Aspectos Clínicos
Descrição - Micose que atinge a superfície cutânea ou membranas mucosas, resultando em
candidíase oral, candidíase vaginal, intertrigo, paroníquia e onicomicose. A forma mais
comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas brancas
removíveis na mucosa oral (aftas). Outra apresentação clínica é a forma atrófica,
que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. O intertrigo
atinge mais freqüentemente as dobras cutâneas, nuca, virilha e regiões axilares. A
infecção mucocutânea crônica pode estar associada com doenças endócrinas, como
diabetes melittus, tratamento com antibióticos de amplo espectro ou imunodeficiência,
sendo freqüente na infecção por HIV. Candidíase disseminada ocorre em recém-nascidos
de baixo peso e hospedeiros imunocomprometidos, podendo atingir qualquer órgão e evoluir
para êxito letal. A disseminação hematogênica pode ocorrer em pacientes
neutropênicos, conseqüente ao uso de sondas gástricas ou catéteres intravasculares,
atingindo diversos órgãos ou prótese valvular cardíaca.
Sinonímia - Monilíase, sapinho.
Aspectos Epidemiológicos
Agente etiológico - Candida albicans,
Candida tropicalis e outras espécies de Candida. A Candida albicans causa a maioria das
infecções.
Candida albicans
Reservatório
- O homem.
Modo de transmissão - Através de contato
com secreções originadas da boca, pele, vagina e dejetos de portadores ou doentes. A
transmissão vertical se dá da mãe para o recém-nascido, durante o parto. Pode ocorrer
disseminação endógena.
Período de incubação - Desconhecido.
Período de transmissibilidade - Enquanto
houver lesões.
Complicações - Esofagite, endocardite, ou
infecção sistêmica, mais comum em imunodeprimidos.
Diagnóstico Laboratorial
- Candidíase oral: além do aspecto
clínico, visualização de leveduras e pseudohifas em exame microscópico de esfregaço
da lesão, preparado com hidróxido de potássio a 10%. As culturas permitem a
identificação da espécie.
- Esofagite: endoscopia com biopsia e
cultura.
- Candidíase invasiva: pode ser
diagnosticada através de isolamento do microorganismo de fluidos corporais (sangue,
líquor, medula óssea) ou através de biopsia de tecidos. O achado de cultura negativa,
entretanto, não afasta o diagnóstico de candidíase sistêmica. Culturas de material
potencialmente contaminado, como urina, fezes ou pele, podem ser de difícil
interpretação, mas servem de apoio ao diagnóstico.
Diagnóstico
diferencial - Candidíase mucocutânea tem como Diagnóstico diferencial dermatite seborréica,
tinha cruris e eritrasma, leucoplaquia pilosa por.Doenças Infecciosas e Parasitárias
outras causas. A esofagite com quadros clínicos semelhantes, causada por outros agentes,
como citomegalovírus ou herpes simples.
Características epidemiológicas - A
Candida albicans está presente na pele e mucosas de pessoas saudáveis. Infecção
mucocutânea leve é comum em crianças saudáveis e a doença invasiva ocorre em pessoas
imunodeprimidas. Vulvovaginite por Candida ocorre com freqüência em gestantes, podendo
ser transmitida ao recém-nascido em útero, durante o parto ou na fase pós-natal.
Vigilância Epidemiológica
Objetivo - Diagnosticar e tratar precocemente os casos para evitar Complicações
e nas gestantes reduzir o risco de transmissão perinatal.
Notificação - Não é uma doença de
notificação compulsória.
Medidas de Controle
Tratamento precoce dos indivíduos atingidos. Orienta-se a desinfecção concorrente das
secreções e artigos contaminados. Sempre que possível, deverá ser evitada
antibioticoterapia prolongada de amplo espectro. Cuidados específicos devem ser tomados
com uso de cateter venoso, como troca de curativos a cada 48 horas e uso de solução à
base de iodo e povidine.
Fonte: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica 1998. 1998.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde
|