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Gagueira infantil: não fique surdo ao problema.

"Não esquenta mãe, toda criança gagueja, espera que passa". É isso que muitas mães ouvem quando demonstram preocupação com a fala do filho.

Algumas pessoas até culpam os pais por uma possível gagueira do filho. Mas a pesquisa de Cláudia Regina Furquim de Andrade, professora titular da Faculdade de Medicina (FM) da USP, mostra que estas atitudes precisam mudar. Existem algumas crenças em torno do tema, que devem ser questionadas.

A gagueira é um tipo de disfluência - quebras involuntárias no fluxo natural da fala - comum nos períodos em que a criança está desenvolvendo a linguagem. O bebê desenvolve a fala nos três primeiros anos de vida, e entre dois e seis anos ainda é normal que a criança tenha dificuldade em emitir sons e palavras mais difíceis. Mas é preciso saber diferenciar esta etapa natural do desenvolvimento dos sinais que indicam uma possível gagueira crônica.

Deve-se observar por quanto tempo a criança apresenta a disfluência (mais de seis meses é um período preocupante), e se existem alguns fatores que colocam a criança em um "grupo de risco": parentes com gagueira, outras desordens de comunicação associadas (troca de sons, por exemplo), características psicológicas predisponentes (como a timidez, o perfeccionismo ou a ansiedade) ou que tenham na família traços lingüísticos considerados desfavoráveis (fala muito rápida, crítica e exigência no padrão da fala).

Por muito tempo se acreditou que esta "gagueira momentânea" da infância desapareceria com o tempo e, por isto, não se deveria falar sobre o assunto. A solução encontrada era "ficar surdo à gagueira", como coloca Cláudia, em seu livro. Segundo a pesquisadora, em 25% dos casos, estas pequenas disfluências da infância se mantém ou se agravam com o tempo. Não existem soluções mágicas para o problema, mas não se deve simplesmente deixar para lá: procurar um fonoaudiólogo especializado em disfluências da fala pode ser um bom começo.

Outras crenças também devem ser revistas. Muitos acreditam que a gagueira infantil esteja associada a comportamentos como timidez e ansiedade, mas é muito difícil diferenciar quando é a ansiedade que piora a gagueira ou quando é a gagueira que gera a ansiedade. É o que Cláudia Regina resume na frase "Algumas crianças que gaguejam são tímidas, mas a maior parte das tímidas não gaguejam".

Quanto às causas do problema, não se sabe em que graus influenciam a genética e o ambiente. Sabe-se que nenhum dos dois atua sozinho. Mas são os fatores genéticos que determinam a gravidade do caso.

As disfluências graves têm algumas características em especial. Nestes casos, a criança gagueja em mais de 10% da sua fala. Os bloqueios (demorar a falar ou emitir um som que parece estar preso) são mais recorrentes que as repetições e prolongamentos de sons. Estas crianças aparentam medo de falar algumas palavras e costumam substituir palavras difíceis, podendo associar movimentos faciais ou corporais ao ato da fala. Além disso, elas apresentam tensão e esforço ao falar.

Se a criança se encaixa no grupo de risco, e gagueja por mais de seis meses, o ideal é procurar o tratamento. O tratamento é uma das grandes dúvidas dos pais, conta Ignês Maia Ribeiro, presidente do Instituto Brasileiro de Fluência. Ignês recebe mensagens de todo o mundo com dúvidas sobre a gagueira. Mensagens como "O que eu faço? Meu filho está gaguejando!", são comuns no site do Instituto.

Cláudia fala sobre os tratamentos em seu livro. Segundo ela, eles variam de acordo com cada criança e família, e os fonoaudiólogos devem ser especializados.

Na correria do dia-a-dia, não damos muita atenção à fala. Ela é natural, faz parte de todos nós. Mas devemos ficar atentos às possíveis desordens da fala já nas crianças, para que se possa procurar tratamento o quanto antes. Desta maneira, as possibilidades de sucesso são maiores. Como diriam nossos avós "É de pequenino que se torce o pepino".

Texto: Amanda Demetrio
Fonte: USP Online

Data da Publicação: 09/02/2007

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