem sua eficácia quando usadas simultaneamente com antimicrobianos.

A aceleração do metabolismo hepático é outro mecanismo pelo qual os antibióticos podem reduzir as concentrações hormonais e, portanto, levar ao fracasso das pílulas anticoncepcionais. “Existem, porém, dados conflitantes na literatura e ainda não há uma explicação definitiva para o processo”, afirmam Elisabete, Andrade e Ranali no artigo. Aliás, há quem defenda que a interação entre a pílula e o antimicrobiano não ocorre em todas as mulheres, mas apenas nas mais suscetíveis. “Mas, até o momento, não há meios para saber quais mulheres são mais suscetíveis a essa interação medicamentosa”, completam os autores.

O uso dos antimicrobianos para profilaxia e tratamento de infecções orais é uma prática comum em Odontologia”, lembram os pesquisadores no artigo. Eles contam também que, “nos Estados Unidos, uma paciente que usava contraceptivo oral engravidou após ter tomado um antimicrobiano prescrito por um dentista. Ela levou o caso à Justiça e o dentista foi obrigado a dar auxílio financeiro à criança. No Brasil, não há relatos desse tipo na literatura, mas essa é uma complicação que deve ser evitada, para o bem-estar de ambos, paciente e profissional”. É raro uma paciente informar ao dentista que toma pílula anticoncepcional. Por isso, ele deve adverti-la sobre o risco de interação medicamentosa e encaminhá-la a um médico.

Fonte: Agência Notisa

Publicado em: 15/09/2004

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