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Osteoporose - Existe tratamento para a osteoporose?

 
É importante manter atividade física, consumir bastante cálcio na dieta e ter moderada exposição ao sol, o que estimula a produção de vitamina D. Entretanto, quando nada disso resolve o problema, o correto é submeter o paciente a um tratamento adequado, escolhendo o melhor para aquele paciente.
Antes de considerar as diversas modalidades de tratamento para osteoporose, convém frisar que se trata de um grupo de distúrbios e não uma única patologia. Mesmo os pacientes considerados dentro

de uma mesma categoria, como por exemplo aqueles com osteoporose idiopática, podem ter etiologias diferentes. Ademais, é difícil prever o curso e a velocidade de progressão da doença em qualquer paciente, especialmente quando examinado inicialmente devido à dor e fratura-colapso. Muitos pacientes no grupo idiopático, senil e pós-menopáusico têm poucos episódios de colapso de corpo vertebral com intervalos assintomáticos de meses ou anos; perdem altura em grau condizente com a extensão do colapso mas, prosseguem por muitos anos sem sintomas ou maior redução da altura. Além disso, a dor aguda derivada da fratura do corpo vertebral tende a regredir após semanas, e qualquer tratamento utilizado nessa ocasião poderia ser considerado eficaz. É evidente, pelo número de programas terapêuticos diferentes disponíveis para a osteoporose, que a terapêutica está longe da ideal, apesar das alegações em contrário (Harrison et al., 1995).

Pacientes que apresentam dor aguda devido à fratura de corpos vertebrais freqüentemente requerem hospitalização com repouso no leito em posição de máximo conforto, aplicação local de calor, analgésicos adequados e medidas para evitar constipação. O uso de tração ou de aparelho gessado não é indicado. Logo que a dor permita, é prudente fazer o paciente deixar o leito, a princípio lentamente, talvez com ajuda de suporte ou muleta. Convém não deixar o paciente se fatigar muito quando inicia a ambulação. Ataduras de vários tipos são comumente empregadas, mas não se comprovou que sejam eficazes na prevenção da progressão da deformação espinhal. Se um colete bem feito dá sensação de apoio e conforto, o seu uso é conveniente. São úteis exercícios supervisionados para corrigir a deformação da postura e aumentar o tônus muscular. Também é importante instruir os pacientes a evitar movimentos súbitos dolorosos, como saltos e, como levantar e transportar objetos com esforço mínimo nas costas (Harrison et al., 1995). As formas de tratamento são:

seta.gif (74 bytes) Terapia de Reposição Hormonal (TRH)

Provavelmente, é a terapia mais efetiva para o tratamento da osteoporose e prevenção da perda óssea na menopausa inicial ou tardia. O uso da TRH, particularmente o uso prolongado, está associado à redução em 30-50% de fraturas dos quadris, coluna e punho (www.familydoctor.co.nz). Estudos mostraram que entre mulheres na pós-menopausa, a TRH aumentou a DMO no esqueleto axial e diminuiu a perda óssea nos sítios periféricos, ocorrendo também um aumento de massa óssea na avaliação ultrassonográfica do calcanhar com o tratamento (de vários anos) com estrógenos e alendronato (via oral) (Hadji et al., 2000). O uso de estrógenos em mulheres na pós-menopausa com osteoporose foi preconizado pela primeira vez pelo Dr. Fuller Albright e seus colegas. O tratamento com esse hormônio é adequado apenas para mulheres. Pacientes homens com osteoporose têm sido tratados, com sucesso, com androgênio, um hormônio masculino.

Os estrógenos aumentam a produção de calcitonina endógena e o paratormônio e 1,25-diidroxi-vitamina D3 séricos. Nos indivíduos osteoporóticos, o nível médio desta é menor do que o normal. Nos ossos, os estrógenos têm ação antiabsortiva, ou seja, reduzem a taxa de reabsorção óssea, estimulam os fatores de crescimento ósseo, aumentam as lamelas compactas das vértebras, interrompem a perda óssea pós-menopáusica e impedem a perda de osso compacto. Nos rins, diminuem o cálcio urinário e a hidroxiprolina, principalmente nos primeiros meses de tratamento. A nível gastrintestinal, aumentam a absorção de cálcio (Costa,1998).

