Fisiologia do Exercício - Mensuração das Capacidades Energéticas
 

Mensuração das Capacidades Energéticas

Consumo de Energia em Repouso - Taxa Metabólica Basal (TMB)

Existe um nível mínimo de energia necessária para manter as funções vitais do organismo no estado de vigília. Essa necessidade de energia recebe o nome de taxa metabólica basal (TMB).

A utilização da TMB estabelece as importantes bases energéticas para montar um programa de controle ponderal através da dieta, exercício ou de uma combinação efetiva de ambos (McARDLE, 1991:103).

Estimativa do gasto energético diário em repouso

Para estimar o gasto energético em repouso de uma pessoa, o valor apropriado da TMB , deve ser multiplicado pela área superficial, computada a partir da estatura e do peso.

Fatores que afetam o consumo de energia:

Atividade física
Termogênese de indução dietética
Clima
Gestação
Lactação


Gasto Energético na Atividade Física

Foram propostos vários sistemas de classificação para estimar a dificuldade da atividade física sustentada em termos de sua intensidade.

O trabalho moderado para homens é aquele que dá origem a um consumo de oxigênio até três vezes maior que a demanda em repouso.
O trabalho pesado é classificado como aquele que requer seis a oito vezes o metabolismo de repouso,
O trabalho máximo é considerado como qualquer tarefa acima de nove vezes do nível de repouso.

NOTAS:
- A massa corporal é um fator importante que afeta a energia despendida em muitas formas de exercícios;

- O gasto energético diário médio é estimado como sendo de 2.700 a 3.000 kcal para homens e de 2000 a 2100 para mulheres entre 15 e 50 anos de idade.

Equilíbrio Energético

A quilocaloria (Kcal) é a unidade de medida utilizada na mensuração do consumo e da demanda energética.

O consumo energético é traduzido pelo equivalente calórico dos nutrientes que compõem a dieta, ao passo que a energia envolvida com o metabolismo basal e com o metabolismo voluntário corresponde à demanda energética.

Essa relação de consumo e demanda de energia é o que se denomina de equilíbrio energético (Guedes, 1995:105).

Equilíbrio Isoenergético

CONSUMO ENERGÉTICO = DEMANDA ENERGÉTICA


Equilíbrio Energético Positivo

CONSUMO ENERGÉTICO > DEMANDA ENERGÉTICA

Equilíbrio Energético Negativo

CONSUMO ENERGÉTICO < DEMANDA ENERGÉTICA

NOTAS:
- Para que ocorra perda gradual de peso corporal sem maiores conseqüências negativas ao melhor estado de saúde, o equilíbrio energético negativo à custa da interação dieta e exercícios físicos não deverá exceder a 500-1000 Kcal/dia.
- A demanda energética por sessão de treino, deverá ficar entre 300-500 Kcal.

Protocolos

Testes para medir a potência Anaeróbia Alática (Sistema ATP-CP Velocidade)

1. Corrida de 50 metros (Johnson & Nelson,1979) Objetivo: medir a velocidade de deslocamento.
clique aqui para ver a tabela de classificação para a corrida de 50 metros

2. Corrida de 6 segundos (Johnson & Nelson,1979)

3. Shuttle Run de velocidade (Eurofit, 1988) - dados: 5 m , cinco ciclos , cones.

Força Explosiva

1. Salto vertical (Johnson & Nelson, 1979) - Objetivo: medir a potência dos membros inferiores no plano vertical.
Equipamento: superfície lisa, de três metros de altura, graduada de 2 em 2 centímetros e pó de giz.
Resultado: Subtrai-se a marca mais alta do salto da mais baixa.(3 tentativas)

2. Salto Horizontal (Johnson & Nelson, 1979) - Objetivo: medir a potência dos membros inferiores no plano horizontal.
Equipamento: fita adesiva, para assinalar a linha de partida e trena.

3. Arremesso de Medicinebol (Johnson & Nelson,1979) - Objetivo: medir a força explosiva dos membros superiores e cintura escapular.
Equipamento: uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita adesiva, corda e trena.

Testes para medir a potência Anaeróbia Lática.

(ATP-CP + àcido lático)

Resistência Anaeróbia

1. Teste de corrida de 40 segundos (Matsudo, 1979) - Objetivo: determinar indiretamente, a capacidade de resistência anaeróbia lática.
Equipamento: demarcação, metro a metro, de uma pista de atletismo a partir dos 150m até os 350 metros.

2. Teste de 300 (RÚSSIA)

3. Corrida de 400m (F) e 600m (M)

4. Teste de Wingate - Consiste em 30 segundos de exercício supermáximo, realizado em um cicloergômetro.

5. Teste de potência dos degraus - Consiste em subir uma escada o mais rápido possível, pulando três degraus de cada vez.

Força de Resistência

1. Força abdominal - Objetivo: medir a resistência da musculatura abdominal por meio da flexão do tronco.
Tempo: 60 segundos.

Resultado: número de repetições.

Testes para medir a potência Aeróbia Máxima:

COMO AVALIAR O VO2máx?

INSTRUMENTOS:

- Esteira rolante, bicicleta ergométrica, pista de atletismo, degraus etc...

- Medição direta

- Medição indireta

- Máximo

- Submáximo.

PROTOCOLOS:

ESTEIRA ROLANTE

Protocolo de BRUCE - Ë o mais conhecido e utilizado em nosso meio. Consiste na aplicação de cargas progressivas a cada três minutos de forma contínua.

