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Nutrição - Ponto de Vista
Suplementos Alimentares

Em busca do "corpo perfeito", qualidade de vida, saúde e longevidade, muitas pessoas ficam em dúvida se precisam fazer uso, em seu dia a dia, de algum suplemento alimentar polivitamínico.
De certa forma é o mesmo mecanismo que move as pessoas à adotarem as inúmeras "dietas milagrosas". Ou seja, transferência de responsabilidade com "soluções mágicas".

As vitaminas, minerais e outros nutrientes são encontrados naturalmente nos alimentos e essa deve ser a via que devemos utilizar para suprir nossas necessidades de nutrientes, a maior parte do tempo. Salvo em determinadas situações onde essas necessidades ficam aumentadas e, através de exames laboratoriais e prescrição médica, lança-se mão do uso.

Exemplos: no início da gravidez, as mulheres têm suas necessidades de ferro e ácido fólico aumentadas e tais necessidades podem não estar sendo supridas pela alimentação, então os médicos como garantia da saúde da mamãe e do bebê, prescrevem os suplementos desses nutrientes. Em casos de diagnóstico de anemia, usa-se a suplementação com ferro até que ocorra a normalização do mineral no organismo.

Atletas profissionais, com base em análises laboratoriais, têm perdas maiores de vitaminas e minerais, utiliza-se então um ou mais suplementos para repor essas perdas. Enfim, existem critérios científicos para a utilização de suplementos e grande parte das pessoas acha que a utilização dos mesmos pode substituir ou até ajudar, sem dano algum, a alimentação.

Hoje virou moda a utilização de algum tipo de suplemento. A cada esquina vemos mais uma loja se abrindo com o intuito de atender a busca frenética dos "marombeiros" (freqüentadores assíduos das academias), sem falar nas multinacionais americanas que querem insistentemente ($$$$$) nos provar que se você tomar milhares de cápsulas durante o dia, vai emagrecer, manter-se jovem, livre de doenças, lindo e perfeito para sempre e.... Será arrebatado para a "Terra do Nunca", onde não se come, mas só tomam-se "pílulas mágicas" !!!

"Juntou-se a fome com a vontade de comer" ou melhor, de "tomar cápsulas, géis ou pós".
O cenário que vemos é: pessoas em busca de saúde que querem manter-se jovens e bonitas, gostam de tomar comprimidos e apreciam ficção científica e do outro lado, laboratórios que fabricam e comercializam suplementos e querem $$$$$.

São necessários critério e bom senso. Cada indivíduo é único e sendo único, deve ser tratado como tal, com respeito às suas particularidades e necessidades específicas.
A análise nutricional de uma alimentação, realizada pelo nutricionista, permite avaliar se as recomendações estabelecidas para os diversos nutrientes estão sendo atingidas. Se não estiverem, o nutricionista sugere ajustes e modificações nos hábitos alimentares considerando o estilo de vida, o estado de saúde e vários outros fatores. Concomitantemente, podem ser feitas análises laboratoriais para investigação da deficiência de determinados nutrientes, e sendo constatada tal deficiência, o médico prescreve a suplementação para uso temporário em conjunto com a reeducação alimentar feita pelo nutricionista. Esse é o caminho coerente e seguro. É preciso saber o que nosso corpo precisa para funcionar em equilíbrio, em quais quantidades e onde naturalmente podemos encontrar, ou seja, em quais alimentos.

Um suplemento em nenhum momento (salvo em pessoas debilitadas e incapacitadas de se alimentar) substitui uma alimentação saudável e não deve ser utilizado da forma indiscriminada como vem ocorrendo, muito menos sendo prescrito por profissionais que não estão habilitados para isso. O trabalho conjunto do médico e do nutricionista é o mais indicado. Vale lembrar também que a última pessoa que se deve pedir orientações e informações é o vendedor do suplemento!! É óbvio que ele quer vender!

A quantidade recomendada para cada um dos nutrientes, assim como para as Vitaminas e Minerais não "caíram do céu", é fruto de anos de estudos de cientistas e pesquisadores e antes de serem divulgadas no meio acadêmico, são julgadas pelo Food and Nutrition Board of the National Academy of Sciences, órgão de reconhecimento internacional.

As recomendações nutricionais são definidas como "níveis de ingestão de nutrientes essenciais que, tendo como base os conhecimentos científicos, são julgados como sendo adequados para cobrir as necessidades de nutrientes específicos de praticamente todos os indivíduos saudáveis".

Uma vez estabelecidas, as recomendações nutricionais são utilizadas como norteador para toda a população mundial, com exceção de algumas situações específicas.
Exemplo: maior necessidade de Vitamina D em países com pouca luz solar.

Quando as quantidades de nutrientes são estabelecidas pelos pesquisadores da Ciência da Nutrição, também são definidos níveis maiores e seguros de ingestão, assim como a dosagem tóxica. Esta última é considerada a dose a partir da qual os nutrientes (vitaminas, minerais ou outros) começariam a apresentar sintomas e efeitos colaterais, muitas vezes semelhantes aos da deficiência.

