AVALIAÇÕES ONLINE
Avaliação Física
Avalie sua saúde
BUSCADOR
Academias
CALCULADORAS
Gasto calórico
Ingestão calórica
Outras Calculadoras



Nutrição - Ponto de Vista
Por que gostamos tanto de comer?

Autor: Paulo Gentil
Graduado em Educação Física pela Universidade de Brasília.

Mestrando da Universidade Católica de Brasília
Pós-graduado em Musculação e Treinamento de Força pela Gama Filho e em Fisiologia do Exercício pela Veiga de Almeida.
Presidente do Gease
Coordenador de musculação da Academia Resistência Física
Treinador de força da triatleta Mariana Ohata
Treinador da equipe profissional do Gama de basque
te

Autoria: Paulo Gentil e Gustavo Duarte

Você já se perguntou por que sentimos vontade de comer coisas doces, mesmo que estejamos sem fome? Ou o motivo pelo qual sentimos aquela moleza depois de uma refeição "pesada"? Ou a explicação para as mulheres geralmente gostarem mais de doces que os homens? Ou simplesmente: por que gostamos tanto de comer?

Segundo a medicina "newtoniana", a resposta a todas estas perguntas provavelmente está em um único fator: a serotonina. A serotonina é um neurotransmissor que controla, dentre outras coisas a sensação psicológica de fome, o humor e o sono. Supõem-se portanto, que concentrações elevadas desta substância fariam você se sentir bem, saciado e dormir feito um bebê.

Agora, o que a comida tem a ver com tudo isso? A alimentação influi no sistema nervoso através de mudanças na concentração de aminoácidos plasmáticos (principalmente de triptofano). Quando você come algo rico em carboidratos de alto índice glicêmico (doces e massas, por exemplo), induz-se uma elevada resposta de insulina, hormônio que media o transporte de algumas substâncias do sangue para dentro das células. Desta forma, diminui-se a concentração plasmática de alguns aminoácidos (por exemplo, leucina, isoleucina e valina), o quais competem com o triptofano pelo transporte através da barreira sangue-cérebro. Sendo assim, maiores quantidades de triptofano estarão presentes no cérebro. E daí? Daí que o triptofano é hidroxilado e em seguida descarboxilado gerando 5-hidroxitriptamina, ou melhor, serotonina (foi só para ver se você está acompanhando), em seguida você fica calmo, sonolento, alegre e saciado, uma beleza!

Podemos, agora responder as perguntas anteriores:

Por que sentimos vontade de comer coisas doces, mesmo que estejamos sem fome?

Pelo mesmo motivo que um fumante recorre ao cigarro, pelo conforto psicológico mediado por substâncias químicas. De fato a comparação com o fumante não é casual, pois a nicotina também induz elevações nos níveis de serotonina, repare que os ex-fumantes geralmente engordam, devido à tentativa de obter picos do neurotransmissor através da comida.

Por que sentimos aquela moleza depois de uma refeição "pesada"?

Por que a serotonina também controla o sono.

Por que mulheres geralmente gostam mais de doces que os homens?

As mulheres estão mais sujeitas a variação de humor que os homens, provavelmente devido à montanha russa hormonal que ocorre periodicamente. Advinha quem está relacionada ao fenômeno? A serotonina novamente, junto com outros neurotransmissores.Fato cientificamente verificado durante a TPM, fase na qual as mulheres procuram avidamente por alimentos ricos em carboidratos.

Por que gostamos tanto de comer?

Pela sensação de prazer, em algumas situações comer torna-se uma muleta psicologia, assim como acontece com as drogas. Ao invés de enfrentarmos situações difíceis com nossas próprias armas, procuramos caminhos mais fáceis. (Não perca a abordagem psicossocial do tema)


Literatura sugerida

CHRISTENSEN L, SOMERS S. Comparison of nutrient intake among depressed and nondepressed individuals. Int J Eat Disord 1996 Jul;20(1):105-9.

FRANK A, MENDEN E. [The effect of tryptophan on the regulation of food intake in normal and overweight persons]. [Article in German] Z Ernahrungswiss 1994 Sep;33(3):167-84.

HENINGER GR. Serotonin, sex, and psychiatric illness. Proc Natl Acad Sci U S A 1997 May 13;94(10):4823-4.

HOPKINSON G. A neurochemical theory of appetite and weight changes in depressive states. Acta Psychiatr Scand 1981 Sep;64(3):217-25.

MOLLER SE. [Carbohydrates and depression]. [Article in Danish] Ugeskr Laeger 1989 Sep 4;151(36):2250-2.

MOLLER SE. Serotonin, carbohydrates, and atypical depression. Pharmacol Toxicol 1992;71 Suppl 1:61-71.

NISHIZAWA S, BENKELFAT C, YOUNG SN, LEYTON M, MZENGEZA S, DE MONTIGNY C, BLIER P, DIKSIC M. Differences between males and females in rates of serotonin synthesis in human brain. Proc Natl Acad Sci U S A 1997 May 13;94(10):5308-13.

PIJL H, KOPPESCHAAR HP, COHEN AF, IESTRA JA, SCHOEMAKER HC, FROLICH M, ONKENHOUT W, MEINDERS AE. Evidence for brain serotonin-mediated control of carbohydrate consumption in normal weight and obese humans. Int J Obes Relat Metab Disord 1993 Sep;17(9):513-20.

SITTON SC. Role of craving for carbohydrates upon completion of a protein-sparing fast. Psychol Rep 1991 Oct;69(2):683-6.

SMITH BK, YORK DA, BRAY GA. Activation of hypothalamic serotonin receptors reduced intake of dietary fat and protein but not carbohydrate. Am J Physiol 1999 Sep;277(3 Pt 2):R802-11.

WURTMAN JJ. Carbohydrate craving, mood changes, and obesity. J Clin Psychiatry 1988 Aug;49 Suppl:37-9.

WURTMAN JJ. Carbohydrate craving. Relationship between carbohydrate intake and disorders of mood. Drugs 1990;39 Suppl 3:49-52.

WURTMAN JJ. Carbohydrate cravings: a disorder of food intake and mood. Clin Neuropharmacol 1988;11 Suppl 1:S139-45.

WURTMAN JJ. Depression and weight gain: the serotonin connection. J Affect Disord 1993 Oct-Nov;29(2-3):183-92.

WURTMAN JJ. The involvement of brain serotonin in excessive carbohydrate snacking by obese carbohydrate cravers. J Am Diet Assoc 1984 Sep;84(9):1004-7.

WURTMAN RJ, WURTMAN JJ. Brain serotonin, carbohydrate-craving, obesity and depression. Obes Res 1995 Nov;3 Suppl 4:477S-480S.

WURTMAN RJ, WURTMAN JJ. Carbohydrate craving, obesity and brain serotonin. Appetite 1986;7 Suppl:99-103.

WURTMAN RJ. Effects of their nutrient precursors on the synthesis and release of serotonin, the catecholamines, and acetylcholine: implications for behavioral disorders. Clin Neuropharmacol 1988;11 Suppl 1:S187-93.

Data da Publicação: 25/03/2004

Compartilhar

Copyright © 2003 - Saúde em Movimento
Permitida a reprodução total ou parcial para uso acadêmico com citação da fonte.
Proibida a reprodução total ou parcial para publicação em sites, jornais ou revistas sem prévia consulta.








Receba semanalmente as últimas notícias na área da saúde. É de graça.
Nome:


e-mail:




Respeitamos os princípios HONcode da HON Foundation.
Verifique