O VO2 máx é estimado por:
Homens
VO2máx ml.(kg.min)-¹ = 8,33 + (2,94 x T)

Mulheres
VO2máx ml.(kg.min)-¹ = 8,05 + (2,74 x T)

T = Tempo em minutos

Protocolo de ELLESTAD

O VO2 máx é estimado por:

VO2 máx ml (kg.min.) - ¹= 4,46 + (3,933 x tempo total em min.)


TESTES DE CAMPO (Em pista ou rua)

Teste de 12 minutos - (Cooper, 1970; Ashperd, 1981) - Consiste em correr a maior distância possível em 12 minutos. O teste deve ser realizado em superfície plana.

O VO­2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = D - 504/45
D = Distância em metros

Teste de Balke (15 minutos)

O VO2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = 33 + 0,17 (D - 1955)/15
D = Distância em metros

Teste dos 3200m (Dr. Art Weltman, 1989) - É normalmente o mais utilizado por atletas fundistas. Existe uma correlação deste teste com o Limiar anaeróbio.

O VO2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = 118,4 - 4,774 (T)
T = tempo em minutos e fração decimal dos 3200m.


Teste de corrida de 2.400m (Cooper) - Metodologia: determinar o tempo gasto para a execução do teste.
Para se obter o escore final em uma unidade metabólica, pode-se encontrar o resultado pela fórmula proposta pelo American College Sport Medicine (Vivacqua & Hespanha ,1992).

VO2máx ml (kg.min)-¹ = (D x 60 x 0,2) + 3,5 ml (kg.min)-¹
Duração em segundos

Teste de caminhada de 1 milha (MCARDLE,1991: 143) - População Alvo: indivíduos de baixa aptidão Física [ VO2máx inferior a 30 ml(kg.min)-¹ ].
Metodologia: peso corporal e idade.
Aplicação: caminhada de 1600m com o tempo cronometrado. A freqüência cardíaca em bpm deve ser acompanhada no final dos últimos 400m.

A equação para VO2máx enunciada em ml. (kg.min.)-¹ é:
VO2máx = 132,853 - (0,0769 x PC x 2,2) - (0,3877 x Idade) + (6,315 x Sexo) - (3,2649 x T) - (0,1565 x FC)
S = 1 (masc.) ou 0 (fem)

TESTE DE BANCO ou DEGRAU

É o mais simples de ser utilizado, tornando de certa forma, muito útil sua aplicação em escolas, clubes e academias. Podendo ser constituído de um ou dois degraus. A altura do banco varia conforme o protocolo escolhido, encontrando-se valores entre 4 a 52 cm (MARINS,1996:12)

VANTAGENS:
baixo custo
facilidade de transporte
não necessita de calibragem

O metrônomo é um acessório importante, durante a realização dos testes, para determinar o ritmo ideal de execução do avaliado.

Protocolo do Quens College (MCARDLE e Col.,1981)

Teste Submáximo

A altura do banco é fixada em 41 cm. Para mulheres a cadência de subida é fixada no metrônomo em 88 toques por minuto (22 subidas) e para os homens, 96 toques por minutos (24 subidas). O teste tem a duração de 3 minutos. A FC é tomada no quinto segundo após o término do teste até o vigésimo segundo. O valor obtido é multiplicado por quatro para obtermos o valor por minuto.

Homens: VO2máx ml. (kg.min)-¹ = 111,33 - (0,42 x FC)
Mulheres: VO2máx ml. (kg.min)-¹ = 65,81 - (0,1847 x FC)


CICLOERGÔMETRO

Protocolo de Astrand (Submáximo)

metodologia: escolha uma carga inicial de trabalho que varia de acordo com o sexo. Para o sexo masculino a carga deve variar entre 100 a 150 Watts e para mulheres entre 50 a 100 Watts. O avaliado deverá pedalar durante 5 minutos; registra-se a FC do 4º e 5º minutos, e se obtém o valor médio. A FC de carga deverá estar entre 120 e 170 bpm e , preferencialmente acima de 140 para os jovens (Araújo, 1984).

Cálculo do VO2máx (l.min-¹) :
Homens
VO2máx = (195 - 61/ FC - 61) x VO2 carga
Mulheres
VO2máx = (198 - 72 /FC-72) x VO2 carga

onde:

FC = média da freqüência cardíaca obtida no quarto e quinto minutos da carga.
VO2 carga = consumo de oxigênio necessário para pedalar uma dada carga. Pode ser obtido pela seguinte equação:

VO2 carga l.min-¹ = 0,014 x carga (Watts) + 0,129

Obs.: Caso duas cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2máx para as duas, obtendo-se a média entre os resultados. Caso o indivíduo tenha uma idade superior a 35 anos, é necessário a aplicação de um fator de correção conforme a tabela abaixo:

VO2máx = VO2máx calculado x fator idade

Protocolo de Balke - Metodologia: São empregados estágios múltiplos aumentando a carga de 2 em 2 minutos, com magnitude de 25 Watts caso o indivíduo não seja atleta e 50 Watts caso o indivíduo seja atleta ou bem condicionado.
É necessário a verificação do peso corporal do avaliado antes da realização do teste, bem como da última carga completada pelo indivíduo em Watts.

Considerações finais:

- O consumo máximo de oxigênio das mulheres é geralmente inferior ao dos homens. 23% inferior na média geral da população, e de 10,8% inferior entre grandes atletas. (Moreira,1996:114).

- O VO2máx não é um parâmetro fisiológico e metabólico estático. Ele pode ser modificado pelo treinamento físico.

Fonte:Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna
Tel. (32) 3236-1081 / 9987-5089 E
E-mail: jeferson_vianna@uol.com.br ou
jvianna@faefid.ufjf.br


Data da Publicação: 07/05/2002
 

 
 
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