DEFINIÇÃO
Reação idiossincrática com
risco de vida, caracterizada por rigidez muscular e hipertermia, está relacionada com a
depleção aguda de dopaminas, tanto pelo uso de drogas neurolépticas, ou de antagonistas
da dopamina ou pela abstinência de agonistas da dopamina.
CAUSAS TÓXICAS
Exposição a doses terapêuticas de drogas
neurolépticas potentes (haloperidol, flufenazina) ou suspensão repentina de agonistas de
dopamina como a amantidina. Os fatores de risco descritos incluem a desidratação e o uso
simultâneo de lítio e antidepressivos tricíclicos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Extrema hiperpirexia, rigidez muscular, disfunção
autonômica (taquicardia, pressão sanguínea elevada ou flutuante), sudorese, taquipnéa,
insuficiência respiratória, estado mental alterado (confusão, delírio, estupor e
coma), sinais extrapiramidais (hipertonia, roda dentada). Insuficiência renal aguda
mioglobinúrica pode ocorrer. A condição pode ser fatal em até 12% dos casos.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Intoxicações por anticolinérgicos
- Catatonia
- Infecção de SNC
- Lesões de SNC
- Abstinência de drogas sedativo-hipnóticas e etanol
- Sintomas extrapiramidais como febre
- Insolação
- Hipertermia maligna
- Febre do fumo metálico
- Desordens psiquiátricas
- Septicemia
- Envenenamento por estricnina
- Distúrbios da tireóide
- Tétano
- Tetania
INVESTIGAÇÕES RELEVANTES
Os testes de laboratorias são geralmente
inespecíficos, mas podem ser usados no diagnóstico diferencial.
- Gasometria - a acidose metabólica está geralmente presente
- Atividade de Creatinino-fosfoquinase - geralmente elevada; elevação intensa
pode indicar um sério risco de insuficiência renal aguda
- TC de cabeça para excluir lesões de SNC
- Eletrólitos - hipercalemia, hiper ou hiponatremia, hipocalcemia
- Testes de função hepática não são característicos, mas podem estar elevados
- Liquor para excluir infecção de SNC
- Função Renal - uréia, creatinina
- Controle de temperatura para excluir infecções
- Análise urinária - mioglobinúria pode estar presente
- Leucograma - leucocitose pode estar presente (entre 12.000 e 30.000/mm3, com ou
sem desvio para esquerda)
TRATAMENTO
1. Fluidos
intravenosos devem ser administrados rapidamente para expandir o volume intravascular, que
está diminuído em decorrência da desidratação, febre, calafrios, tremores e
vasodilatação. Soluções cristalóides são preferíveis.
2. Medidas de
resfriamento devem ser instituídas imediatamente para controlar a hipertermia.
3. Relaxantes
musculares devem ser administrados quando a hipertonia estiver presente.
4. Agonistas
dopaminérgicos, como a bromocriptina, pode ser administrada oralmente ou por sonda
gástrica.
5. Bloqueadores do
canal de Cálcio, como a nifedipina, tem sido relatados como eficazes para reverter muitos
sintomas, tais como hipertensão, febre, taquicardia, incontinência urinária, rigidez e
estupor. O mecanismo ainda não está estabelecido.
COMPLICAÇÕES TARDIAS
Dano cerebral (coma, lesões cerebrais, danos
irreversíveis do cérebro).
AUTOR / REVISORES
Autor: Dr. Anthony Wong, Diretor, Centro de
Assistência Toxicológica, São Paulo, Brasil.
Revisores: Berlim 10/95; Cardiff 9/96: V. Afanasiev, M. Burger, T. Della Puppa, L.
Fruchtengarten, K. Olsen, J. Szajewski.
Tradutores: Dra Daisy Scwab Rodrigues, CIAVE, Salvador, Brasil; Dra Ligia Fruchtengarten,
CCISP, São Paulo, Brasil.
Fonte: IPCS
INTOX
Obs.: O
tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a automedicação
pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores informações, somente
ele pode lhe prescrever alguma medicação. |