Flexibilidade - Métodos de trabalho
 

Não se pode comparar a flexibilidade da população normal com a de atletas. Um alto grau de mobilidade em determinados movimentos articulares favorece o aprendizado ou aperfeiçoamento de alguns atos motores desportivos.

Estado de treinamento - influência direta do fenótipo sobre o genótipo fazendo com que indivíduos em fase inicial  de treinamento tenha aumentada sua flexibilidade em qualquer idade em resposta ao treinamento (estimulo exógeno).

Atividades como Meditação influenciam o tônus neurogênico, a atividade basal e propiciam uma descontração, que vai interferir positivamente na melhora da flexibilidade.

Nem sempre é apropriado acreditar se maior a flexibilidade melhor à saúde músculo-articular.

Em exercícios buscando saúde a segurança e a moderação são uma boa opção.

Quanto aos métodos de trabalho da flexibilidade:

Exercícios leves -  levam ao aquecimento dos músculos e das estruturas articulares, provocando uma diminuição na viscosidade intracelular e intra-articular, além de proporcionarem um considerável aumento da espessura da cartilagem articular, evitando assim seu desgaste e diminuindo o risco de lesões. 

Os exercícios de flexibilidade de baixa intensidade, devem ser utilizados ao início e ao final de uma sessão de treinamento, seja de preparação física, técnica ou tática.

Método Ativo -  ao se exercitar sae de uma posição precisa á outra, lentamente, permanecendo ao final por um período naquela posição.

Método Passivo - Movimentos com a ajuda de um companheiro, aparelhos ou gravidade

Exercícios intensos -  aumentam o tônus miogênico agudo por acumulo de catabólicos e aumento da circulação local, provocando um encurtamento do músculo em questão, ao mesmo tempo em que os propriceptores sobrecarregados não respondem corretamente aos estímulos, aliados à diminuição de enzimas musculares e das concentrações de ATP no músculo, fazendo com que a capacidade de relaxamento fique retardada e aumentando os riscos de lesão.

Os exercícios de flexibilidade de alta intensidade só devem ser aplicados após um bom aquecimento, que deverá incluir exercícios de flexibilidade de baixa intensidade.

Métodos Ativos:

     Método Balístico - Consiste em executar um movimento de forma explosiva, procurando dessa forma atingir o limite da articulação. Na medida em que o segmento se aproxima do limite articular, perde velocidade em função da resistência elástica dos componentes articulares. É muito suscetível a lesões, mas comum em alguns esporte como lutas e dança

     Método de Insistência - ë executado de forma menos explosiva que o primeiro, porém, ao final do movimento, quando os componentes elásticos e neuromusculares provocam o retorno, do segmento à posição inicial, procura-se insistir o movimento de amplitude máxima por várias vezes.

Métodos Passivos:

     Movimentos com a ajuda de um companheiro aparelhos  ou da ação da gravidade de acordo com a sensação subjetiva de dor.

     Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Método ativo/passivo) -esse método é calcado no acionamento do fuso muscular durante a primeira fase, que ira provocar uma contração involuntária. Logo após, o individuo somará a essa contração, a sua contração volitiva, acionando o órgão tendinoso de golgi, que irá provocar um relaxamento reflexo.o resultado desse método é um aumento de flexibilidade com grande trabalho de plasticidade.Os ganhos de flexibilidade são espantosos. 

(O Tônus Muscular pode ser dividido em dois tipos de tônus muscular o Miogênico e o Neurogênico onde o tônus muscular miogênico (passivo) poder ser resultado de uma sessão de treinamento (Tônus muscular agudo) ou resultado de adaptações  normais ao treinamentos (Tônus muscular crônico).
O Tônus muscular neurogênico (ativo), é fruto da atividade reflexa do sistema nervoso em função de respostas ã proprioceptores ou à somatização de estresse psíquico)  

Outra  classificação proposta de acordo com os seus métodos de execução:

Lento - método lento é realizado o movimento de forma lenta e gradativa (passiva, assistida ou ativa) até alcançar a amplitude máxima, caracterizado pelo ponto de surgimento da dor ou desconforto
 
Rápido - são os exercícios que são feitos em velocidade, alcançando rapidamente a amplitude máxima, quando esse exercício é feito com o uso deliberado da força da gravidade para maior velocidade, costuma-se denominar método balístico.