Os vasos arteriais também são atingidos; os estrógenos diminuem em 50% o risco de doenças cardiovasculares (coronariopatias, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral), aumentam o fluxo sangüíneo, diminuem a resistência vascular periférica e, reduzem a mortalidade em mulheres com doença cardiovascular prévia. Com relação aos lipídios séricos, esses hormônios diminuem LDL-colesterol em até 25%, aumentam HDL-colesterol em até 20% e podem causar o aumento de triglicerídeos (Costa,1998).

É provável que os estrógenos tenham ação na prevenção da osteoporose em mulheres na pós-menopausa, e não no tratamento da doença clinicamente manifesta, embora sejam as melhores preparações para uso em mulher pós-menopáusica com doença ligeira ou moderada nos cinco a seis primeiros anos depois da perda da função ovariana. O uso crônico de estrógeno restaura menstruações em algumas mulheres pós-menopáusicas e provoca turgescência mamária e hiperpigmentação. Não está aumentado o risco de carcinoma mamário em mulheres tratadas com estrógenos mas, há aumento, relacionado à dose, da incidência de carcinoma de endométrio. Qualquer decisão quanto ao uso desses hormônios deve considerar este fator de risco (Harrison et al., 1995). Está sendo investigado o desenvolvimento de estrógenos tecido-específicos que afetam o coração e os ossos, mas não o útero e a mama. O uso de estrógenos tecido-específico pode diminuir o risco de câncer. A administração de estrógenos bloqueia a perda acelerada de osso medular que se verifica nos primeiros anos após a menopausa. Podem diminuir a incidência de fraturas da coluna em até 50% e do quadril, em menor escala. A dose deve ser ajustada a cada paciente; 20% das mulheres que recebem a dose convencional continuam a perder massa óssea; mulheres que fumam podem necessitar de dose maior, e obesas podem necessitar de dose menor (www.uddo.org).

Vantagens:

Para ter um bom efeito, a estrogenoterapia deve ter duração de 8 a 15 anos, desde o início do climatério e, as mulheres que retiram os ovários e que fazem TRH durante todo esse tempo têm menos 90% de fraturas na coluna e 60% a menos de fraturas no colo do fêmur e punho (Knoplich, 1994). Sempre sob orientação médica, nas mulheres pós-menopáusicas que fazem a TRH com estrógenos e progesterona ou somente estrógenos para mulheres sem o útero, podem ocorrer:

parada rápida de perda óssea;

alívio de alguns dos sintomas associados à menopausa (e.g.: ondas de calor);

melhora da disposição física e sexual, o que estimula a adesão ao tratamento;

proteção dos dentes e do cérebro, diminuição do risco de doença de Alzheimer;

melhora do perfil lipídico que resulta em benefício cardíaco através do aumento do "bom colesterol" (HDL) e da diminuição do "mau colesterol" (LDL);

várias opções de administração: oral, sublingual, transdérmica, percutânea, subcutânea ou intravaginal.

Desvantagens:

efeitos colaterais tais como náuseas, aumento de tamanho e sensibilidade dos seios, e hemorragias genitais (como se fossem menstruação), causados pelo uso de estrógenos, provocam uma menor adesão ao tratamento por parte das pacientes;

contra-indicação de estrógenos nas pacientes que foram operadas de câncer de mama, útero ou ovários ou com histórico familiar desses cânceres. O uso prolongado estimula excessivamente o endométrio e pode induzir ao aparecimento de um câncer no local, perigo este, que não existe nas mulheres histerectomizadas. Segundo Knoplich (1994), de cada 1.000 mulheres que não tomam estrógenos depois da menopausa, uma desenvolve câncer de endométrio anualmente, já com o uso de estrógenos esse risco aumenta para quase 5 mulheres, um perigo 5 vezes maior.

Para reduzir os riscos de câncer uterino, torna-se necessário a combinação de estrógeno com progesterona.

As formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: Estrace®, Estraderm®, Estratab®, Estrógenos Conjugados®, Fem 7®, Menosedan®, Menosedan ciclo®, Menosedan Fase®, Menosedan MPA®, Menotensil®, Merigest®, Ogen®, Premarin®, Premarin MPA®, Premelle®, Premelle Ciclo®, Prempro®, Repogen®, Riselle®, Sandrena®, entre outras.

