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Declaração de Jacarta sobre Promoção da Saúde

Antecedentes

A 4ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde 

Novos Protagonistas para uma Nova Era: Orientando a Promoção da Saúde pelo Século XXI adentro - tem lugar num momento critico das estratégias internacionais de desenvolvimento em prol da saúde. Quase 20 anos se passaram desde que os Estados Membros da Organização Mundial da Saúde, através da Declaração de Alma Ata, assumiram um compromisso ambicioso para com uma estratégia mundial de Saúde para Todos, e para com os princípios de atendimento primário à saúde. Dez anos já se passaram desde a realização da Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde em Ottawa, Canadá. Dessa conferência resultou a publicação da Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde que, desde aquela época, tem servido como fonte orientadora e de inspiração para a promoção da saúde. Conferências e reuniões internacionais subseqüentes têm deixado ainda mais clara a relevância e o significado das principais estratégias em promoção da saúde, incluindo políticas públicas positivas (em Adelaide, 1988) e meio ambientes favoráveis à saúde (em Sundsvall, 1991).

A 4ª. Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada em Jacarta é a primeira a ter lugar em um pais em desenvolvimento e a primeira a incluir o setor privado no apoio à promoção da saúde. Ela oferece ocasião para refletir sobre o que se aprendeu sobre a promoção da saúde, para reexaminar os determinantes da saúde e para identificar as direções e as estratégias necessárias para enfrentar os desafios da promoção da saúde no Século XXI.

A PROMOÇÃO DA SAÚDE É UM INVESTIMENTO VALIOSO

A saúde é um direito humano fundamental e essencial para o desenvolvimento social e econômico.

A promoção da saúde está sendo reconhecida cada vez mais como um elemento essencial para o desenvolvimento da saúde. É um processo para permitir que as pessoas tenham maior controle sobres sua saúde e para melhorá-la. A promoção da saúde, mediante investimentos e ações, atua sobre os determinantes da saúde para criar o maior beneficio para os povos, para contribuir de maneira significativa para a redução das iniqüidade em questão de saúde, para assegurar os direitos humanos e para a formação do capital social. Sua meta primordial é aumentar as expectativas de saúde e reduzir a brecha quanto à expectativa de saúde entre países e grupos.

A Declaração de Jacarta sobre a promoção da saúde oferece uma visão e um enfoque para a promoção da saúde no próximo século. Reflete o compromisso firme dos participantes da 4ª. Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde de recorrer à mais ampla gama de recursos para enfrentar os determinantes da saúde no século XXI.

DETERMINANTES DA SAÚDE: NOVOS DESAFIOS

Os pré-requisitos para a saúde são: paz, abrigo, instrução, segurança social, relações sociais, alimento, renda, direito de voz das mulheres, um ecossistema estável, uso sustentável dos recursos, justiça social, respeito aos diretos humanos e equidade. A pobreza e, acima de tudo, a maior ameaça à saúde.

As tendências demográficas tais como a urbanização, o aumento no número de pessoas idosas e a prevalência de doenças crônicas, um comportamento mais sedentário, resistência a antibióticos e a outros medicamento disponíveis, maior uso abusivo de drogas e a violência civil e doméstica ameaçam a saúde e o bem-estar de centenas de milhões de pessoas.

Doenças infecciosas novas e reemergentes, e o maior reconhecimento sobre os problemas de saúde mental requerem uma providência urgente. É vital que a promoção da saúde evolua para fazer frente aos determinantes da saúde.

Os fatores transacionais também representam um impacto significativo para a saúde. Incluem-se entre estes a integração da economia global, os mercados financeiros e o comércio, acesso aos meios de comunicação de massa e à tecnologia de comunicações, assim como a degradação ambiental devido ao uso irresponsável dos recursos.

Essas mudanças moldam os valores, os estilos de vida durante toda a vida das pessoas e as condições de vida em todo o mundo. Algumas têm grande potencial para a saúde, tal como o desenvolvimento da tecnologia das comunicações, já outras, como o comércio internacional do tabaco, têm um enorme impacto negativo.

