Pesquisadores brasileiros comprovaram que a densidade mamária interfere na visibilização de possíveis tumores. Através da análise de mamografias de mulheres e de uma cabra, foi possível identificar o melhor dia para se fazer o exame.
Segundo o estudo, o índice mundial de falso negativo em mamografias é de 15%. A cada 100 exames, 15 não identificam tumores que existiam. Com o advento dessa pesquisa, é possível que isso não ocorra mais.
A pesquisa de mestrado do cientista Kíssiner Pazuello, denominada Estudo da variação da densidade mamográfica ao longo de um ciclo menstrual, foi apresentada ao Programa de Pós-graduação Interunidades em Bioengenharia da USP, que engloba a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e o Instituto de Química de São Carlos (IQSC), sob orientação do professor Homero Schiabel.
Não foi fácil. Para obter a variação de densidade, era preciso que uma mulher fosse mamografada diariamente durante todo seu ciclo menstrual, só que isso era inviável, devido a quantidade de radiação que ultrapassaria os limites permitidos.
A solução então foi mamografar uma cabra. Dessa forma, poderia se averiguar a densidade da mama e o comportamento hormonal do animal durante todos os 21 dias de seu ciclo menstrual. Os exames da cabra foram comparados com mamografias de 11 mulheres, radiografadas duas vezes no mesmo mês: no dia da ovulação e fora desse período (antes ou depois da metade do ciclo).
Texto: Cassiano Sampaio
Fonte: Redação Saúde em Movimento