 

seta.gif (74 bytes) tibolona é um derivado de noretinodrel que atua em receptores do estradiol, progesterona e andrógenos porém, tem fraca atividade. É um anti-reabsortivo ósseo e, interrompe a perda de massa óssea na pós-menopausa. Diminui o HDL-colesterol e os triglicerídeos, sendo que o colesterol total permanece inalterado. É indicada em mulheres na pós-menopausa com no mínimo 1 ano de amenorréia e em algumas mulheres com história de câncer de mama e que necessitam de reposição hormonal. A tibolona mantém a massa mineral óssea, mas comprovou-se ganho de massa mineral óssea na coluna lombar. Quando o tratamento é feito de forma contínua, 2,5mg por dia, raramente há sangramento e, na maioria das pacientes, ocorre atrofia endometrial (Costa,1998).

Vantagens:

reduz os níveis dos fatores VII, VIII e fibrogênio e estimula a fibrinólise, prevenindo, portanto, a trombose;

não produz proliferação endometrial, levando à amenorréia, sendo uma opção para as mulheres que não querem ter um sangramento cíclico;

ação androgênica benéfica na melhora do humor e da libido (Marinho, 1995).

Desvantagens:

causa uma diminuição do HDL-colesterol, o "bom" colesterol.

As formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: Libiam® e Livial®, entre outras.

seta.gif (74 bytes) A calcitonina é um hormônio secretado pelas células parafoliculares da tireóide, sendo estimulado, fisiologicamente, pela hipercalcemia, impedindo assim a liberação de cálcio pelo osso com conseqüente proteção do esqueleto. Tem, também, um importante papel na manutenção da normocalcemia, porém no climatério pode ocorrer diminuição da calcitonina endógena sérica. Esse hormônio estimula, nos rins, a hidroxilação da vitamina D3, agindo, dessa forma, indiretamente na absorção intestinal de cálcio. Age principalmente sobre os ossos trabeculares (coluna vertebral), sua ação é anti-reabsortiva, inibe a atividade osteoclástica e afasta os osteoclastos da superfície de reabsorção óssea (Marinho, 1995). Devido à saturação de receptores nos osteoblastos, recomenda-se fazer o uso intermitente da calcitonina. A secreção ácida e de pepsina no estômago é inibida por esse hormônio. A catacalcina, seu precursor, é 5 vezes mais potente e, a calcitonina de salmão é 20 vezes mais potente (Costa, 1998). Ainda que se tenha preconizado a terapêutica da osteoporose com calcitonina, este hormônio provavelmente não causa benefícios superiores aos obtidos com a suplementação de cálcio e vitamina D (Harrison et al., 1995). Estudos mostraram aumento significativo da DMO em mulheres tratadas com calcitonina de salmão ou com estrógenos durante dois anos(Hadji et al., 2000). Caso a pessoa decida parar ou suspender a TRH, ela pode minimizar a quantidade de osso perdido através de ingestão de quantidades adequadas de cálcio e exercícios de sustentação de peso.

Existem também os tratamentos não hormonais que são relativamente novos. Incluem drogas como calcitonina, que está disponível atualmente como spray nasal, os biofosfonatos tais como etidronato e alendronato e outras mais. Esses medicamentos têm sido associados a uma parada da perda de massa óssea podendo, algumas vezes, até aumentar a densidade óssea.

Vantagens:

ao contrário dos estrógenos, não causa risco de um futuro tumor maligno;

produz aumento de massa óssea na mulher na menopausa;

produz alívio da dor.

Desvantagens:

distúrbios gastrintestinais tais como náuseas, vômitos e diarréia, e de circulação tais como rubor facial transitório e fogachos (sensação de calor subindo até a face);

inflamação e prurido no local de aplicação, rinite (uso nasal);

contra-indicado em pacientes alérgicos ao salmão.

