DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
O que é
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)?
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica,
também conhecida pela sigla DPOC, é uma condição que se caracteriza por uma
limitação crônica ao fluxo de ar causada por inflamação crônica dos brônquios
(bronquite crônica) e/ou por perda de elasticidade do pulmão por enfisema pulmonar. Esta
diminuição do fluxo pode piorar com as infecções pulmonares e pode melhorar com o uso
de fármacos broncodilatadores, mas sempre existirá uma redução do fluxo aéreo na
respiração. Esta limitação à passagem do ar provocará dificuldade para respirar,
denominado dispnéia. |
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A bronquite crônica é uma doença produzida por uma
excessiva produção de muco traqueobrônquico que se manifesta com tosse e expectoração
no mínimo 3 meses ao ano durante mais de 2 anos consecutivos.
O enfisema é uma doença do pulmão caracterizada por um crescimento anormal dos
alvéolos pulmonares por destruição de seus tabiques.
Causas da doença
A maioria das pessoas que sofrem de obstrução crônica das vias aéreas são fumantes.
Porém, além disso, existem fatores coadjuvantes como a poluição ambiental, a
profissão, as infecções e a herança genética.
Tabagismo: É o fator que mais se
relacionou com a bronquite crônica durante a vida e com o grau de enfisema após a morte
na autópsia. Nos fumantes a queda da função respiratória é o dobro e naqueles
fumantes suscetíveis de desenvolver a DPOC a queda triplica e inclusive quadruplica.Esta
suscetibilidade não pode ser explicada pela quantidade de cigarros fumados, em vista de
existirem outros fatores de suscetibilidade pessoal que fazem com que 15 a 20% dos
fumantes desenvolvam uma DPOC e não o restante. Observou-se que a obstrução das
pequenas vias respiratórias é o defeito mecânico demonstrável mais precoce nos
fumantes jovens e que essa obstrução pode desaparecer por completo ao deixar de fumar.
Ainda que o abandono do tabaco não dê lugar à reversão completa nos casos de
obstrução mais pronunciada, existe uma lentidão significativa da deterioração da
função pulmonar em todos os fumantes que abandonam o tabaco. Portanto, nunca é tarde
para deixar de fumar. Além disso, os não fumantes que convivem com fumantes (fumantes
passivos) possuem níveis elevados de monóxido de carbono, o que indica que estão
significativamente expostos à fumaça do tabaco.
Poluição do ar: Existem mais
bronquíticos crônicos e enfisematosos em áreas urbanas muito industrializadas. Além
disso, o agravamento da bronquite guarda relação com períodos de maior contaminação.
Profissão: A bronquite crônica é
mais freqüente nos trabalhadores expostos a pós orgânicos ou inorgânicos e a gases
nocivos.
Infecções: Os fumantes podem
apresentar ou agravar transitoriamente a obstrução das vias respiratórias, inclusive
com infecções respiratórias leves produzidas por vírus.
Fatores familiares: A asma e a DPOC
podem ser encontradas até 40% mais em indivíduos que procedem de famílias com doenças
respiratórias. Ainda que estar exposto ao mesmo ambiente pudesse ser um fator
determinante, está demonstrado que a suscetibilidade persiste após a correção dos
fatores do meio ambiente.
Quem sofre com a doença
Aproximadamente 20% dos homens adultos tem bronquite crônica, ainda que apenas uma
minoria esteja incapacitada. Os homens são afetados com mais freqüência que as
mulheres, embora o consumo de tabaco entre as mulheres tenha aumentado e também o número
de mulheres com doenças respiratórias. Desenvolverão a DPOC aproximadamente 15% dos
fumantes.
Sintomas da doença
Tentou-se classificar as pessoas que padecem de DPOC em enfisematosos ou tipo A e
bronquíticos ou tipo B, mas a maioria dos pacientes têm enfisema pulmonar e um quadro
clínico misto de bronquite e enfisema.
