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Pediatras demoram a detectar distúrbios de comunicação.

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As crianças que apresentam problemas no desenvolvimento da fala e da linguagem são encaminhadas pelos pediatras tardiamente a especialistas. De acordo com artigo publicado pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, os pediatras geralmente encaminham as crianças para avaliação específica após os três anos de idade.

Simone Aparecida Lopes-Herrera, uma das autoras do artigo, fonoaudióloga e professora da FOB, diz que essa demora “pode prejudicar o desenvolvimento da criança”. Ela considera que os médicos pediatras não estão preparados corretamente para diagnosticar problemas na fala e na linguagem. As formas mais comuns desses problemas são a demora para começar a falar e distúrbios fonológicos (troca de sons ao falar).

A pesquisadora conta que há uma situação comum nesses casos.  “Os pais geralmente são os primeiros a detectar se a criança demora para começar a falar, ou não fala corretamente. E, em muitas vezes, o pediatra diz que ainda não é possível afirmar se há um problema. Mas em crianças de qualquer idade nós, fonoaudiólogos, temos como avaliar isso.”

No estudo, foram avaliados 79 pediatras por meio de um questionário específico com perguntas sobre as etapas do desenvolvimento da comunicação infantil e a forma de atuação dos profissionais nesses casos. Cerca de 90% dos entrevistados mostraram “preocupação” com a idade que a criança deve falar corretamente. Outra questão avaliou a preferência dos profissionais ao encaminhar os pacientes para outro médico especializado: 45,56% deles para otorrinolaringologista, 30,38% para neurologista, e apenas 15,19% afirmam encaminhar o paciente diretamente para o fonoaudiólogo.

Fala e linguagem

Um dado importante é o de que os pediatras que já trabalharam com um fonoaudiólogo têm maior conhecimento da área, porém, a maioria dos profissionais não sabe distinguir fala de linguagem, o que é importante para quem trabalha com saúde infantil.

A fonoaudióloga explica que a linguagem diz respeito à capacidade de representação, e a fala, da expressão. “Se eu digo ‘carro’, você consegue imaginar o que eu falo, você compreende o código. Isso está no domínio da linguagem. Agora, se uma criança diz ‘calo’, quando eu mostro um carro para ela, ela compreendeu a mensagem e pode estar apresentando um problema de fala. Quem tem condições de diagnosticar se o problema é de fala ou de linguagem é o profissional habilitado a isto, o fonoaudiólogo.”

Quando o profissional de saúde não sabe fazer essa distinção, segundo Simone, pode incorrer em grandes erros.  “Uma criança com autismo, por exemplo, muitas vezes sabe pronunciar as palavras perfeitamente, isto é, ‘fala bem’, mas tem problemas na hora de entender o significado do que fala.”

A professora considera que os pediatras deveriam ter, na sua especialização, uma formação melhor sobre o desenvolvimento da fala e da linguagem infantil. “Nós observamos que eles não estão bem preparados, e a comunicação influi em toda a vida da criança, seja nas relações sociais, seja no aprendizado”.

O artigo Conhecimentos, atitudes e práticas dos médicos pediatras quanto ao desenvolvimento da comunicação oral, foi publicado na Revista Cefac – Atualização Científica em Fonoaudiologia e Educação e foi escrito em parceria com Luciana Paula Maximino, professora da FOB; Marina Viotti Ferreira, fonoaudióloga formada pela FOB; Danielle Tavares Oliveira, mestranda da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp); Dionísia Aparecida Cusin Lamônica, professora da FOB; Mariza Ribeiro Feniman, professora da FOB; Ana Carulina Pereira Spinardi; mestranda da FOB.

Texto: Beatriz Flausino
Fonte: Agência USP

Data da Publicação: 05/11/2009

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