Antigamente, as formas farmacêuticas disponíveis requeriam injeções subcutâneas porém, devido ao tempo de aplicação longo (10 anos) estão sendo desenvolvidas formas injetáveis e intranasais de mais fácil administração: Acticalcin®, Calsynar®, Cibacalcina®, Miacalcic®, etc.

seta.gif (74 bytes) Preparações de cálcio e vitamina D

As necessidades diárias variam de acordo com a faixa etária: no adolescente é cerca de 1.200mg/dia; no adulto 800mg/dia; na peri-menopausa 1.000mg/dia; na pós-menopausa 1.500mg/dia; na gravidez aumenta para cerca de 1.500mg/dia e na lactação aumenta para cerca de 1.500-2.000mg/dia. No entanto, muitas vezes é difícil obter a quantidade necessária apenas pela dieta; nesses casos, pode ser indicada a suplementação e os sais mais comumente utilizados são os de carbonato de cálcio. Esses contêm 40% de cálcio elementar e precisam de meio ácido para serem solubilizados, devendo ser ingeridos durante as refeições. A associação com magnésio não influencia a absorção, mas evita a tendência à constipação. Suplementos com citrato de cálcio são indicados para indivíduos com acloridria (falta de ácido clorídrico no estômago) e reduzem os riscos de cálculos renais (www.uddo.org). Estudos mostraram que o tratamento, durante dois anos, com cálcio e vitamina D aumentou a massa óssea, e esse aumento foi detectado através da avaliação ultrassonográfica em pessoas idosas (Hadji et al., 2000).

O uso de preparações de cálcio por via oral em doses de 1-1,5g de cálcio elementar por dia mostrou aumento da retenção de cálcio em alguns pacientes osteoporóticos e reduziu os índices de reabsorção óssea. O teor de cálcio elementar das preparações disponíveis varia, dependendo do ânion associado e da composição. Todavia, como acontece com o uso de estrógenos, o tratamento resulta em diminuição da formação óssea e tende a deter, mas não a "curar" a osteoporose. Em pacientes com má absorção, o cálcio pode ser mais eficaz acrescentando-se a vitamina D, por via oral, em doss de 25.000 UI a 50.000 UI, 1-2X/semana. O uso de metabólitos mais ativos da vitamina D está sendo avaliado e poderá ser comprovado talvez como sendo mais eficaz. O cálcio do sangue e da urina devem ser monitorados a intervalos de alguns meses para verificar se não surgem hipercalcemia e hipercalciúria. Os diuréticos da classe das benzotiadiazidas reduzem a eliminação urinária de cálcio e poderiam ser úteis para diminuir o balanço negativo do cálcio. As preparações de cálcio poderiam ter maior uso em pacientes com função gonadal normal e doença relativamente ligeira. A infusão venosa intermitente de cálcio também tem sido preconizada, mas ainda não foi definida a eficácia desta terapêutica (Harrison et al.,1995).

Há controvérsias quanto ao papel do cálcio nos primeiros anos após a menopausa, já que o principal estímulo para a perda de massa óssea é a ausência de estrogênio.

A utilização de cálcio no climatério pode reduzir a perda de osso compacto em 30%. No entanto, pacientes com história familiar ou portadores de calculose renal e aqueles com sintomas de hipercalcemia, tais como fadiga, fraqueza muscular, depressão, alteração de memória e de personalidade, anorexia, náuseas, vômitos, constipação, úlcera péptica e pancreatite recorrente, entre outros, devem ser avaliados metabolicamente antes da administração de cálcio (Costa, 1998). A vitamina D é sintetizada na pele pela ação dos raios solares ultravioleta e sofre transformações no fígado e rins para se transformar na forma ativa; favorece a formação óssea e facilita a absorção intestinal do cálcio, fosfato e magnésio. Nos indivíduos deficientes dessa vitamina, a suplementação aumenta a massa óssea e diminui o risco de fraturas; consequentemente, nesses casos, é recomendada suplementação de 400 a 800 UI/dia.

A vitamina D desempenha papel importante na calcemia iônica; ela pode ser de síntese animal (calcitriol = forma hormonal) ou vegetal (calciferol). Os metabólitos ativos de vitamina D podem controlar o transporte de cálcio e fosfato intestinal, mesmo na ausência do paratormônio (PTH).

Nos ossos, a ação sinérgica do PTH e vitamina D aumenta a reabsorção óssea. O PTH aumenta na hipocalcemia e favorece a síntese da 1,25-diidroxi vitamina D nos rins e o calcitriol estimula os osteoblastos. A vitamina D estimula a deposição ou mobilização do cálcio e fósforo inorgânico, no osso, conforme as necessidades do organismo. Nos rins, atua reabsorvendo cálcio e fósforo inorgânico e, aumenta a absorção intestinal e a reabsorção tubular de fosfatos.

