Personal Trainer - prescrição aplicada a obesos
Aplicado a obesos
A obesidade é a condição na qual a quantidade de gordura corporal excede aos
limites determinados, baseados em médias observadas na população.
A obesidade relaciona-se com inúmeras doenças incluindo diabetes, coronariopatia,
distúrbios psicológicos, doença renal, hipertensão, apoplexia, males hepáticos e
dificuldades mecânicas. Consequentemente, a expectativa de vida é significamente
menor entre a população obesa. A obesidade excessiva pode resultar em aumento de
até 100% na normalidade, em relação à que se poderia esperar.
“A obesidade é, indiscutivelmente, um dos maiores problemas de saúde da
sociedade moderna”.
Causas e conseqüência da obesidade:
A obesidade começa no início da infância e, no caso de ocorrer, as
probabilidades de obesidade na vida adulta são três vezes maiores, em comparação
com crianças de peso corporal normal.
Até os três meses de idade, os lactentes não podem ser diferenciados em termo de
antropometria, taxa metabólica pós- prandial, quociente respiratório ou ingestão
de energia metabolizável. Entretanto, dos três meses até 1 ano, o gasto
energético total para os lactentes que, a seguir, se tornavam gordos era 21%
mais baixo, em comparação com os lactentes que mantinham um aumento normal de
peso.
Os períodos críticos do surgimento da obesidade são os 12 primeiros meses de
vida, na fase pré - escolar e na puberdade. Sendo que a forma mais grave inicia
neste último período, a partir daí segue progressivamente.
As células gordurosas provavelmente aumentam em número até o início da
adolescência. A falta de exercício e o excesso de comida podem estimular sua
formação. As pessoas obesas possuem um número maior de células gordurosas que
contém um volume de lipídios maior que seus equivalentes magros.
A gordura excessiva se manifesta também lentamente durante a vida adulta, com o
período entre os 25 e 44 anos, constituindo os anos mais perigosos. A obesidade
progressiva se associa a obesidade hiperplásica, o que dificulta
extraordinariamente o controle do peso corporal na idade adulta. A obesidade
quase manifesta na idade adulta tem de apresentar características hipertróficas,
e portanto é mais suscetível à reversão.
A obesidade não se trata, necessariamente de excesso de comida. Ela só tem uma
causa direta: o balanço calórico positivo. Uma pessoa somente irá engordar se a
quantidade de calorias que ela ingerir superar a quantidade de calorias gastas.
Entretanto, outros fatores podem gerar obesidade, como socioculturas, genéticos,
endócrinos e metabólicos.
A seguir, serão destacados alguns fatores que têm sido amplamente relacionados à
obesidade.
Inatividade física: a obesidade infantil está mais associada à
inatividade física do que `a super alimentação. As crianças obesas além de
hipoativas, apresentam um gasto energético 20,7% menor que as não obesas.
Os aumentos na gordura corporal podem constituir muito mais uma função do nível
de atividade que da idade. Curiosamente, não foi evidenciada qualquer relação
entre a gordura corporal e a ingestão calórica. Isso sugere que a maior
quantidade de gordura corporal observada entre os homens de meia idade ativos,
em comparação com seus congêneres mais jovens, representava a conseqüência de um
treinamento menos vigoroso não de uma ingestão alimentar maior. Esses achados
indicam que a tendência para os aumentos na gordura corporal com o
envelhecimento pode ser minorada, até certo ponto, com aumento na atividade
física diária.
Fatores socio-culturais: os hábitos familiares, bem como o de amigos,
podem contribuir de forma significativa para a instalação de maus hábitos
alimentares, o que, por sua vez, pode levar ao desencadeamento do processo de
obesidade.
Existem relatos de obesidade que atribuem sua obesidade a problemas psicológicos
ou emocionais. Problemas pessoais de ordem financeira, social ou afetiva podem
provocar distúrbios comportamentais ou psicológicos que podem levar a pessoa a
ingerir alimentos em excesso, ou a adotar uma vida mais sedentária, ou mesmo
combinar as duas coisas causando o balanço calórico positivo e o conseqüente
aumento dos depósitos de gordura no corpo.
Fatores genéticos e endócrinos: freqüentes são os relatos de que
aspectos hereditários certamente predispõem os indivíduos à obesidade. Uma
criança tem 10% de chance de ficar obesa se os pais tem peso normal, 50% de
chance se um dos pais é obeso, e 80% se ambos são obesos.
A obesidade, principalmente em sua forma extrema, tende a se familiarizar ,
sendo muito mais comum nas crianças quando ambos os pais são obeso, do que
quando nenhum deles é.
Três diferentes manipulações de natureza endócrina podem produzir obesidade:
administração de insulina, glicocorticóides e castração. Tem-se observado que a
elevação experimental de insulina produz hiperfagia ou aumento do apetite. Mas,
apenas 5 % dos obesos são de origem hormonal ou genética.
A grande ameaça da obesidade está na predisposição a doenças cardiovasculares e
pulmonares. Os casos mais severos são: influência cardíaca,
tromboses e hemorragias cerebrais e, romboses coronarianas. A taxa de
mortalidade nos diabéticos é quase quatro vezes maior nos obesos do que nos não
obesos.
