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Fisiologia do Exercício - Algumas considerações sobre limiar anaeróbio

O Limiar Anaeróbio

é aceito como o melhor índice fisiológico para a prescrição de treinamento e previsão de resultado.
Até pouco tempo esse era um índice que cabia apenas aos grandes Laboratórios de Universidades fornecerem, hoje graças ao desenvolvimento e barateamento dos equipamentos necessários para sua determinação esse conceito está sendo utilizado numa escala muito maior. As grandes Academias e Clubes já estão se utilizando dele, pois tem em suas salas de avaliação equipamentos que possibilitam sua verificação.

O Limiar Anaeróbio é baseado no comportamento que as concentrações de lactato sanguíneo apresentam em diferentes intensidades de esforço. Existe uma intensidade de esforço até onde os processos de produção e remoção de ácido láctico estão equilibrados não existindo acúmulo. Quando essa intensidade de esforço é excedida passa a existir um acúmulo de lactato o que provoca a fadiga mais rapidamente.

A grosso modo é por isso que a perna fica mais pesada quando corremos numa intensidade mais forte.

Cada componente do metabolismo reage de maneira específica ao aumento das intensidades de exercício. A seguir vamos comentar o comportamento de alguns componentes.

VO2 - Consumo de Oxigênio

O VO2 aumenta progressivamente e de maneira proporcional à intensidade de exercício. Num teste de esforço aumenta da primeira carga até às últimas cargas.

Quando o teste é levado à exaustão verificamos que não ocorre aumento do VO2 na última carga, isso é um indicativo de que o Consumo Máximo de Oxigênio já foi atingido.

Mesmo aumentando a carga o indivíduo não consegue consumir maiores volumes de Oxigênio apesar de sua Ventilação Minuto ter aumentado. Essa é uma das características que coloca que o VO2 max não é limitado pelo Volume de Ar Inspirado

Verificamos que quando o aumento de carga é progressivo, e sempre na mesma magnitude, o VO2 possui um aumento linear.

Ácido Láctico ou Lactato sanguíneo

Nas primeiras cargas a concentração do ácido láctico permanece pouco alterada, muito próxima aos níveis de repouso permanecendo assim até um determinado ponto quando então passa a aumentar desproporcionalmente em relação ao que vinha acontecendo nas cargas anteriores.
Mesmo quando o aumento de carga é progressivo, e na mesma magnitude, o Ácido Láctico possui um aumento linear até certo ponto passando a aumentar de maneira mais intensa.

Produção de Dióxido de Carbono - VCO2

A produção de CO2 tem um comportamento muito parecido ao do lactato, ou seja, tem um aumento linear e progressivo, até um certo ponto quando então perde essa condição de linearidade e passa a ter um aumento mais acentuado. Essa produção de CO2 tem uma relação de causa e efeito (que não está bem estabelecida) para com o ácido lático, ou seja, quando existe um aumento muito acentuado da produção de ácido lático os níveis do pH sanguíneo são alterados produzindo uma acidose metabólica. Mediante essa condição os mecanismos de homeostase tentam tamponar (equilibrar) essa acidez metabólica promovendo uma hiperventilação como forma de eliminar o CO2 que foi produzido, para que as condições orgânicas voltem ao normal.
Verificamos que o comportamento da Produção de CO2 é igual ao comportamento do ácido láctico, e o que mais chama a atenção é que o aumento mais acentuado desses dois itens ocorre na mesma carga, no mesmo VO2 e na mesma Frequência Cardíaca, é o que justifica muitos autores se utilizarem do Limiar Ventilatório com prognóstico para determinação do Limiar de Lactato.

Ventilação Minuto - VE

Podemos verificar que a ventilação minuto tem o mesmo comportamento da produção de CO2. Se esses dois itens possuem o mesmo comportamento há de se presumir que exista alguma relação entre os dois, e existe. Quando a produção de CO2 é elevada os receptores para CO2 transmitem uma informação para o Sistema Nervoso Central que dá uma resposta para que se promova uma hiperventilação com o objetivo de fazer com que o CO2 seja eliminado do sangue o mais rápido possível.

Quando uma pessoa fica ofegante em uma determinada intensidade é sinal de que a produção de CO2 foi aumentada e não de que ela precisa de mais oxigênio.

Sempre que um indivíduo tem sua ventilação aumentada desproporcionalmente em relação à intensidades de exercício mais fracas é sinal de maior produção de CO2 e também de Lactato.

O limiar anaeróbio pode ser aumentado com o treinamento. Tomando como exemplo exemplo um nadador que no período pré treinamento possuía seu limiar anaeróbio numa velocidade abaixo de 1,0 m/s. Após 5 meses de treinamento verificamos o aumento desse limiar, ou seja, a ocorrência do acúmulo do lactato se processou numa velocidade de nado maior, em torno de 1,2 m/s.