O fosfato também é útil no tratamento, uma vez que age na formação do esqueleto desde a constituição da matriz até a mineralização. Facilita o efeito da calcitonina em depósitos de cálcio nos ossos e diminui a calcemia. O hidróxido de alumínio ou de magnésio utilizado em antiácidos dificulta a absorção de fosfatos formando complexos insolúveis. A absorção de cálcio também é limitada por antiácidos com hidróxido de alumínio logo, essa associação não é aconselhável. Exemplos de alguns antiácidos que não contêm hidróxido de alumínio: Alcalitrat®, Bicarbonato de sódio®, Bisuisan®, Gastrobene®, Leite de Magnésia®, Magnésia bisurada®, Sonrisal®, etc.

Vantagens:

forma mais rápida e fácil de se obter tais substâncias e com a vantagem da administração por via oral;

útil para pessoas que vivem em regiões não tropicais ou polares, onde a exposição ao sol para síntese de vitamina D é muito difícil;

útil na reposição de cálcio das pessoas que têm má absorção ou intolerância a leite e derivados;

o cálcio pode abaixar a pressão;

o excesso de vitamina D pode causar alguns distúrbios e acentuar a excreção de cálcio pela urina, causando efeito contrário (Knoplich, 1994);

pode ocorrer interações medicamentosas com contraceptivos orais ou estrogênios, o que pode aumentar a absorção de cálcio, tornando-se vantajoso no tratamento da osteoporose na pós-menopausa (Jahnel,1999);

teoricamente, a suplementação isolada de cálcio pode reduzir os riscos de fraturas em 10%; a suplementação de cálcio em mulheres entre 35 e 43 anos previne a perda óssea e permite a entrada na menopausa com massa óssea maior (www.uddo.org).

Desvantagens:

o excesso de cálcio pode causar e/ou agravar doenças, tais como cálculo renal, cálculo biliar e hipercalciúria, sendo contra-indicado nessas condições;

uma dieta rica em fibras prejudica a absorção intestinal de cálcio nos idosos, por isso, eles devem ingerir cálcio num intervalo maior das refeições;

uma dieta para emagrecer também prejudica a absorção de cálcio;

os efeitos colaterais que podem ocorrer com a suplementação de vitamina D são hipercalcemia (sintomas recentes: constipação severa, secura na boca, dor de cabeça, depressão, gosto metálico na boca, etc.; sintomas tardios: confusão, sonolência, aumento da sensibilidade dos olhos e pele à luz, especialmente em pacientes que fazem hemodiálise, etc.), hipercalciúria, hipotensão (tonturas), (www.uddo.org ; Jahnel, 1999).

várias interações medicamentosas, como por exemplo, com tetraciclinas via oral, fenitoína, etidronato, calcitonina, álcool, cafeína, tabaco, etc.

toxicidade da vitamina D associada com hipercalcemia (sintomas recentes: constipação, boca seca, aumento da freqüência de micção, gosto metálico na boca, etc.; sintomas tardios: dor nos ossos, escurecimento da urina, dores musculares, náuseas, vômitos, etc.);

interações medicamentosas da vitamina D com diuréticos tiazídicos, análogos da vitamina D, preparações contendo vitamina D, digitálicos, etc. (Jahnel, 1999).

Algumas formas farmacêuticas disponíveis no mercado: Calciferol®, Calcigenol B12®, Calcigenol Irradiado®, Calcio Sandoz®, Calci-Ped®, Calcium D3®, Calcitriol®, Calciumvit®, Calsan®, C-Cálcio®, Deficical B12®, Hypercalcio®, Kalyamon B12®, Miocalven®, Natecal®, Natecal-D®, Os-Ca®l, Os-Cal-D®, Osporin®, Ossopan®, Osteocalcic®, Triocalcio®, entre outras.