As pesquisas e os estudos de casos realizados mundialmente apresentam provas convincentes de que a promoção da saúde funciona. As estratégias de promoção da saúde podem provocar e modificar estilos de vida assim como as condições sociais, econômicas e ambientais que determinam a saúde. A promoção da saúde e um enfoque prático para a obtenção de maior equidade em saúde.

As cinco estratégias propugnadas na Carta de Ottawa são:

  • elaboração de política pública saudável
  • criação de meio ambientes que protejam a saúde
  • fortalecimento de ação comunitária
  • desenvolvimento de habilidades pessoais
  • reorientação dos serviços de saúde

Existem hoje provas claras de que:

  • os enfoques abrangentes do desenvolvimento da saúde são os mais eficientes. Os que utilizam combinações de cinco estratégias são mais eficazes do que os enfoques mais limitados
  • as localidades oferecem oportunidades práticas para a implementação de estratégias abrangentes. Incluem-se entre elas metrópoles, ilhas, cidades, municipalidades e comunidades locais, seus mercados, escolas, local de trabalho e estabelecimentos de atendimento à saúde
  • a participação é essencial para dar apoio ao esforço. Para ser eficaz, é necessário que as pessoas estejam no meio da ação de promoção de saúde e do processo de tomada de decisão
  • aprender sobre saúde fomenta a participação. O acesso à instrução e à informação é essencial para alcançar a participação eficaz e o direito de voz das pessoas e das comunidades

Estas estratégias são os elementos essenciais da promoção da saúde e são relevantes para todos os passes.

NECESSITAM-SE NOVAS RESPOSTAS

Para fazer face às ameaças emergentes à saúde, há necessidade de ações novas. O desafio para os anos vindouros será destravar o potencial para a promoção da saúde inerente em muitos setores da sociedade, nas comunidades e nas famílias.

Existe uma flagrante necessidade de derrubar as fronteiras tradicionais dentro dos setores públicos, entre organizações governamentais e não - governamentais e entre os setores público e privado. A cooperação é essencial. Em termos especificos, isto requer a criação de novas parcerias em prol da saúde entre os diferentes setores em todos os níveis de governo nas sociedades em condições de igualdade.

PRIORIDADES PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE RIO SÉCULO XXI

Promover a responsabilidade social para com a saúde

Os tomadores de decisão devem estar firmemente comprometidos com a responsabilidade social. Tanto o setor público quanto o privado deveriam promover a saúde indo ao encalço de políticas e práticas que:

• evitem prejudicar a saúde de outros indivíduos

• protejam o meio ambiente e assegurem o uso sustentável dos recursos

• restrinjam a produção e o comércio de produtos e substâncias inerentemente prejudiciais, tais como tabaco e armas, assim como práticas de mercado insalubres

• salvaguardem tanto a pessoa no mercado como a pessoa no local de trabalho

• incluam uma avaliação do impacto sobre a saúde focalizado na equidade como

parte integral da elaboração de políticas.

2. AUMENTAR OS INVESTIMENTOS PARA FOMENTAR A SAÚDE

Em muitos países, o investimento atualmente feito no setor saúde é inadequado e, muitas vezes ineficaz. Um aumento de investimento para o fomento da saúde requer um enfoque realmente multissetorial, incluindo recursos adicionais para a educação e para a habitação como também para o setor saúde. Um maior investimento para a saúde e uma reorientação dos investimentos existentes - tanto dentro dos países como entre países - tem o potencial de avançar significativamente o desenvolvimento humano, a saúde e a qualidade de vida.

3. CONSOLIDAR E EXPANDIR PARCERIAS EM PROL DA SAÚDE

A promoção da saúde requer parcerias para o desenvolvimento social e da saúde entre os diferentes setores em todos os níveis de governança e da sociedade. As parcerias já existentes necessitam ser reforçadas e o potencial para novas parcerias tem de ser explorado.

