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Pesquisa usa plantas medicinais no combate a infecções da boca.

Pesquisa coordenada pela bióloga Marta Cristina Teixeira Duarte, da Divisão de Microbiologia do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, busca novos medicamentos a partir de plantas medicinais, para tratamento de infecções da boca. Intitulado "Efeito inibitório do óleo essencial e do extrato etanólico de plantas medicinais sobre linhagens de Candida albicans isoladas da cavidade oral de pacientes com doença periodontal", o trabalho, de acordo com Marta, tem o propósito de estudar a atividade antimicrobiana desses óleos essenciais e também dos extratos de plantas medicinais contra isolados clínicos da levedura C. albicans. "Paralelamente serão também investigados possíveis mecanismos de ação dos compostos sobre as células da levedura", afirma a pesquisadora.

Marta explica que leveduras do gênero Candida fazem parte da microrregião da cavidade bucal e são comumente considerados microrganismos inofensivos. Entretanto, sob circunstâncias especiais, podem agir como oportunistas produzindo infecções superficiais das mucosas, até infecções mais graves, ou participando também nas doenças periodontal e cárie.

A bióloga revela que estudos recentes indicam uma crescente resistência de isolados da levedura C. albicans da cavidade oral para a maioria dos antifúngicos conhecidos. Isso segundo ela, é conseqüência do emprego dessas drogas no tratamento de candidose oral, principalmente após o surgimento da Aids. A resistência de patógenos humanos a múltiplas drogas é bem conhecida atualmente, e mostra a necessidade da busca de substâncias antimicrobianas a partir de novas fontes, incluindo plantas utilizadas na medicina popular, por apresentarem grande variedade de compostos com propriedades terapêuticas.

Metodologia

Um total de 10 isolados clínicos da levedura C. albicans foram cedidas pelo professor José Francisco Höfling, do Departamento de Biologia Buco Dental, da área de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, e escolhidas aleatoriamente a partir de um total de 160 isolados. O isolamento foi feito a partir de amostras coletadas de bolsa periodontal de pacientes da Clínica de Graduação da FOP, sob autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, como parte da dissertação de mestrado da aluna Vivian Furletti, co-orientada de Marta Duarte.

Para estudo da atividade antimicrobiana foram escolhidas 30 espécies de plantas medicinais e/ou aromáticas pertencentes à coleção de germoplasmas do CPQBA, sendo espécies adaptadas à nossa região, cujos gêneros apresentaram atividade anti-Candida em trabalhos recentes da literatura. Estão sendo testados óleos essenciais e extratos etanólicos das plantas, sendo determinada a concentração mínima inibitória (MIC) através de ensaios in vitro.

Até o momento foi possível selecionar o óleo essencial de pelo menos duas espécies potenciais pertencentes às famílias Liliaceae e Lamiaceae, cujas atividades foram equivalentes à apresentada por antifúngicos conhecidos. Na fase atual do projeto, os óleos essenciais de melhor atividade estão sendo fracionados a fim de se determinar os compostos ativos, que serão investigados quanto aos mecanismos de ação, restando somente a fase final de formulação de um novo medicamento.

Marta disse também que como esse é um trabalho com características interdisciplinares, outros pesquisadores participam do estudo como colaboradores. Entre eles estão a pesquisadora Glyn Mara Figueira, da Divisão de Agrotecnologia (CPQBA), responsável pela coleção de germoplasmas; os pesquisadores Vera Lúcia Garcia Rehder e Adilson Sartoratto, da Divisão Química Orgânica e Farmacêutica (CPQBA), responsáveis pela identificação dos princípios ativos das plantas; o professor Aníbal Vercesi, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), que orientará os estudos de mecanismo de ação, e Camila Delarmelina, aluna de iniciação científica (Fapesp).

Este projeto dá continuidade a um projeto anterior, também financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no qual foram estudadas 45 espécies de plantas contra 10 diferentes bactérias de importância médica, e uma linhagem padrão da levedura C. albicans. A partir deste primeiro projeto foi possível selecionar 6 plantas medicinais e aromáticas com importante atividade contra microrganismos como Staphylococcus aureus, Salmonella choleraesuis e a própria C. albicans. Entre as plantas estão espécies conhecidas popularmente, como o guaco, a carqueja e a alfazema. Paralelamente foi realizado um estudo sazonal para determinação da melhor época de colheita das plantas, o qual indicou haver melhor atividade antimicrobiana nas estações outono e inverno.

Outro alvo de estudo da pesquisadora Marta Duarte é a Escherichia coli. A diarréia causada por esta bactéria é um problema emergente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, sendo responsável pela alta taxa de mortalidade entre recém-nascidos humanos e animais. De acordo com a pesquisadora, a partir de um estudo utilizando cerca de 25 diferentes sorotipos de E. coli isolados de humanos e animais e 30 plantas medicinais, foram selecionadas três plantas pertencentes a um mesmo gênero, com significativa atividade anti-E. coli.

No momento, a continuidade destes estudos está sendo no sentido de determinar a fração ativa da planta responsável pela bioatividade, além de ensaios in vivo estarem sendo planejados para o mês de outubro, trabalho que será realizado em colaboração com empresa da área de nutrição animal.

Texto: Jeverson Barbieri
Fonte: Jornal da Unicamp

Data da Publicação: 23/08/2005

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