DEFINIÇÃO Concentração sérica de magnésio acima
dos valores considerados normais (geralmente 0.8 a 1.2 mmol/L, 1.6 a 2.4 mEq/L, 2.0 a 2.6
mg/dL).
CAUSAS TÓXICAS
Estados de hipermagnesemia geralmente
resultam da administração terapêutica excessiva de magnésio ou, pela utilização de
doses convencionais na presença de função renal alterada.
CAUSAS NÃO TÓXICAS
- Estágio final de doença renal
- Rabdomiólise
- Insuficiência adrenal
- Hipercalcemia hipercalciúrica familiar benigna.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Magnésio reduz a transmissão neuromuscular e age como
depressor do sistema nervoso central. Náusea usualmente aparece com 3 - 5 mEq/L.
Sedação, hipoventilação com acidose respiratória, diminuição dos reflexos
tendinosos profundos e fraqueza muscular aparecem com 4 - 7 mEq/L. Hipotensão,
bradicardia e vasodilatação difusa aparecem com 5 - 10 mEq/L. Paralisia respiratória
ocorrre com 10 - 15 mEq/L.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
- Bradicardia devido a outras causas (antagonistas de
beta-adrenoceptor, digoxina, infarto do miocárdio).
- Alteração do nível de consciência devido a outras causas
(overdose de fármacos).
- Fraqueza muscular devido a outras causas (distrofias
musculares).
INVESTIGAÇÕES RELEVANTES
Eletrólitos séricos, uréia, creatinina, glicemia e
gasometria arterial são úteis para determinar o diagnóstico e avaliar a gravidade do
caso. ECG pode ser necessário para avaliar disrritmias cardíacas.
TRATAMENTO
Tratamento da hipermagnesemia é primariamente direcionado
para a remoção da fonte de magnésio e secundariamente para o aumento da remoção, se a
concentração sérica encontrada pode resultar em risco de vida. Infusão de cálcio irá
produzir uma redução do magnésio sérico rápida mas de curta duração, resultando
sempre em dramática melhora das condições clínicas do paciente. Concentrações
séricas elevadas de magnésio na presença de insuficiência renal podem requerer
hemodiálise.
EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO
Concentrações de Magnésio devem ser monitorizadas
durante a intervenção terapêutica. Se a concentração não retornar a níveis
considerados normais, correções posteriores podem ser necessárias. Balanço
hidroeletrolítrico, avaliação cardíaca e balanço ácido-básico também devem ser
monitorizados.
COMPLICAÇÕES TARDIAS
Nenhuma.
AUTORES / REVISORES
Autores: Tim Meredith and Yeong-Liang
Lin, Center for Clinical Toxicology, Vanderbilt University Medical Center, USA.
Revisores: Rio de Janeiro, 5.9.97: J.N. Bernstein, E. Birtanov, R. Fernando, H. Hentschel,
T.J. Meredith, Y. Ostapenko, P. Pelclova, C.P. Snook, J. Szajewski.
Tradutor: Dr Ligia Fruchtengarten, Março 99.
Fonte: IPCS INTOX
Obs.:
O tratamento proposto é apenas para fins didáticos, não se automedique, a
automedicação pode ser perigosa. Caso necessário procure um médico para maiores
informações, somente ele pode lhe prescrever alguma medicação. |