DEFINIÇÃO Definições variam, mas consideram geralmente como uma diminuição da
temperatura corporal abaixo de 35°C (95°F). Pode ser leve (32 a 35°C), moderada (27 a
32°C), grave (20 a 27°C) ou profunda (< 20°C).
CAUSAS TÓXICAS
- Alcoois
- Opióides
- Sedativos
- Alfa-bloqueadores
- Agentes hipoglicemiantes
- Nafazolina
- Fenotiazínicos
CAUSAS NÃO TÓXICAS
- Ambientais
- Lesão de sistema nervoso
- Sepsis
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sinais e sintomas dependem do grau de
hipotermia. Depressão progressiva de SNC é observada com a diminuição da temperatura
corporal. O diagnóstico é feito através da medida de temperatura corporal abaixo de
35°C (utilizando termômetro para baixas temperaturas ou sensor térmico). Letargia
geralmente ocorre com temperaturas abaixo de 32°C, e ausência de resposta aos estímulos
verbais em temperaturas abaixo de 27°C.
Na hipotermia leve para moderada,
taquicardia, hiperventilação e tremores são observados. Mas com temperaturas abaixo de
27°C, estas respostas termorregulatórias são perdidas, os tremores cessam e progressiva
bradicardia e hipoventilação são observadas.
Na hipotermia profunda (abaixo de
20°C), o paciente pode parecer aparentemente morto. Na hipotermia grave, o miocárdio é
mais sensível e predisposto à fibrilação. Gasometria arterial é de difícil
interpretação, mesmo quando corrigida pela temperatura. São também observadas
anormalidades de ECG ( depressão da condução miocárdica, ondas de Osborne,
alterações de segmento ST e onda T), bradicardia, hipotensão e hipovolemia relativa.
INVESTIGAÇÕES RELEVANTES
- Eletrocardiograma
- Gasometria arterial
- Eletrólitos séricos, creatinina sérica, uréia sérica,
glicemia, atividade da creatina fosfoquinase (CPK) e provas de função hepática
- Raio X de tórax
- Investigação toxicológica
TRATAMENTO
Tratamento sintomático e de suporte. Fluidos administrados
endovenosamente podem ser aquecidos até 40 y 42°C.
Em casos leves e moderados, aquecimento passivo externo é
suficiente (uso de cobertores em temperatura ambiente).
Aquecimento central ativo é geralmente reservado para
pacientes com hipotermia grave, não responsivos ao aquecimento passivo externo e / ou com
alterações do ritmo cardíaco (taquicardia ou fibrilação ventricular, assistolia).
Pode ser atingido através da administração de oxigênio aquecido e umidificado; lavagem
gástrica com fluidos quentes; diálise peritonial com fluidos aquecidos; reaquecimento
extracorpóreo (hemodiálise, bypass cardiopulmonar ou femural-femural).
Critérios para morte cerebral não são aplicáveis para
pacientes hipotérmicos e, se necessário, ressuscitação cardíaca deve ser mantida até
que o paciente esteja aquecido. Tratamento usual para fibrilação ventricular é
geralmente ineficaz até correção da hipotermia.
MONITORIZAÇÃO
- Gasomentria arterial
- Temperatura (usando termômetro para baixa temperatura ou
sensor térmico)
- ECG contínuo
- Repetir análise toxicológica, quando
indicado
- Eletrólitos séricos, creatinina sérica, uréia sérica,
glicemia, atividade da creatina fosfoquinase (CPK) e provas de função hepática. Repetir
análise toxicológica quando indicado.
Manter monitorização até temperatura maior que 35°C.
COMPLICAÇÕES TARDIAS
Hipóxia pode determinar disfunções
orgânicas tardias.
AUTORES / REVISORES
Autor: Dr Albert J. Nantel, Directeur,
Centre de Toxicologie du Québec, Québec, Canada.
Revisores: Cardiff, September 1996: M. Burger, J. Deng, L. Fruchtengarten, L. Lubomirov,
T. Meredith, H. Persson.
Tradutor: Dr Ligia Fruchtengarten, Março 99.
Fonte: IPCS INTOX
Obs.:
O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a
automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores
informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação. |