Estima-se que até 2.025 o
número de fraturas femurais em homens seja igual ao das mulheres hoje (Costa, 1998).
Embora com menor incidência, os homens também estão propensos a adquirir osteoporose,
que é sempre secundária. A menor incidência de osteoporose primária deve-se ao maior
pico de massa óssea adquirido pelo homem, à menor expectativa de vida e à ausência de
menopausa. Dados
estatísticos sobre a doença nos homens:
a mortalidade e a morbidade em fraturas de fêmur é o
dobro em relação às mulheres;
ocorre perda de osso cortical (osso compacto) de 2-4% a
cada década, a partir dos 40 anos e de osso trabecular (osso esponjoso) de 7-12% a cada
década, a partir dos 30-35 anos;
apresentam 15% de todas as fraturas compressivas
osteoporóticas vertebrais;
ocorrem 20-25% do total das fraturas de fêmur nos
homens (Costa, 1998).
Os fatores de risco são:
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histórico familiar de osteoporose e fraturas;
inatividade física;
tabagismo e/ou alcoolismo;
doenças malignas;
baixa ingestão de cálcio; Saúde em Movimento.com.br
síndrome de má absorção e/ou desnutrição;
ingestão em excesso de sódio, cafeína e proteínas;
uso prolongado de cortisona;
hipogonadismo;
gastrectomia;
doenças hepáticas que reduzem os níveis de
testosterona.
O álcool diminui o nível de
testosterona plasmática que diminui a atividade dos osteoblastos e leva a uma
diminuição da osteocalcina sérica (cuja síntese depende de vitamina K). Como
conseqüência, há uma diminuição da absorção de cálcio pelo intestino, ocasionando
hipercalcemia e aumento da secreção do paratormônio. Ocorre então a hidroxilação
hepática, ou seja, a redução de metabólitos séricos ativos de vitamina D. O álcool
leva, também, ao aumento do cortisol plasmático.
O fumo é provavelmente um dos maiores
fatores de risco, uma vez que, acredita-se, interfere na absorção intestinal de cálcio
(Costa,1998).
Uma ingestão maior do que 320mg de
cafeína por dia (3-4 xícaras de café) pode aumentar a calciúria (perda de cálcio na
urina). O excesso de proteínas aumenta o sódio e o cálcio urinários devido à acidose
metabólica.
Os corticóides aumentam a reabsorção
e diminuem a formação óssea, além de causar efeitos semelhantes aos do álcool:
diminuição da absorção intestinal de cálcio, hipercalcemia, aumento da secreção do
paratormônio e estímulo da atividade osteoclástica.
O hipogonadismo é o decréscimo
progressivo de testosterona, sendo que é maior nos indivíduos com doenças sistêmicas.
Nos homens não há, via de regra, um quadro clínico muito evidente; alguns apresentam
estresse, depressão, cansaço, desinteresse e perda da libido. A redução da produção
desse hormônio começa, em 30% dos casos, a partir dos 40 anos e, ás vezes, até antes.
Na osteoporose vertebral, 30% apresentam
deficiência hormonal há muito tempo; em idosos com fratura de colo o nível de
testosterona é geralmente baixo, a maioria dos osteoporóticos com deficiência de
testosterona e com mais de 60 anos, apresentam diminuição da potência e libido há 20
ou 30 anos (Costa, 1998). Saúde em
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Assim como nas mulheres, as medidas de
prevenção englobam a prática de exercícios físicos regulares, redução do álcool e
fumo, e ingestão diária adequada de cálcio elementar.
As causas e os fatores associados à
osteoporose em homens estão reunidos na tabela abaixo:
Causas e fatores |
% de ocorrência |
Desconhecidas |
50,6 |
Uso de Glicocorticóides |
16,5 |
Abuso de álcool |
10,7 |
Hipogonadismo |
6,1 |
Pós-gastrectomia |
5,3 |
Osteogênese imperfeita |
3,1 |
Neoplasias |
2,2 |
Uso de Anti-convulsivantes |
1,9 |
Diabete mellitus |
1,1 |
Imobilização |
0,6 |
Homocistinúria |
0,6 |
Outros |
1,4 |
Fonte:
Costa,1998
O diagnóstico é feito através do
exame da Densitometria óssea pelo DXA (densitômetro Dual X Ray Absormetry) em duas
posições, lombar e femural.
O tratamento é feito através de
terapia de reposição de testosterona, medidas gerais para aumento de peso, cálcio e
vitamina D, calcitonina injetável ou nasal, e exercícios.
Autoras: Prof. Claudia
Maria Oliveira Simões, Joseane Ganske de Carvalho e Marcília Baticy Monteiro Morais -
UFSC
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