Uma história de consumo de mais de 20 cigarros ao dia, durante 20 anos, é praticamente
essencial para o diagnóstico da DPOC, ainda que isso dependa mais da suscetibilidade
pessoal que da quantidade de tabaco consumida. A idade de aparição está geralmente
acima de 50 anos. 80% dos casos ocorrem em homens, ainda que cada vez mais existem
mulheres com DPOC devido ao fato de fumarem mais. De modo geral, estes doentes procuram o
médico quando a dificuldade para respirar interfere na sua atividade diária normal, o
que indica uma perda grave da função pulmonar.
A anorexia e a perda de peso são observadas freqüentemente nos períodos avançados da
doença e têm mau prognóstico.
Diagnóstico
São básicas a história dos sintomas e a exploração física. Como provas
complementares podem ser usados:
Espirometria: Permite confirmar o
diagnóstico e quantificar a gravidade do processo. Na DPOC existe uma diminuição do
Volume Espirante Máximo em um Segundo (VEMS) que não aumenta com broncodilatadores.
Entretanto, o volume residual do pulmão, depois de tirar todo o ar possível, está
aumentado devido ao fato de não poder tirar o ar devido à obstrução dos brônquios e o
ar vai acumulando-se.
Gasometria arterial: É uma análise
para medir a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono no sangue das artérias. A
primeira anormalidade presente na DPOC é a hipoxia moderada; constata-se a retenção de
anidro carbônico no sangue quando a doença está mais avançada. Os testes de exercício
são úteis para objetivar o grau de dispnéia, a afetação cardíaca, a aparição de
hipoxia durante o exercício e o grau de limitação para a vida diária.
Eletrocardiograma: Mostra uma
sobrecarga do coração, fundamentalmente se existe uma cor pulmonar. Também são
freqüentes as arritmias.
Exame radiológico: Tanto a
radiografia de tórax como o exploratório torácico ajudam o diagnóstico, ainda que não
sejam definitivos.
Tratamento
1. Tratamento de Base: É absolutamente fundamental o abandono do tabaco. Devem ser
informados os efeitos do tabaco sobre sua função pulmonar e o que ocorreria se
continuassem fumando. Podem ser utilizados emplastos ou chicletes de nicotina, terapia de
grupos, inclusive hipnose, etc. O abandono do tabaco melhora e inclusive elimina a tosse e
a produção de escarro, melhora ligeiramente a função pulmonar e freia a queda do VEMS
produzida pelo consumo de cigarros.
2. Tratamento dos Agravamentos: A DPOC pode agravar-se bruscamente por infecções
pulmonares, aumento da umidade ou da poluição ambiental e pelo tabagismo. A maioria
destes reagravamentos podem ser tratados no ambulatório, ainda que em ocasiões, e quanto
mais avançada estiver a doença, a falha respiratória pode ser mais severa requerendo
sua internação em um hospital e, inclusive, em uma unidade de cuidados intensivos.
Para diminuir a resistência à passagem do ar nas vias aéreas serão utilizados
broncodilatadores e corticóides. Os corticóides são os principais agentes
antiinflamatórios. A via inaladora é a mais adequada porque alcança-se o maior
benefício com os mínimos efeitos adversos. Também podem ser administrados por via oral
e intravenosa.
3. Tratamento da cor pulmonar: A medida fundamental é a correção da hipoxia mediante a
administração de oxigênio. Diversos broncodilatadores e outros fármacos que produzirem
dilatação das artérias pulmonares também são vantajosos.
4. Transplante Pulmonar: É a medida mais drástica no tratamento da DPOC muito grave. O
transplante duplo de pulmão é a técnica de escolha. A principal indicação de
transplante na DPOC é o déficit de alfa-1-antitripsina, que desenvolvem uma DPOC
terminal aos 30 - 40 anos de idade.
Fonte: Novartis
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