Em uma cápsula de um polivitamínico encontramos uma variedade de vitaminas, minerais e/ou outros nutrientes de forma concentrada e em quantidades, muitas vezes, acima das recomendações. Será que o uso de um polivitamínico tem o mesmo impacto e efeito que uma alimentação saudável? Será que as quantidades de nutrientes dos polivitamínicos somada às encontradas nos alimentos que ingerimos não se tornam demais?

É transferir demais nossa responsabilidade às cápsulas, não acham?

Será que utilizar alguns alimentos fortificados não é uma opção melhor e mais saudável?
A maioria dos estudos sobre o uso de suplementos é feito com animais de laboratório e atletas. Os atletas profissionais têm o metabolismo completamente alterado pela carga de exercícios e trabalho muscular a que se submetem e não podem servir como referência para pessoas fisicamente ativas, que buscam na prática de atividades físicas a promoção da saúde.

Quando as recomendações nutricionais, para cada nutriente, são definidas pelas comissões científicas, são previstas algumas necessidades extras que consideram a resistência às infecções, manutenção e integridade da pele, alterações climáticas, etc.

Sabe-se que em algumas doenças, alterações no metabolismo, estresse, excesso de bebidas alcoólicas, fumo, ocorre aumento dessas necessidades, mas não se sabe de quanto. Nesses casos, são necessários exames laboratoriais específicos, acompanhamento médico e nutricional. Não podemos trabalhar em cima de suposições e colocar em risco a saúde através da utilização de suplementos que muitas vezes estão em concentrações de nutrientes muito acima do que é estabelecido como nível máximo de ingestão.

O uso de suplementos não deve ser condenado, mas por questões de segurança, também não deve ter seu uso indiscriminado como vem ocorrendo, sem acompanhamento médico, avaliação nutricional e reeducação alimentar.

DICA "Nutrição Inteligente":

Níveis de Ingestão Máxima Tolerável de Nutrientes É o mais alto nível de ingestão diária de nutrientes isento de risco de efeitos colaterais para quase todos os indivíduos de uma população. Não deve ser utilizado como referência de ingestão, mas como um meio de se verificar a possibilidade de uma ingestão excessiva de um determinado nutriente. Esses níveis são estabelecidos e aprovados, juntamente com a Ingestão Alimentar Recomendada, pelo Food and Nutrition Board of the National Academy of Sciences.

Veja os Níveis de Ingestão Máxima Tolerável para alguns nutrientes:

Nutriente

Nível de Ingestão Máxima Tolerável por dia

Vitamina A 3.000 microgramas
Vitamina C 2.000 miligramas
Vitamina D 50 microgramas
Vitamina E 1.000 miligramas
Niacina ou Vitamina B3 35 miligramas
Piridoxina ou Vitamina B6 100 miligramas
Vitamina B9 ou Folato ou Ácido Fólico 1.000 microgramas
Cálcio 2.500 miligramas
Ferro 45 miligramas
Zinco 40 miligramas

Fonte: International Food Information Council, 2002

Suplementos (medicamentos) que contém formulações com níveis acima dos Níveis de Ingestão Máxima Tolerável podem apresentar sintomas e não são recomendados.
As Vitaminas e Minerais que não constam no quadro, ainda não têm seus Níveis de Ingestão Máxima Tolerável estabelecidos pelo Food and Nutrition Board, sendo assim recomenda-se usar como referência as doses da Ingestão Alimentar Recomendada, uma vez que também podem ser tóxicos quando utilizados em excesso.

Marília Fernandes
CRN 1693
fernandesmarilia@uol.com.br

Pós Graduada em administração hoteleira pelo SENAC
Pós Graduada em nutrição e saúde pública pela EPM/UNIFESP
Aperfeiçoamento em nutrição esportiva pelo CEMAFE/EPM/UNIFESP e Escola de Educação Física da USP
Aperfeiçoamento em gerontologia pelo Sedes
Consultora nutricional pessoal e empresarial nas áreas de tratamento e prevenção de patologias, educação alimentar, estética, esportes, nutracêutica, nutrição biomolecular, saúde ocupacional, qualidade de vida e bem estar.
19 anos de experiência em nutrição, qualidade de vida e promoção da saúde em empresas.

Referências eletrônicas:

INTERNATIONAL FOOD INFORMATION COUNCIL - Dietary Reference Intakes: An Update. Agosto de 2002.
http://ific.org/publications/other/driupdateom.cfm (10/09/03)

AOKI, MS; BACURAU, RFP - Suplementação Nutricional para indivíduos fisicamente ativos. Ed. Fontoura. In: Nutrição - Ponto de Vista. Saúde em Movimento. www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=946  (14/09/03)

JORNAL SAÚDE EM MOVIMENTO - Especialista critica suplementos alimentares.
www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=1041  (14/05/03)

GARCIA, Cristina Lopes - Suplementos - Parte I. In: Viver tranqüilo - Nutrição.
www.jfservice.com.br/viver/arquivo/nutricao/2001/08/22-Cristina (14/09/03)

GARCIA, Cristina Lopes - Suplementos - Parte II. In: Viver tranqüilo - Nutrição.
http://www.jfservice.com.br/viver/arquivo/nutricao/2001/10/08-Cristina (14/09/03)

Data da Publicação: 24/09/2003

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