Qual o significado prático disso? Se na fase pré treinamento ele nadasse numa velocidade de 1,0 m/s ele já teria altas concentrações de lactato nos primeiro minutos da atividade. Na Fase pós treinamento verificamos que uma velocidade de 1,2 m/s ele ainda não tem sua concentração de lactato aumentada. Ou seja o processo de fadiga por grandes concentrações de lactato não será instalado pois produção e remoção do lactato estão equilibradas, ele conseguirá nadar mais rápido por mais tempo sem entrar em fadiga.
Por essa figura podemos verificar que as concentrações máximas de lactato permaneceram inalteradas. A conclusão que podemos chegar é que o que podemos alterar com o treinamento são as concentrações submáximas de lactato e não as máximas, são considerações que merecem mais estudos.

Verificamos também que o Limiar Anaeróbio Ventilatório aumenta com o treinamento. Quando realizamos um teste num período pré treinamento a hiperventilação do avaliado ocorre numa intensidade de exercício mais leve quando comparada a um teste realizado a alguns meses após o início do treinamento.

Em intensidades de nado baixas as concentrações de lactato permanecem próximas às de repouso, a partir de um certo ponto passa a existir um aumento acentuado das concentrações, isso ocorre mesmo que o aumento da intensidade ocorra na mesma proporção ao que vinha acontecendo.

Prescrição de treinamento pela idade X Limiar Anaeróbio

A fórmula 220 - idade, ou qualquer outra que utilize a FC max estima pela idade, é de extrema importância para a prescrição da atividade física.

Esses valores foram encontrados através de análises estatísticas para se determinar onde está a maioria das pessoas da amostragem.

Esse gráfico é aceito no mundo todo como referência para a prescrição da atividade física.

Assim como todo processo de medida indireta sua margem de erro é muito maior que qualquer medida direta, podemos estar incorrendo em erro.

Podemos fazer a seguinte analogia, esdrúxula, porém de fácil memorização:

Se para medirmos uma parede utilizarmos o palmo como unidade teremos um número X de palmos. Sabendo que cada palmo mede 15 centímetro vamos calcular quantos metros tem a parede.
Se compararmos essa medida de palmos com uma medida feita por trena, qual das duas será mais precisa? A medida direta sempre será superior à medida indireta do ponto de vista de precisão.

Nós sabemos que existem pessoas que estão acima e outras que estão abaixo da média, ou mesmo num grupo de pessoas que esteja na média existem aqueles que estão no nível superior e outros que estão no nível inferior da média.

Podemos verificar isso num exemplo de 10 pessoas com a mesma idade, porém com níveis de condicionamento diferentes. Essa exemplificação foi feita da seguinte maneira: foram colhidos dados de teste Ergoespirométrico de 10 pessoas, todas com 40 anos de idade.

Se optarmos pela prescrição da atividade física pela fórmula da Idade, teremos o seguinte cálculo:

220 - 40 = 180

Portanto a FC máxima estimada pela idade é 180 bpm - para todos
Esse cálculo desprezas possíveis diferenças individuais

A faixa onde o treinamento é mais sensível está entre 65 e 85 % da FC Máxima, portanto entre 117 (65%) e 153 (85%).

Valores acima de 85% da FC Máxima correspondem a exercícios acima do Limiar Anaeróbio e e valores abaixo de 65% da FC Máxima correspondem a intensidades de exercício abaixo de um Limiar de treinabilidade, o que não provocaria melhora significativa do metabolismo aeróbio.

O que chama a atenção é que todos teriam basicamente a mesma prescrição de treinamento quando falamos em frequência cardíaca, ou seja a frequência cardíaca de treinamento seria igual para todo mundo - estaria dentro da faixa de 117 a 153, onde 153 bpm seria considerado o "Limiar Anaeróbio" de todas essas pessoas.

No entanto quando pegamos pessoas para trabalhar individualmente nem sempre esses valores de frequência cardíaca estimados pela idade correspondem. Temos casos que o indivíduo não consegue manter o ritmo de exercício por mais que alguns minutos numa frequência cardíaca de 70% da FC máxima estimada pela idade, enquanto outro sente que o esforço dessa mesma frequência cardíaca está sendo muito fraco.

Quando estimamos as FCs de treinamento pela idade temos os mesmos valores para todos os indivíduos que tenham a mesma idade

Para esse grupo tínhamos os resultados do teste Ergoespirométrico, portanto verificamos qual foi a FC máxima real atingida no teste, esses valores foram diferentes entre os indivíduos, alguns estavam acima do valor estimado pela idade, outros abaixo enquanto outros tinham o valor muito próximo ao estimado pela idade. De posse das FC máximas verificamos quais eram os valores correspondentes a 65 e 85%. Percebemos que passou a existir uma diferença entre os indivíduos.

Quando estimamos o Limiar Anaeróbio pela FC Máxima real passamos a perceber que existe uma diferença em relação ao Limiar Anaeróbio pela FC estimada pela idade (85%). O Limiar Anaeróbio passa a ser diferente entre os indivíduos, um determinado indivíduo pode passar a Ter uma zona alvo diferente quando à calculamos a partir da FC Máxima estimada pela idade e quando calculamos pela FC Máxima real.

Fonte: Apostila Limiar Anaeróbio - Prof. Alex
CEFISE - Centro de Estudos da Fisiologia do Esporte
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Fone: 0 xx 19 - 34662350 / 0 xx 19 - 3476.6835
e-mail - cefise@cefise.com.br

Data da Publicação: 06/05/2002

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