Insuficiência Renal Aguda
 
DEFINIÇÃO

Insuficiência renal aguda é caracterizada por uma rápida diminuição da filtração glomerular e, em conseqüência, clearance reduzido dos produtos do metabolismo e outras substâncias. Geralmente é acompanhada por oligúria ou anúria, algumas vezes por poliúria, com progressiva elevação da uréia sanguínea e creatinina sérica, distúrbios eletrolíticos e acidose metabólica.


CAUSAS TÓXICAS

  • Aminoglicosídios (es. gentamicina, kanamicina)
  • Tetracloreto de carbono
  • Polimixina
  • Etilenoglicol
  • Metais pesados
  • Mioglobina e hemoglobina


CAUSAS NÃO TÓXICAS

Podem ser classificadas pela origem: pré-renal, renal e pós-renal.

As causas principais são:

  • Necrose tubular aguda
  • Glomerulonefrite aguda
  • Obstrução de artéria renal
  • Nefrite intersticial aguda
  • Uropatia obstrutiva


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

O principal sinal é oligúria ou anúria, ocorrendo por várias horas ou alguns dias. Entretanto, às vezes a insuficiência renal ocorre sem que seja observado oligúria, com excreção normal ou aumentada de água e eletrólitos.

Outros sinais e sintomas da insuficiência renal aguda incluem:

  • fraqueza
  • apatia
  • perda de apetite
  • náusea
  • vômitos
  • acidose metabólica progressiva
  • respiração freqüente e profunda (Kussmaul)
  • edema pulmonar
  • edema periférico
  • ascite
  • coma

Arritmias cardíacas e fraqueza muscular extrema podem ser resultantes de distúrbios metabólicos (hipercalemia, hipercalcemia).


DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL

  • Retenção urinária aguda
  • Uremia pré-renal (desidratação, hipotensão)


INVESTIGAÇÕES RELEVANTES

Bioquimicamente, a insuficiência renal aguda é caracterizada pela elevação da concentração da uréia sanguínea e pelo aumento da concentração da creatinina sérica. Potássio sérico geralmente atinge uma concentração acima de 6.5 mmol/L.

Gasometria arterial indica acidose metabólica.

O ECG pode ser útil para avaliar a hipercalemia.


TRATAMENTO

  • Monitorização clínica cuidadosa, de preferência em uma unidade especializada.
  • Controle do balanço hidroeletrolítrico, especialmente hipercalemia e hiponatremia.
  • Corrigir fatores contribuintes, como hipovolemia e hipertensão.
  • Interromper a exposição ao agente(s) desencadeantes.
  • Monitorização cuidadosa das doses de drogas potencialmente nefrotóxicas, se forem absolutamente necessárias.
  • Administrar furosemida endovenosa.
  • Iniciar dopamina em infusão endovenosa contínua.
  • Controlar oferta hídrica.
  • Controlar oferta calórica.

Hemodiálise ou diálise peritoneal deve ser instituída com urgência nas seguintes situações :

a. Hipercalemia com arritmias cardíacas
b. Hiper-hidratação em paciente anúrico
c. Acidose metabólica refratária.


EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO

Monitorizar balanço hidroeletrolítrico, balanço ácido-basico, função cardíaca e infecções. Particular atenção deve ser dada ao balanço hídrico durante a fase poliúrica.

A maioria dos pacientes recupera a função renal. A função renal deve ser monitorizada até a normalização.


COMPLICAÇÕES TARDIAS

Disfunção renal crônica.


AUTOR / REVISORES

Autor: Dr. C. Bismuth, Hôpital Fernand Widal, Paris, France.
Revisão: Cardiff, Março 1995. Berlin, Outubro 1995: V. Danel, T. Meredith, J. Szajewski, A. Wong, J. Pronczuk.
Tradutor: Dr Ligia Fruchtengarten, Março 99.

Fonte: IPCS INTOX

Obs.: O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação.

Data da Publicação: 29/03/2002
 

 
 
Para imprimir, utilize a opção de impressão do seu navegador
 
Voltar