Insuficiência Respiratória
 

DEFINIÇÃO

Deficiência para a completa arterialização do sangue que passa através dos pulmões, causando hipoxia (paO2 menor que 8 kPa ou 60 mmHg) e/ou hipercapnia (paCO2 maior que 6 kPa ou 45 mmHg).


CAUSAS TÓXICAS

Secundária à falência ventilatória por:

  • Depressão de sistema nervoso central de origem tóxica
  • Fraqueza de músculos ventilatórios
    Botulismo
    Praguicidas carbamatos
    Relaxantes musculares
    Praguicidas organofosfados e armas químicas
    Picada de cobra
    Estricnina

Secundária à patologia pulmonar

  • SARA
  • Edema pulmonar cardiogênico
  • Cloro e outros gases irritantes
  • Edema pulmonar não-cardiogênico
  • Paraquat
  • Aspiração pulmonar e pneumonite
    carvão ativado,
    conteúdo gástrico
    hidrocarbonetos
  • Inalação de fumaça


CAUSAS NÃO-TÓXICAS

  • Asma brônquica
  • Bronquiectasia
  • Edema pulmonar cardiogênico
  • Doença obstrutiva crônica
  • Diminuição do nível de consciência de etiologia não-tóxica
  • Fraqueza muscular de etiologia não-tóxica (miastenia gravis)
  • Trauma torácico
  • Pneumonia
  • Tromboembolismo pulmonar
  • Obstrução de vias aéreas superiores


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas são aquelas predominantemente decorrentes da intoxicação de base.

Quando a insuficiência respiratória é decorrente de depressão de SNC, o paciente terá uma diminuição do nível de consciência e diminuição da freqüência respiratória (menor que 10 movimentos/minuto) e/ou do volume respiratório.

Quando a insuficiência respiratória é secundária à paralisia de músculos respiratórios, haverá uma fraqueza muscular generalizada e predominantemente uma diminuição do volume respiratório.

Quando a insuficiência respiratória é secundária à patologia pulmonar, a freqüência respiratória e o volume podem ambos estar aumentados.

As manifestações clínicas de hipercapnia e hipoxia em pacientes não-comatosos são inquietação, agitação, dispnéia e cianose. A intensidade da cianose não é um reflexo preciso da gravidade da insuficiência ventilatória.

Hipercapnia produz vasodilatação cerebral e pode levar ao aumento da pressão intracraniana e edema cerebral. Clinicamente, isto se manifesta por cefaléia e sonolência progredindo para o coma. Perifericamente, a acidose associada com hipercapnia produz vasodilação resultando em membros quentes.


INVESTIGAÇÕES RELEVANTES

  • Gasometria arterial. Revela uma acidose respiratória (pH < 7.35 e pCO2 > 45 mmHg), que pode estar parcialmente compensada por um aumento da concentração de HCO3. A pO2 está diminuída se Oxigênio suplementar não foi administrado. A elevação da pCO2 é o melhor parâmetro da gravidade da insuficiência ventilatória
  • Raio X de tórax
  • ECG


TRATAMENTO

O tratamento é de suporte. Todos os pacientes devem receber Oxigênio suplementar. Pacientes comatosos devem ser entubados e ter vias aéreas superiores livres de obstruções e secreções. Ventilação mecânica é indicada em todos pacientes com hipercapnia sintomática ou com piora progressiva, ou quando a oxigenação não pode ser mantida com Oxigênio suplementar por máscara facial. Algumas vezes, a Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) pode ser útil para aumentar o volume pulmonar e melhorar a oxigenação pela abertura de alvéolos colabados.

 

EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO

Uma melhora clínica dramática é geralmente observada quando são asseguradas ventilação e oxigenação adequadas. A duração e o grau do suporte ventilatório necessário depende do agente e do mecanismo responsáveis pelo desenvolvimento da insuficiência respiratória.

Monitorização cuidadosa de sinais vitais, oxigenação (oximetria de pulso), gasometria arterial, balanço hidroeletrolítrico são necessários até a recuperação da função respiratória. Isto usualmente requer admissão em uma unidade de cuidados intensivos.

 

COMPLICAÇÕES TARDIAS

Lesão cerebral por hipoxia.


AUTORES / REVISORES

Autores: Dr. A.N.P. van Heijst, Baarnseweg 42 A, NL-3735 MJ Bosch en Duin, The Netherlands; Dr. J. Szajewski, Warsaw Poisons Control Centre, Szpital Praski, Pl. Weteranow 4, 03-701 Warszawa, Poland.
Revisores: Birmingham 3/99: T. Meredith, L. Murray, A. Nantel, J. Szajewski.
Tradutor: São Paulo, 2001: Dr Ligia Fruchtengarten.

Fonte: IPCS INTOX

Obs.: O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação.

Data da Publicação: 29/03/2002
 

 
 
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