 

seta.gif (74 bytes) Fluoreto

O íon fluoreto é rapidamente depositado nos ossos, onde é incorporado na rede cristalina da hidroxiapatita, substituindo o íon hidroxila. Este processo resulta em uma fase mineral de maior cristalinidade e numa diminuição da solubilidade e reatividade química. Aumenta a atividade osteoblástica através da ativação de precursores na diferenciação, e aumenta a densidade mineral óssea predominantemente no osso trabecular: 5 a 10% ao ano (Costa, 1998). Em doses altas crônicas, os íons de fluoreto aumentam a formação de novos ossos e, em excesso, causam uma forma de hiperostose com ossos densos, e exostoses que são complicações neurológicas devido ao crescimento ósseo excessivo e calcificação de ligamentos. Foi observado que o uso de fluoreto para tratamento da osteoporose não produz resultados satisfatórios, possivelmente devido a variações na posologia do fluoreto, retenção de íon absorvido e captação de cálcio durante a terapêutica. A estimulação da formação de novo osso, efeito conveniente não observado com os outros agentes antes mencionados, infelizmente está associada à produção de osso mal mineralizado e, possivelmente, também de estrutura insegura. Se a dose de fluoreto é moderada (25mg por dia) e se a suplementação de cálcio é dada em dose de pelo menos 1g por dia e associada à vitamina D 50.000 UI duas vezes por semana, há produção considerável de novo osso. Não há toxicidade significativa, embora em alguns pacientes seja observado dor ao levantar pesos, especialmente nos tornozelos e joelhos, desaparecendo com a suspensão do fluoreto. Esses programas terapêuticos não foram aprovados para uso rotineiro (Harrison et al., 1995). O fluoreto deve ser administrado intermitentemente sob controle cuidadoso para melhorar a formação óssea com o mínimo de efeitos colaterais (Costa, 1998).

Vantagens:

estimula a formação óssea, além de prevenir a cárie dentária;

como o flúor só compete com o cálcio e não com estrógeno e calcitonina, pode ser prescrito com estes concomitantemente.

Desvantagens:

contra-indicado na insuficiência renal crônica e osteomalacia;

20-80mg por dia de forma contínua e prolongada causa fluorose (intoxicação);

8mg por dia aumenta em 10% a osteoesclerose;

1/3 dos pacientes apresenta dores nas extremidades inferiores e distúrbios gastrintestinais, tais como náuseas, azia e queimação. Estes efeitos podem ser minimizados com cápsulas de monofluorfosfato de ação prolongada ou com ingestão simultânea de carbonato de cálcio (Costa, 1998).

Algumas formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: Natalins com Flúor®, Nativit Flúor®, Poly-Vi-Flúor®, Tri-Vi-Flúor®.

 

seta.gif (74 bytes) Biofosfonatos

Os biofosfonatos são análogos químicos do pirofosfato, um composto natural. A substituição na estrutura básica P-O-P do pirofosfato por P-C-P torna o biofosfonato resistente à ação de enzimas que degradam o pirofosfato. Os biofosfonatos agem durante a reabsorção óssea, quando são liberados pela acidificação e captados pelos osteoclastos alterando sua capacidade reabsortiva, ou seja, diminuindo o turnover. Exceto quando administrados em grandes doses, os biofosfonatos não afetam a formação óssea nem a mineralização (Moreira Jr., 1999). Reduzem a hidroxiprolina e a deoxipiridinolina urinárias, devido à potente inibição da reabsorção óssea. Têm grande afinidade pelos cristais de cálcio, formando complexos com a hidroxiapatita dos ossos, acarretando modificação na estrutura cristalina e inibindo assim a dissolução dos cristais (Korolkovas, 1999). São eliminados pela urina e, no hiperparatireoidismo diminuem a calcemia, a excreção de cálcio, e os níveis de hidroxiprolina, deoxipiridinolina e NTx.

Causam aumento da rebsorção tubular de fosfato, podendo levar à fosfatemia; na vigência de corticoterapia pode ocorrer efeito protetor da perda de massa mineral óssea.

São antiabsortivos indicados nos perdedores rápidos, ou seja, nos pacientes com alta remodelação óssea ou rebsorção óssea aumentada; são eficientes principalmente quando a osteoporose foi produzida por cortisona.

Vantagens:

são potentes inibidores da reabsorção óssea;

são resistentes à hidrólise enzimática;

têm efeito protetor de perda de massa mineral óssea na corticoterapia.

Desvantagens:

efeitos colaterais, tais como náuseas, vômitos e diarréia, hipocalcemia;

deve-se evitar o uso de alimentos com alto teor de cálcio (leite e laticínios);

seu uso é contra-indicado em pacientes com insuficiência renal, distúrbios no metabolismo de cálcio e deficiência de vitamina D.

