O estômago é o órgão que
vem logo após o esôfago, no trajeto do alimento dentro do aparelho
digestivo. Ele tem a função de armazenar por pequeno período os
alimentos para que possam ser misturados ao suco gástrico e digeridos.
O câncer de estômago (também denominado câncer gástrico) é a doença
em que células malignas são encontradas nos tecidos do estômago. |
|
Os tumores do câncer de estômago se
apresentam, predominantemente, sob a forma de três tipos histológicos: o
adenocarcinoma, responsável por 95% dos tumores gástricos, o linfoma,
diagnosticado em cerca de 3% dos casos, e o leiomiossarcoma.
Epidemiologia
Cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago têm mais de
50 anos. O pico de incidência se dá em pessoas, em sua maioria homens, por
volta dos 70 anos de idade .
Segundo as Estimativas de Incidência e Mortalidade por Câncer no Brasil,
publicadas pelo INCA, estão previstos 22.330 novos casos de câncer de estômago
para o ano de 2001, no Brasil. O câncer de estômago será o segundo tipo de câncer
mais mortal, com a previsão de 10.765 óbitos.
No resto do mundo, dados estatísticos revelam um declínio da incidência do câncer
gástrico especificamente nos Estados Unidos, Inglaterra e em outros países
mais desenvolvidos. A alta mortalidade é registrada atualmente na América
Latina, principalmente nos países como a Costa Rica, Chile e Colômbia. Porém,
o maior número de casos de câncer de estômago ocorre no Japão, onde
encontramos 780 casos por 100.000 habitantes.
Fatores de Risco
Vários estudos têm demonstrado que a dieta é um fator preponderante no
aparecimento do câncer de estômago. Uma alimentação pobre em vitamina A e C,
carnes e peixes, ou ainda com uma alto consumo de nitrato, alimentos defumados,
enlatados, com corantes ou conservados no sal são fatores de risco para o
aparecimento deste tipo de câncer. Outros fatores ambientais como a má
conservação dos alimentos e a ingestão de água proveniente de poços que
contém uma alta concentração de nitrato também estão relacionados com a
incidência do câncer de estômago.
Há também fatores de risco de origem patológica. A anemia perniciosa, as lesões
pré-cancerosas como a gastrite atrófica e metaplasia intestinal e as infecções
gástricas pela bactéria Helicobacter pylori podem ter fortes relações com o
aparecimento desta neoplasia. No entanto, uma lesão pré-cancerosa leva
aproximadamente 20 anos para evoluir para a forma grave. Sendo assim, a medida
mais eficaz para diminuir os riscos é iniciar uma dieta balanceada
precocemente, ainda na infância.
Pessoas fumantes, que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido
submetidas a operações no estômago também têm maior probabilidade de
desenvolver este tipo de câncer.
Prevenção
Para prevenir o câncer de estômago é fundamental uma dieta balanceada
composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras. Além
disso, é importante o combate ao tabagismo e diminuição da ingestão de
bebidas alcoólicas.
Detecção Precoce
A detecção precoce pode ser feita através do rastreamento populacional através
de exame radiológico contrastado do estômago. Este procedimento é indicado
somente para pessoas que residem em áreas com elevado índice de incidência e
mortalidade, como o Japão.
No entanto, ao sentir sintomas digestivos como dor de estômago, saciedade
precoce ou vômitos inclusive hemorrágico, procure um médico.
Sintomas
Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, algumas características
como perda de peso, anorexia, fadiga, sensação de plenitude gástrica, vômitos,
náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar uma doença benigna
ou mesmo o câncer de estômago.
Massa palpável na parte superior do abdome, aumento do tamanho do fígado e
presença de linfonodo (íngua) na região supraclavicular esquerda (região
inferior do pescoço) e nódulos periumbilicais indicam o estágio avançado da
doença.
Sangramentos gástricos são incomuns em lesões malignas, entretanto, a
hematemese (vomito com sangue) ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos de câncer
de estômago.
Diagnóstico
Um número elevado de casos de câncer de estômago é diagnosticado em estágio
avançado devido aos sintomas vagos e não específicos. Embora a taxa de
mortalidade permaneça alta, um significativo desenvolvimento no diagnóstico
deste tipo de câncer permitiu a ampliação do número de detecções de lesões
precoces. Atualmente são utilizados dois exames na detecção deste tipo de câncer:
a endoscopia digestiva alta, o método mais eficiente, e o exame radiológico
contrastado do estômago. A endoscopia permite a avaliação visual da lesão, a
realização de biópsias e a avaliação citológica da mesma. Através da
ultrassonografia endoscópica é possível avaliar o comprometimento do tumor na
parede gástrica, a propagação a estruturas adjacentes e os linfonodos.
Tratamento
O tratamento cirúrgico é a principal alternativa terapêutica para o câncer
de estômago. A cirurgia de ressecção (gastrectomias) de parte ou de todo o
estômago associada a retirada de linfonodos além de permitir ao paciente um alívio
dos sintomas, é a única chance de cura. Para determinar a melhor abordagem cirúrgica,
deve-se considerar a localização, tamanho, padrão e extensão da disseminação
e tipo histológico do tumor. São também esses fatores que determinam o prognóstico
do paciente. A radioterapia e a quimioterapia são considerados tratamentos
secundários que associados à cirurgia podem determinar melhor resposta ao
tratamento.
Fonte: Instituto
Nacional de Câncer - INCA