Dentre as doenças que podem ser agravadas pela obesidade, destacam-se o diabete
mellitus, a doença vascular hipertensiva, a arteriosclerose, as varizes
essenciais dos membros inferiores, etc.
Segundo Kannel & Gordon, há a diminuição entre 25 - 35 % no número de moléstias
graves com a diminuição do peso.
O obeso está mais sujeito a ferimentos corporais por acidentes. Pois sofre
redução de suas capacidades físicas e diminuição da velocidade de movimento.
As mulheres obesas estão mais propensas a complicações durante a gravidez.
A obesidade diminui a longevidade, ou seja, apenas 60% dos obesos chegam aos 60
anos, em comparação a 90% das pessoas magras.
O sistema circulatório é afetado pelo excesso de gordura, sendo que pessoas
portadoras de doenças cardiovasculares deveriam manter o peso aproximadamente
10% abaixo do normal para diminuírem a sobrecarga do coração e do sistema
circulatório.
Classificação:
A obesidade humana é identificada de acordo com vários critérios de
classificação e subgrupos de obesos.
Classificação etiológica: a obesidade é considerada como acúmulo
excessivo de gordura no tecido adiposo. A obesidade exógena é o excesso de
gordura corporal decorrente do equilíbrio positivo entre ingestão e demanda
energética; responsável por 98% dos casos de obesidade. E, os 2 % restantes é
chamado obesidade endógena, que tem causas hormonais provenientes de alterações
do metabolismo tireoidiano, gonadal, hipotálasmo-hipofisiário, de tumores como o
craniofaringeoma e as síndromes genéticas
Classificação segundo a quantidade de gordura: quando a quantidade de
gordura corporal é excessivamente alta é classificada como obesidade mórbida.
Proporções discretamente altas de gordura corporal são definidas como obesidade
leve. Entre esses dois extremos, encontra-se o que se denomina de obesidade
moderada e de obesidade elevada.
Classificação anatômica: de acordo com as características anatômicas
do tecido adiposo, a obesidade pode ser classificada como hiperplásica - número
anormalmente acentuado de células adiposas no organismo; e obesidade
hipertrófica - associada ao tamanho das células que podem alcançar de até 40% do
seu tamanho em relação aos não obesos. Em razão de as intervenções terapêuticas
provocarem modificações apenas no tamanho das células adiposas, não em seu
número, a duração da redução do peso corporal é mais curta, e a velocidade com
que se volta a aumentar o peso corporal é maior nos indivíduos portadores de
obesidade hiperplásica.
Classificação segundo a distribuição regional da gordura corporal: a
obesidade ginóide, também chamada de periférica, caracteriza-se pelo acúmulo de
gordura predominante na metade inferior do corpo (quadril, glúteos, e coxa
superior), sob efeito hormonal das estrógenos. Este tipo predomina nas mulheres
a partir da puberdade. A obesidade andróide, também chamada de obesidade centra,
apresenta acúmulo de gordura nas regiões do abdome, tronco, cintura escapular e
pescoço, sob efeitos hormonal da testosterona e de corticóides. Manifesta-se
sobretudo nos homens. Há possibilidades da obesidade andróide se apresentar em
mulheres como também a obesidade ginóide se apresentar nos homens. Isso ocorre
em pessoas excessivamente obesas quando a diferenciação sexual quanto à gordura
tende a desaparecer.
Classificação segundo a época de início: a obesidade hperplásica é
progressiva, pode começar nos primeiros meses de vida ou principalmente na
puberdade e é de difícil controle. A obesidade hipertrófica se manifesta na
idade adulta e é mais controlável e suscetível à reversão.
Recomendações:
Segundo Pollock, em condições ideais, a obesidade deveria ser prevenida. Apesar
da prevenção se constituir numa questão de equilíbrio entre o consumo energético
(gasto), o tratamento da pessoa obesa envolve um plano de ação muito mais
complexo, que deve ser prescrito e orientado de acordo com o grau de indivíduo.
O American College of Sports Medicine (ACSM), recomenda exercícios físicos que
demandam um maior gasto energético e que utilizem principalmente o sistema
aeróbio de produção de energia. Neste caso, exercícios como caminhada, corrida,
ciclismo, ergométrica e a natação são os mais indicados.
Não se deve descuidar do sistema neuromuscular. Devido ao maior peso corporal do
indivíduo, as estruturas articulares podem ser comprometidas. É importante
desenvolver o sistema locomotor, proporcionando a sustentação fundamental para o
desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório, através da melhoria da
resistência localizada, em atividades de longa duração.
A duração de cada sessão de treinamento deverá ser suficiente para uma demanda
energética em torno de 300Kcal. A freqüência semanal de 5 - 6 vezes e a
intensidade inicial de 50 - 60% FC máxima ou 40 - 50% do VO2máx.
Riscos associados à obesidade:
Doenças cardiovasculares
Hipertensão arterial
Diabetes e lipídios plasmáticos
Outras disfunções(osteo-artrites)
Doenças de vesícula biliar
Fonte:Prof.
Ms. Jeferson Macedo Vianna
Tel. (32) 3236-1081 / 9987-5089 E
E-mail: jeferson_vianna@uol.com.br ou
jvianna@faefid.ufjf.br
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