Bulimia
Desde a primeira descrição de bulimia nervosa em 1979,
por Gerald Russel, o conhecimento do quadro tem avançado rapidamente graças à
proliferação de grupos de estudos em vários países.
|
A Bulimia é caracterizada pela
ingestão compulsiva e rápida de grande quantidade de alimento, com pouco ou nenhum
prazer, alternada com comportamento dirigido para evitar o ganho de peso, como vomitar
(95% dos pacientes), abusar de laxantes e diuréticos, excesso de exercícios físicos ou
períodos de restrição alimentar severa, sempre com medo exagerado de engordar. O termo bulimia vem do grego buos = boi e limos = fome,
designando um apetite de comer um boi inteiro ou quase. |
Desde a descrição inicial, os episódios bulímicos e os
comportamentos para evitar o ganho de peso passaram a descrever um novo grupo de pacientes
com transtorno alimentar, que não correspondia aos critérios diagnósticos para
obesidade ou anorexia nervosa.
Atualmente pelos critérios do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais - APA 1994) a bulimia nervosa ocorre entre 1 a 3% das mulheres adolescentes e
adultas jovens, sendo a taxa de ocorrência em homens de aproximadamente 1/10 (um décimo)
da que ocorre em mulheres. Vinte a 30% de homossexuais masculinos apresentam a doença, e
ex-atletas e ex-obesos parecem apresentar maiores riscos (Cordás et ali, 1998). A bulimia
nervosa começa no final da adolescência ou início da idade adulta.
Os episódios bulímicos, de ingestão compulsiva, com perda de controle, de grande
quantidade de alimento em curto prazo de tempo ou mais raro, um longo ritual de várias
horas ou uma noite inteira, ocorrem geralmente às escondidas e são seguidos de
sensação de culpa, vergonha e desejo de auto punição. Durante os episódios a pessoa
não sente prazer e tem sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o que
ou quanto come está comendo, chegando a ingerir de 2 mil a 5 mil calorias em um único
episódio. Já foi relatada a ingestão de 15 mil calorias em um único episódio
bulímico (Russell, 1990).
Autor: Cyro Masci
Colaborador Saúde em Movimento
|