Enxaqueca deve receber tratamento especializado
Neurologista afirma que mulheres que sofrem com enxaquecas crônicas perdem desempenho sexual, e que tratamento adequado pode garantir melhoras na qualidade global de vida.
A enxaqueca é uma doença crônica, herdada, e que pode causar diversos prejuízos na qualidade de vida. É o que afirma o neurologista e membro da Sociedade Brasileira de Cefaléia e professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE) João José Carvalho também diz que a mesma "é essencialmente uma doença genética, contra a qual não existem muitos métodos ditos 'alternativos', como dietas e similares, que possam impedir sua manifestação".
Conforme explica o especialista, "a doença, como condição herdada, já está "escrita" no código genético do paciente que irá manifestá-la (em sua forma crônica). Muitas pessoas que sofrem com o problema costumam buscar atividades como ioga, tentar dietas especiais, buscar auxílio de oftalmologistas - crendo que o problema possui origem em alterações na visão - e outros expedientes. Na realidade, não há quaisquer causas externas, não é porque a visão está 'ruim'ou qualquer coisa parecida. O problema surge de uma disfunção biológica dos mecanismos cerebrais responsáveis por regular a dor". Ele também garante que "não há qualquer relação com o estresse".
Entre os efeitos prejudicais das enxaquecas, o neurologista ressalta que "a condição provoca perdas consideráveis no desempenho sexual das mulheres afetadas. Cerca de 67% das pacientes com enxaqueca crônica se queixam, afirmando que as dores interferem no ato". Ele diz: "esse dado surgiu de uma pesquisa minha, que foi recentemente apresentada no Congresso Mundial de Enxaqueca, e que foi provocada pelo relato no meu consultório de uma paciente portadora da enxaqueca crônica que se queixava dos problemas causados pelo quadro na relação sexual". No entanto, João garante que "contrariando o estereótipo da 'dor de cabeça como desculpa', a maioria das mulheres com dores de cabeça crônicas afirmaram não utilizar o problema para evitar o sexo, e das que não possuíam as dores, apenas cerca de 30% afirmaram fazer uso desta desculpa".
Para combater o quadro, o médico recomenda a busca de auxílio especializado, "com um neurologista ou com um especialista em enxaquecas". Ele argumenta que "só um médico capacitado pode indicar o tratamento medicamentoso adequado para combater e/ou impedir o surgimento das dores. Não há outra maneira de enfrentar o problema. O tratamento adequado pode não só aprimorar o desempenho sexual, mas também melhorar a qualidade de vida global da paciente".
Para mais informações sobre enxaquecas e dores de cabeça, acesse: www.sbce.med.br .
Agência Notisa (science journalism - jornalismo científico)
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