Apoiados na teoria (FNP) - Facilitação Neuronal Proprioceptiva - exercícios que se caracterizam por envolver duas ou mais fases onde há alternância de exercícios ativo e passivo, objetivando conseguir um grau de amplitude articular maior do que o habitual às custas do relaxamento da estrutura contrátil muscular. 

Recomendações gerais sobre a prescrição de exercícios relacionado com a flexibilidade:

Sugestões do Colégio Americano de Medicina do Esporte 
para a Prescrição do Trabalho de Flexibilidade

Tipo de Trabalho Estático
Duração do Esforço 10 a 30 segundos
Freqüência  Mínimo de 3 vezes semanais 
Intensidade Mover o segmento até o ponto de desconforto
Repetições 3 a 5 para cada exercício
Prioridade Ênfase nos movimentos onde atuam os músculos da parte inferior da coluna e articulação do quadril


Quadro comparativo de diretrizes para prescrição

Autores Freqüência Intensidade  Duração
ACMS
 (1995)
3 sessões  Mínimo desconforto em relação a dor muscular  De 10 a 30 segundos
HALL
(1993)
- Mínimo desconforto em relação a dor muscular De 10 a 20 segundos
WEINC 
(1991)
- Mínimo desconforto em relação a dor muscular  De 10 a 15 segundos
HOEGER, HOEGER
(1994)
2 a 6 sessões Mínimo desconforto em relação a dor muscular De 10 a 60 segundos
DANTAS
 (1984)
3 sessões Mínimo desconforto em relação a dor muscular De 20 a 30 segundos
POLLOCK, WILMORE (1993) - - De 10 a 60 segundos
SBME
 (1999)
- Mínimo desconforto em relação a dor muscular De 10 a 20 segundos

O Dr. Cláudio Gil recomenda alguns procedimentos a serem observados para a prescrição do trabalho de flexibilidade:

Realizar exercícios de forma lenta e gradativa até o ponto de desconforto leve, devendo então manter a posição por cerca de 10a 20 segundos, procurando concomitantemente relaxar voluntariamente a musculatura a ser alongada.
Incluir exercícios pelo método FNP (3S) quando houver um objetivo de aumentar de forma mais rápida a flexibilidade, especialmente para as articulações onde há restrição à mobilidade.
Incluir os exercícios de alongamento em toda sessão de exercícios físico, podendo fazê-lo na etapa inicial (aquecimento) e ou na parte final (esfriamento), sendo que nesta última é possível alcançar maiores amplitudes máximas. 
Evitar os exercícios ou movimentos bruscos de mobilidade articular máxima (especialmente os balísticos) principalmente sem estar devidamente preparado por exercícios mais lentos e de menor intensidade.
Combinar sempre que possível às formas ativa e passiva de exercícios de flexibilidade, começando em sentido distal-proximal e dos movimentos mais simples para os mais complexos.
Realizar um conjunto de exercícios preferencialmente algo entre seis e 10 no mínimo três vezes por semana, que envolvam as principais articulações e movimentos nos dois dimídios corporais.
Aproveitar a etapa de exercícios de flexibilidade para relaxamento e não para sofrimento, todavia a atenção e concentração na execução para minimizar a chance de lesões. 
Habituar-se a incluir exercícios de alongamento na sua rotina de atividades diárias, em casa, no trabalho, na escola etc.
Evitar desenvolver graus extremamente elevados de mobilidade articular sem ter a massa muscular adjacente concomitantemente desenvolvida.
Estar preparado para a ocorrência de dor muscular tardia (24 a 48 horas após), determinada parcialmente pelo desarranjo do esqueleto conectivo muscular, toda vez que reiniciar ou aumentar a intensidade dos exercícios de flexibilidade.
(GHORAYEB & BARROS, O Exercício 1999, pp. 32-33).

Data da Publicação: 13/03/2002
 

 
 
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