Epilepsia - Saiba mais sobre essa afecção
O que é
a Epilepsia?
Epilepsia (palavra de origem grega que quer dizer atacar de surpresa), é uma afecção
crônica do Sistema Nervoso Central, na qual o paciente é predisposto a apresentar
episódios agudos de descarga excessiva, anormal e transitória de células nervosas
(crises epilépticas).
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Este quadro pode ou não ser acompanhado de
Distúrbios do Comportamento ou Déficit das Funções Cognitivas. Para que se caracterize
a epilepsia, o caráter repetitivo das crises é fundamental, ou seja, uma crise isolada
não constitiu elemento para defini-la.
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A Crise
Epiléptica
É a manifestação clínica causada por uma descarga transitória, excessiva e anormal de
células nervosas. Pode ser comparada a uma tempestade elétrica, ocorrendo num grupo de
neurônios.
As descargas podem variar de local, extensão e severidade, o que leva a uma ampla
diversidade de formas clínicas.
Os sinais e sintomas de uma crise epiléptica (distúrbios da consciência, dos movimentos
ou da sensibilidade) refletem, portanto, a ativação da parte do cérebro afetada por
esta atividade excessiva. Pode ser afetada apenas uma parte do cérebro (crise parcial ou
focal) ou toda extensão dos dois hemisférios cerebrais (crise generalizada).
É importante lembrar que o termo disritmia, aplicado nesta área, não tem fundamento
científico.
Quem sofre com a Epilepsia
A grande variação nos dados obtidos sobre a epidemiologia da epilepsia deve-se à
dificuldade de diagnóstico e ao preconceito que faz com que pacientes e familiares omitam
o problema. A prevalência de epilepsia é estimada em 1 a 2% da população geral.
Considerando-se uma população de 150 milhões de habitantes para o Brasil, teríamos
então, aproximadamente 1,5 milhão a 3 milhões de pacientes epilépticos. Pode-se,
portanto, concluir, que a epilepsia se constitui em um importante problema de saúde
pública.
A incidência varia consideravelmente de acordo com a idade, sendo que mais de 75% dos
pacientes terão sua primeira crise antes dos 18 anos. A faixa mais acometida é a
infantil, grande parte com menos de 2 anos de idade.Estima-se, também, que seja
discretamente mais frequente no sexo masculino e em classes sociais mais baixas.
Diagnóstico
A determinação do diagnóstico de epilepsia requer investigação clínica criteriosa:
- História clínica com descrição da crise;
- Antecedentes pessoais (neurológicos e psiquiátricos);
- Antecedentes familiares;
- Exame clínico;
- Exame neurológico;
- Exames complementares, como:
- Eletroencefalograma (EEG);
- Tomografia computadorizada (TC);
- Ressonância magnética (RM);
- Exame de líquor
O que
causa a Epilepsia
A epilepsia pode ser resultado de malformações congênitas, infecções, tumores,
doenças vasculares degenerativas ou traumas.
A investigação da causa da epilepsia se inicia na análise dos dados obtidos na
história clínica. São eles que irão orientar os próximos passos na direção da causa
mais provável. A razão de mais de ¾ dos pacientes apresentarem início das crises dos
18 anos, a maioria crianças, ainda não é clara. Provavelmente seja devido a maior
vulnerabilidade do sistema nervoso central jovem.
Dentre estes dados, um dos mais importantes é a idade e início das crises, pois a causa
da epilepsia varia expressivamente de acordo com a idade, como pode ser observado no
quadro abaixo:
Como Evolui a Doença
Na maioria dos casos, a duração da epilepsia ativa é curta (inferior a 5 anos) e, uma
vez adquirida a remissão, esta é, usualmente, permanente.
De fato, cerca de 70% dos pacientes entrarão em remissão permanente após a
instituição do tratamento antiepiléptico.
A remissão ocorre precocemente, na maioria dos pacientes. Quanto mais difícil o controle
das crises, pior sua evolução.
Considerando todos estes dados, conclui-se que a instituição de um tratamento adequado,
eficaz e oportuno, melhora o prognóstico do paciente epiléptico.
Distúrbio do Comportamento e Epilepsia
Chamamos de distúrbio de comportamento aquele que se constitui em desvio de um
comportamento aceito como normal para o paciente. Pode ser a exacerbação de um
comportamento por si indesejável (explosões de temperamento), um comportamento normal
ocorrendo em local impróprio (tirar a roupa em público, por exemplo) ou a ausência de
um comportamento normal, como um relacionamento social pobre.
O distúrbio de comportamento só deve ser assim chamado, se a alteração chegar a afetar
negativamente o paciente ou sua integração social.
A prevalência de distúrbios de comportamento entre crianças com diagnóstico de
epilepsia é muito variável, dependendo do grupo de pacientes avaliados. Pode chegar a
níveis superiores a 50% em pacientes acompanhados ambulatorialmente.
Como as funções cognitivas, o comportamento pode ser afetado pelos mesmos fatores
relacionados à epilepsia. Os que se destacam são: aparecimento precoce de crises,
elevada frequência de crises e ambiente familiar negativo.
Como Tratar
O diagnóstico de epilepsia deve ser estabelecido de forma definitiva antes do início do
tratamento.
A decisão de se iniciar o tratamento deve considerar o paciente como um todo: a
severidade do quadro clínico e seu prognóstico. Deve-se ter bem claro o propósito deste
tratamento e a expectativa do paciente.
Tendo-se decidido que o paciente requer tratamento medicamentoso, depara-se a necessidade
de escolher a medicação adequada.
Muito importante é ter em conta que a medicação, após instituída, deverá ser mantida
durante muitos anos, por vezes até o final da vida.
A maneira como o indivíduo interage com o ambiente social (família, trabalho, amigos) é
bastante afetada pelo fato dele ser um portador de epilepsia. O tratamento deve, portanto,
não apenas visar o controle de suas crises, mas a melhora da qualidade de vida do
paciente, garantindo uma melhor integração social.
A escolha da medicação antiepiléptica a ser utilizada é feita com base no tipo de
crise apresentada pelo paciente.
A consequência imediata da escolha adequada da medicação, associada à eficácia contra
as crises, melhora a adaptablidade social do paciente epiléptico, que poderá atender
melhor e mais facilmente às exigências de seu meio, dentro de uma vida de qualidade.
Epilepsia Na Infância e o Preconceito
Sabe-se que aproximadamente 75% dos pacientes epilépticos são indivíduos jovens e que,
destes, grande parte é de crianças.
A epilepsia se apresenta sempre com quadros dramáticos e, mesmo havendo nos dias de hoje,
maiores informações e conhecimentos sobre a doença, é uma moléstia capaz de suscitar
preconceitos e animosidade contra seus portadores. Sendo uma doença que interfere nas
funções cognitivas, obviamente pode comprometer o aprendizado, levando esses pacientes a
uma perda irreparável, tendo-se em vista seu desempenho intelectual no futuro.
Considerando-se esses aspectos, seu tratamento imediato, eficaz e com menor prejuizo na
qualidade de vida, é o objetivo primordial por parte dos médicos, pais e pacientes.
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