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Fisiologia do Exercício - Ponto de Vista Segurança cardiovascular e hipertensão arterial |
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Menu - Musculação Introdução A hipertensão, definida como
pressão sistólica maior ou igual a 140 mmhg e diastólica maior ou igual a 90
mmhg, é uma condição mórbida presente em grande parte da população, relacionada
à cerca de 40% dos óbitos no país. No Brasil estima-se que entre vinte a trinta
milhões de pessoas sejam hipertensas entre crianças e adultos (FARINATTI, 2002).
Duplo-produto O DP é definido como produto entre freqüência cardíaca e pressão arterial sistólica (FC X PAS) (FARINATTI & LEITE, 2003). O DP tem forte correlação com o consumo de oxigênio do miocárdio apresentando-se como o melhor preditor indireto do esforço cardiovascular devendo ser usado como parâmetro de segurança do sistema cardiovascular (FARINATTI E ASSIS; 2000). Segurança cardiovascular
Aparentemente a sobrecarga imposta ao miocárdio
tende a depender mais do tempo do exercício do que da carga em si. Assim sendo,
exercícios contra resistência envolvendo cargas altas e poucas repetições,
implicaria em menor trabalho cardíaco do que exercícios envolvendo cargas
menores com maior número de repetições, como exercícios aeróbios. Estudo
conduzido por FARINATTI & ASSIS em 2000 comparou o DP encontrado frente a
diferentes solicitações (1 RM; 6RM; 20RM; exercício aeróbio de 5 min; 10min;
15min; e 20 min), e concluiu que, segundo a análise do DP, exercícios dinâmicos
contra resistência parecem acarretar menores solicitações cardíacas que
exercícios aeróbios, e que o número de repetições parece ter influência maior do
que a carga absoluta mobilizada. Já para o exercício aeróbio a intensidade
parece ser o fator mais influente. Não existe aqui a intenção de condenar os exercícios aeróbios, visto que os mecanismos exatos da redução da PA e a dose-resposta da atividade física não são completamente esclarecidos. É fato que os exercícios aeróbios podem em médio e longo prazo reduzir a pressão, tanto sistólica quanto diastólica, em uma média de 10 mmhg. Entretanto deve-se levar em consideração que a redução de níveis pressóricos não depende necessariamente de treinamento aeróbio de intensidade alta, e que exercícios de força estão mais associados com as necessidades cotidianas das pessoas (FARINATTI 2002).
Subir um ou dois lances de escada, carregar uma
sacola de compras, levantar o próprio peso corporal entre outras atividades,
requerem certa capacidade de força, e são muito mais rotineiras do que, por
exemplo, ter necessariamente que andar por trinta minutos seguidos. São mais
comuns no dia-a-dia das pessoas atividades onde são utilizados níveis
consideráveis de força do que aquelas predominantemente contínuas.
Mesmo para sujeitos normotensos, o controle e/ou a redução de níveis pressóricos, é um importante fator para minimizar o risco de doença cardíaca (POLITO; SIMÃO; SENNA & FARINATTI; 2003). O controle da atividade física direcionada ao hipertenso deve levar em consideração diversos fatores de forma aguda e crônica, e estar realmente associada com a vida rotineira destes indivíduos. O treinamento físico deve, entre outras coisas, preparar as pessoas para viverem de forma melhor e mais hábil. Os exercícios de força além de potencializarem a conquista deste objetivo, têm grande segurança cardiovascular para indivíduos hipertensos, deste que bem controlados e orientados. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for exercise testing and prescription. 6 ed. Baltimore: Lippincfort Williams & Wilkins, 2000 FARINATTI, Paulo de Tarso Veras; ASSIS, Bruno F. estudo da freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em exercícios contra-resistência e aeróbio contínuo. Revista brasileira de atividade física e saúde Vol. 5 Nº 2, 2000. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Aspectos da prescrição do exercício para hipertensos. Revista brasileira de fisiologia do exercício Vol. 01 Nº 01, 2002. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras; LEITE, Tiago Costa; estudo da freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em exercícios resistidos diversos para grupamentos musculares semelhantes. Revista brasileira de fisiologia do exercício Vol. 2 Nº 1 2003. POLITO, Marcos Doederlein; SIMÃO, Roberto; SENNA, Gilmar Weber; FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Efeito hipotensivo do exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. Revista brasileira de medicina do esporte Vol. 9 Nº 2, 2003. |
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Data da Publicação: 25/11/2003 | |||
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