As parcerias oferecem beneficio mútuo para a saúde através do compartilhamento de especializações, habilidades e recursos. Cada parceria tem que ser transparente e responsável pela prestação de contas e ser fundamentada em princípios éticos ajustados, compreensão e respeito mútuos. As diretrizes da OMS devem ser obedecidas.

4. AUMENTAR A CAPACIDADE COMUNITÁRIA E DAR DIREITO DE VEZ AO INDIVÍDUO

A promoção da saúde efetua-se pelo e com o povo e não sobre e para o povo. Ela melhora tento a habilidade das pessoas para agir como a capacidade de grupos, organizações ou comunidades para influenciar os determinantes da saúde.

Melhorar a capacidade das comunidades para promover a saúde requer instrução prática, treinamento em liderança e acesso aos recursos. Dar o direito de voz às pessoa requer acesso mais consistente ao processo de tomada de decisão e às habilidades e ao conhecimento essenciais para efetuar a mudança.

Tanto a comunicação tradicional como os novos meios de informação apoiam esse processo. É necessário utilizar os recursos sociais, culturais e espirituais de maneiras inovativas.

5. CONSEGUIR UMA INFRA-ESTRUTURA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE

Para conseguir uma infra-estrutura para a promoção da saúde é necessário encontrar novos mecanismos par seu custeio nos níveis local, nacional e mundial. Devem-se criar incentivos para influenciar as ações de organizações governamentais e não - governamentais, instituições educacionais e o setor privado a fim de assegurar que a mobilização de recursos para a promoção da saúde seja maximizada.

"Localidades para a saúde" representa a base organizacional da infra-estrutura necessária para a promoção da saúde. Novos desafios sanitários significam que redes novas e diversificadas têm de ser criadas para conseguir a colaboração intersetorial. Tais redes deveriam prestar assistência mútua dentro e entre países e facilitar o intercâmbio de informações sobre que estratégias são eficazes e em que localidades.

Deve-se incentivar o treinamento e a prática das habilidades da liderança local para apoiar as atividades de promoção da saúde. Deve-se intensificar a documentação de experiências em promoção da saúde através de pesquisa e relatos sobre projetos a fim de aprimorar o planejamento, a implementação e a avaliação.

Todos os países deveriam criar os ambientes político, jurídico, educacional, social e econômico apropriados necessários para apoiar a promoção da saúde.

RECOMENDAÇÕES PARA AÇÃO

Os participantes se comprometem a compartilhar as mensagens - chave da Declaração com seus governos, instituições e comunidades, a por em prática as ações propostas e a apresentar um informe à 5ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde.

A fim de acelerar o progresso para a promoção da saúde mundial, os participantes referendam a formulação de uma aliança mundial para a promoção da saúde. A meta dessa aliança é promover as prioridades das ações para a promoção da saúde expressadas nesta declaração.

Incluem-se entre as prioridades para a aliança:

• aumento da sensibilização sobres a mudança dos determinantes da saúde

• apoio à criação de atividades de colaboração e de redes para o desenvolvimento

sanitário

• mobilização de recursos para a promoção da saúde

• acumulação de conhecimentos sobre as melhores práticas

• facilitação do aprendizado compartilhado

• promoção de solidariedade em ação

• promoção da transparência e da responsabilidade pública de prestação de contas em promoção da saúde.

Faz-se um apelo aos governos nacionais para que tomem a iniciativa de impulsionar e patrocinar redes para a promoção da saúde, tanto dentro de seus países como entre países.

Os participantes da Jacarta 97 solicitaram à OMS que assumisse a liderança na formação de uma aliança mundial de promoção da saúde e que facilitasse aos estados membros a implementar os resultados da Conferência de Jacarta. Uma parte essencial desse papel é para a OMS exortar as organizações governamentais e não - governamentais, bancos de desenvolvimento, agências da ONU, órgãos interregionais, agências bilaterais, sindicatos e cooperativas, assim como o setor privado, a promover as prioridades das ações para a promoção da saúde.

Fonte: Ministério da Saúde

Data da Publicação: 06/02/2002

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