Os biofosfonatos comercializados no Brasil são ácido alendrônico ou alendronato, ácido clodrônico e ácido pamidrônico ou pamidronato (Korolkovas, 1999)). O etidronato é também um biofosfonato e vem sendo avaliado na Nova Zelândia e, é necessário ingeri-lo com o estômago vazio e em alternação cíclica padrão com cálcio (2 semanas de etidronato seguidas de 10 semanas de cálcio). Isso dificulta a adesão ao tratamento, que é reforçado pelos efeitos colaterais, tais como náuseas e inflamação de esôfago (www.familydoctor.co.nz). Entretanto, aumenta a densidade óssea e diminui a taxa de fraturas em pacientes com osteoporose. Foi aprovado para o uso na moléstia de Paget e, tem sido amplamente usado no tratamento da osteoporose (Moreira Jr., 1999).

O alendronato é mais efetivo que o etidronato e, também, melhor absorvido oralmente. Pode causar efeitos colaterais semelhantes aos do etidronato. Deve ser tomado diariamente, cerca de 30 minutos antes do desjejum matinal; a complicada alternação com cálcio não é necessária, na verdade, a ingestão de cálcio junto com o medicamento deve ser evitada, pois reduz sua absorção. Foi aprovado pelo FDA americano e tem demonstrado um aumento de massa óssea de 10% na coluna lombar e 6% no fêmur. Estudos mostraram redução de 46% da incidência de fraturas vertebrais e de 51% da incidência de fraturas do colo do fêmur.

É bem tolerado e os efeitos adversos significativos são dose-dependentes, destacando-se a intolerância gástrica e dor epigástrica. Dor músculo-esquelética, dor abdominal, obstipação ou diarréia também são relatados, sendo que os episódios de dor são, em geral, leves e transitórios. O alendronato não impede o turnover ósseo, apenas o reduz aos níveis pré-menopausais normais, não havendo evidências de inibição de mineralização de osteóide neoformado. Os marcadores de rebsorção óssea diminuem em média 50% com um mês de tratamento; apesar desses valores retornarem ao normal com o tratamento, a partir de três semanas de interrupção há evidências de leve supressão do turnover ósseo (remodelação óssea). Isso acontece até dois anos depois da suspensão do tratamento (Moreira Jr., 1999).

O alendronato é utilizado no tratamento da osteoporose, inclusive a induzida por corticosteróides, doença de Paget e hipercalcemia. É encontrado com os seguintes nomes comerciais: Bonalen®, Endronax®, Fosamax®, Osteoral®.

O ácido clodrônico é usado como clodronato dissódico tetraidratado. É pouco absorvido, a nível gastrintestinal, quando administrado via oral e é excretado, principalmente, pela urina na forma inalterada. O fracionamento da dose oral em duas administrações diárias reduz os efeitos adversos gastrintestinais e, as doses devem ser reduzidas na insuficiência renal. É indicado, também, na hipercalcemia relacionada com câncer, hiperparatireoidismo, doença de Paget e metástase óssea (Korolkovas, 1999). As formas farmacêuticas disponíveis no mercado são: Bonefós® e Ostac®.

O ácido pamidrônico é utilizado como pamidronato dissódico pentaidratado pela via intravenosa, mas não é usado para o tratamento da osteoporose. É indicado no tratamento da doença de Paget, metástases ósseas sintomáticas causadas por câncer de próstata e hipercalcemia moderada associada com neoplasias. A única forma farmacêutica disponível no mercado é Aredia®.

seta.gif (74 bytes) Diuréticos tiazídicos

Os diuréticos tiazídicos reduzem a deterioração da DMO através do aumento da reabsorção de cálcio no túbulo renal. Não são usados, com freqüência, diretamente para o tratamento da osteoporose; entretanto num estudo realizado em pacientes idosas ficou evidente a diminuição do índice de fraturas do colo do fêmur nas que usavam esses medicamentos para tratamento da hipertensão (Marinho, 1995).

Autoras: Prof. Claudia Maria Oliveira Simões, Joseane Ganske de Carvalho e Marcília Baticy Monteiro Morais - UFSC Mande um e-mail
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Data da Publicação: 29/01/2002

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