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Esportes podem ajudar pessoas com epilepsia.

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Em artigo publicado no Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) procuram derrubar o preconceito criado em torno da prática de alguns esportes de contato, como o judô, entre os indivíduos com epilepsia, uma doença que afeta 1 % da população mundial.

De acordo com os profissionais, vários estudos apontam os benefícios da atividade física a esses pacientes. Apesar da recomendação pela prática esportiva, o estigma persiste e as pessoas com epilepsia ainda continuam menos ativas que a população geral.

Apesar dos inegáveis benefícios dos exercícios físicos para a saúde, uma atitude superprotetora em relação às pessoas com epilepsia normalmente evita a participação em atividades esportivas, por medo de que o exercício desencadeie crises ou provoque lesões durante a prática. Entretanto, vários estudos têm sugerido que o exercício confere um efeito protetor a esses pacientes, reduzindo a atividade epiléptica.

Os neurocientistas Ricardo Mario Arida, professor adjunto do Departamento de Fisiologia, e Fulvio Alexandre Scorza, professor adjunto da Disciplina de Neurologia Experimental e judoca sênior, explicam que esses indivíduos estão propensos a apresentar menos crises quando estão ativamente ocupados e que poucas crises ocorrem durante a atividade mental e física, quando comparadas com períodos de repouso.

A associação entre exercício e sensação de bem-estar tem sido freqüentemente atribuída ao aumento do neurotransmissor beta-endorfina no sistema nervoso central, atuando, assim, como anticonvulsivante”, afirma Scorza. “Além disso, os indivíduos com epilepsia podem ter os mesmos benefícios de um programa de treinamento físico que qualquer pessoa, como o aumento da capacidade aeróbia e cardiopulmonar, redução de peso e de gordura corporal e aumento da auto-estima”.

De acordo com os pesquisadores, não existe uma freqüência de crises padrão para suspender ou contra-indicar a prática de exercícios. “Se o paciente apresentar crises semanais, por exemplo, o médico pode suspender a prática”, diz Arida. “Por outro lado, se o paciente tiver várias crises naquele mês e depois passar outros seis meses sem crises, os exercícios são indicados”. O mais importante, segundo os pesquisadores, é que o médico esteja ciente das atividades esportivas adequadas para cada tipo de paciente.

Judô X epilepsia

Arida e Scorza explicam que, até o momento, nenhum estudo na literatura abordou com exatidão a relação entre epilepsia e a prática de esportes de contato, entre eles o judô. “Assim como outros esportes, o judô possui técnicas que possibilitam a integridade física dos atletas, principalmente nas quedas, com diminuição ou anulação dos seus efeitos sobre o solo, graças à projeção das mãos e dos braços para atenuar o choque do corpo contra o tatame”, dizem. “A prática do judô, além de melhorar a condição física do indivíduo, inclusive no equilíbrio e coordenação, também desenvolve habilidades como autocontrole e autoconfiança e atitude moral autêntica, como respeito, humildade social, perseverança, tolerância, cooperação e generosidade”.

Segundo os neurocientistas, o judô era um esporte contra-indicado porque os especialistas acreditavam que o trauma de cabeça poderia desencadear ou aumentar as crises epilépticas. Entretanto, ainda de acordo com eles, sabe-se que o trauma de cabeça que ocorre na maioria dos esportes não provoca crises e, ao contrário de esportes como os de velocidade, de altitude e aquáticos, o risco de lesão é pequeno, pois o esportista luta em pé ou deitado no tatame.

Para Douglas Vieira, professor de judô e medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, ainda é grande a falta de informações entre os professores de Educação Física a respeito dos portadores de epilepsia e das restrições em relação às atividades físicas. “A maior deficiência nesse meio é saber como prestar os primeiros socorros diante de uma crise e a proteção excessiva que é dada a esses alunos”, explica. “Numa pesquisa de mestrado que estou realizando na Unifesp com estudantes de Educação Física, ficou claro que muitos já tiveram contato com a epilepsia, mas não conhecem a doença e não sabem como agir diante de uma pessoa com convulsões ou quais exercícios indicar”.

Benefícios dentro e fora dos laboratórios

Estudos experimentais com modelos animais de epilepsia realizados na Unifesp demonstraram que um programa de treinamento físico foi capaz de diminuir o número de crises epiléticas. Outros, internacionais e com seres humanos, não notaram diferenças significativas na freqüência de crises antes, durante e após um período de quatro semanas de exercícios físicos. Segundo os autores desse estudo, as crises ocorreram durante os períodos de repouso, após ou entre as sessões de exercícios.

Em 1978, um estudo não registrou nenhum caso de crise epilética durante a prática de atividade física em 15 mil jovens com a doença, avaliados por um período de 36 anos.

 

Data da Publicação: 16/08/2008

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