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Taquicardia Ventricular

DEFINIÇÃO

Taquicardia ventricular (TV) é um ritmo cardíaco complexo, originário nos ventrículos. Geralmente a freqüência cardíaca é regular, entre 150 a 200 batimentos por minuto. Há dissociação entre a atividade atrial e ventricular. A freqüência rápida e a dissociação átrio-ventricular (A-V) podem levar à redução do enchimento cardíaco, com baixo débito, hipotensão e parada cardíaca.

Taquicardia Ventricular Atípica (também conhecida como TV polimórfica ou Torsades de Pointes) é um tipo particular de TV associado com intervalo QT prolongado.


CAUSAS TÓXICAS

Muitas substâncias tóxicas causam taquicardia ventricular. Indivíduos com doença cardíaca isquêmica de base estão particularmente em risco.

Exemplos importantes incluem:

Taquicardia ventricular:

  • Acônito (encontrado em certos preparados herbais chineses)
  • Anfetaminas e outros estimulantes relacionados
  • Glicosídeos cardíacos (digoxina, digitoxina)
  • Hidrato de cloral
  • Fluorocarbonetos clorados
  • Cocaína
  • Quinidina e outros antiarrítmicos tipo 1a
  • Quinino
  • Teofilina
  • Antidepressivos tricíclicos

Taquicardia Ventricular Atípica (Torsades de Pointes):

  • Amiodarona
  • Antihistamínicos (terfenadina e astemizole)
  • Arsênico
  • Fluoreto
  • Quinidina e outros antiarrítmicos tipo 1a
  • Tioridazina


CAUSAS NÃO TÓXICAS

  • Infarto agudo do miocárdio ou isquemia
  • Insuficiência cardíaca congestiva
  • Doença intrínsica do sistema de condução
  • Hipocalemia
  • Hipocalcemia
  • Síndromes congênitas com alargamento do QT


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As características clínicas da taquicardia ventricular variam dentro de um largo espectro, de acordo com o débito cardíaco e a perfusão de órgão-alvo. Parada cárdio-respiratória pode ser observada, ou o paciente pode apresentar choque com hipotensão, diaforese, confusão mental ou síncope. Ocasionalmente o paciente pode estar aparentemente assintomático, especialmente indivíduos jovens previamente saudáveis.

No caso de TV atípica, os pacientes podem apresentar abruptos episódios de tontura, fraqueza ou síncope.


DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL

Taquicardia sinusal ou supraventricular acompanhada de complexo QRS alargado.

Vários agente tóxicos podem causar alargamento dos complexos QRS, incluindo:

  • Cloroquina e drogas relacionadas
  • Difenidramina
  • Fenotiazínicos (especialmente tioridazina)
  • Propoxifeno
  • Quinidina e outros antiarrítmicos tipo 1a e 1c
  • Quinino
  • Antidepressivos tricíclicos


INVESTIGAÇÕES RELEVANTES

Um monitor cardíaco é essencial para determinar a atividade elétrica do coração; iniciar a monitorização cardíaca imediatamente e manter observação contínua.

  • ECG
  • Eletrólitos séricos (incluindo potássio, cálcio e magnésio)
  • Gasometria arterial
  • Oximetria de pulso
  • Enzimas cardíacas


TRATAMENTO

O paciente deve ser tratado imediatamente. As prioridades do tratamento são as seguintes:

a) Estabelecer uma via aérea segura se necessário, inicialmente pelo posicionamento e aspiração, ou intubação endotraqueal como medida definitiva.

b) Suporte ventilatório , se necessário, através de ventilação assistida com ambu seguida por ventilação mecânica. Administrar oxigênio suplementar a todos os pacientes.

c) Obter acesso venoso pelo meio mais rápido possível e iniciar a monitorização cardíaca. Se o pulso não for palpável, ajudar a circulação através de compressões torácicas até que o débito cardíaco se restabeleça espontaneamente. A cardioversão direta nas arritmias ventriculares tóxicas raramente tem sucesso e não deve preceder a correção da hipóxia, da massagem cardíaca externa e a administração de antídotos específicos.

d) Outras intervenções específicas:

1. Administrar antídotos específicos se indicado (veja abaixo)
2. Restaurar o balanço eletrolítico
3. Para TV atípica ou polimórfica, administrar sulfato de magnésio ou instalar marcapasso.

Observar que antiarrítmicos são raramente eficazes na TV de origem tóxica. De fato, eles são usualmente prejudiciais e podem aumentar o efeito pró-arritímico do agente tóxico ainda presente.

Antídotos específicos:

Cafeína Beta bloqueadores
Hidrato de cloral Beta bloqueadores
Glicosídios digitálicos Anticorpos específicos Fab-digoxina
Fluoreto Cálcio
Derivados de petróleo Beta bloqueadores
Quinidina e outros agentes tipo 1a/1c Bicarbonato de sódio
Antidepressivos tricíclicos Bicarbonato de sódio

 

EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO

O prognóstico da TV de origem tóxica é geralmente mais favorável do que a TV decorrente de outras causas, quando mantida a circulação durante a fase aguda. Esforços para ressuscitação cardiopulmonar ,especialmente em indivíduos anteriormente saudáveis devem ser realizadas por um longo período. A evolução clínica é dependente do agente causal. Monitorização intensiva e suporte de função cárdio-respiratória são necessários até a resolução da toxicidade.


COMPLICAÇÕES TARDIAS

Lesão cerebral por hipoxia.


AUTORES / REVISORES

Autor: Kent R., Olson, MD, University of California, San Francisco, USA.
Revisão: London 3/98: T. Meredith, L. Murray, A. Nantel, T. Della Puppa, J. Pronczuk; Geneva 8/98: D. Jacobsen, L. Murray, J. Pronczuk.
Tradutor: Dr Ligia Fruchtengarten, Março 99.

Fonte: IPCS INTOX

Obs.: O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação.

Data da Publicação: 29/03/2002

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