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Novo modelo animal permite experiências com vacina contra febre reumática.

Pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP utilizam um novo modelo animal para testar a vacina contra febre reumática em desenvolvimento no Laboratório. O modelo usa uma proteína recombinante que induz lesões cardíacas em ratos semelhantes às provocadas pela doença nos seres humanos.

"O homem é o único reservatório natural da bactéria Streptococcus pyogenes, causadora da febre reumática, por isso é difícil reproduzir características da doença em animais", explica a pesquisadora Luiza Guilherme Guglielmi, coordenadora do estudo. "Existem cerca de 250 variedades (cepas) da bactéria, e o modelo animal foi feito com material genético da cepa M1, a mais freqüente em todo o mundo."

A partir da variedade M1, os pesquisadores criaram uma proteína recombinante que, injetada em ratos, induz a uma resposta auto-imune. "Em 50% dos animais testados, a resposta à proteína pelas células imunológicas levou a lesões cardíacas", relata a pesquisadora do InCor. "Este número já é útil para os testes com a vacina." O modelo animal é descrito na tese de doutorado de Flávio Ferraz de Paes e Alcântara, defendida na FM.

Vacina

As pesquisas para a obtenção da vacina contra febre reumática acontecem há 18 anos e já geraram duas patentes. "Na superfície do estreptococo há uma proteína, denominada proteína M com 400 a 500 resíduos de aminoácidos, dividida nas porções C-terminal e N-terminal, sendo que esta última diferencia as variedades da bactéria", explica Guilherme. "Na porção N-terminal foram encontradas regiões que desencadeiam lesões cardíacas em seres humanos."

A partir de um segmento de resíduos de aminoácidos repetitivos e semelhantes com caráter protetor identificado na porção C-terminal, foi produzido o peptídeo PepVacTB, considerado ideal para produzir a vacina. Durante os últimos dois anos, o PepVacTB foi testado em camundongos C57BL-6 e BALB-c, isogênicos (geneticamente idênticos) e Swiss (com material genético diferenciado), além de camundongos transgênicos possuidores dos genes HLA humanos.

"Os primeiros resultados mostram que o agente vacinal conseguiu 50% de proteção para os camundongos C57BL-6 e 80% no Swiss", relata a pesquisadora. "Testes com linhagens de linfócitos T cultivadas a partir de células cardíacas de pacientes operados apontam que a vacina não tem potencial para induzir doenças."

Os testes da vacina em animais prosseguirão por mais um ano. "Se os resultados forem positivos, os primeiros ensaios clínicos em seres humanos acontecerão a partir de 2008", calcula Guilherme. Numa primeira etapa, que deve levar um ano, serão testados a imunogenicidade e a segurança da vacina. "Os ensaios seguintes durarão de cinco a seis anos, pois exigem um número maior de indivíduos."

De acordo com a pesquisadora, além de prevenir a infecção, a vacina poderá ser usada pelos portadores da doença que fazem profilaxia com penicilina benzatina a cada 21 dias. As pesquisas, realizadas no Laboratório de Imunologia do InCor, dirigido pelo médico Jorge Kalil, envolvem 12 pesquisadores e contam com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Texto: Júlio Bernardes
Fonte: Assessoria de Imprensa do InCor

Data da Publicação: 24/01/2007

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