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Apnéia do sono - O que fazer?

Na presença dos sinais e sintomas sugestivos da síndrome de Apnéia Obstrutiva do sono (SAOS) deverá realizar-se um exame físico objetivo. Observando-se eventual presença de anomalias anatômicas da via aérea superior, tais como, hipertrofía das amídalas e úvula, macroglossia, dismorfias faciais, desvio de septo, micrognatia, retrognatia, hipertrofia de cornetos, implante baixo do palato, etc. Na avaliação clínica é importante também considerar o biotipo, diâmetro do pescoço, índece de massa corpórea (IMC) e cardiopatias associadas do tipo: hipertensão arterial, arritmias, insuficiência coronariana e cor pulmonale. O principal exame utilizado para o diagnóstico e a Polissonografia. Outros exames que auxilia também na correta avaliação desta patologia estão abaixo relacionado:

  • RX do tórax;

  • Videonasolaringoscopía (fibronasolaringoscopía);

  • Cefalometria;

  • Gasometria arterial;

  • ECG;

  • HC e bioquímica;

  • CT da via aérea (seios de face e cavum);

Os parâmetros habitualmente avaliados pela polossonografia incluem as variáveis cardio-respiratórias (fluxo naso-bucal, movimento toraco-abdominal, saturação da oxihemoglobina, roncos e ECG) e neurológicas (eletroencefalograma, eletrooculograma e eletromiografia e sbmentoniano e tibial anterior), conforme ilustração a seguir.

Uma vez confirmado o diagnóstico de SAOS através do estudo polissonográfico, é calculado o índice de apnéia / hipopnéia (IHA) o qual determina a gravidade da patologia. Considera-se como normal um IAH geralmente inferior a 5-10 eventos / hora. Um IAH entre 11-20 é considerado SAOS leve ou ligeiro; IAH entre 21-50 como moderado ou mediano e acima de 50 como SAOS grave.

A monitorização ECG visa detectar arritmias e eventos isquêmicos; a saturação da oxihemoglobina, através da oximetria de pulso, objetiva constatar dessaturações associadas as apnéias / hipopnéias; o EMG do tibial anterior serve para destacar a associação de síndrome de movimentos periódicos das pernas; o EEG auxilia na determinação dos distintos estágios do sono bem como o oculograma. O padrão de sono característicos dos portadores de SAOS é de predomínio superficial (estágio I e II), com défict dos estágios III e IV ou sono Delta. Ocasionalmente é realizada a pH-metriado esôfago de 24 horas, quando a suspeita da Doença do Refluxo Gastroesofágico (RGE) associadas a SAOS.

Os critérios utilizados para análises dos dados do Holter do pH (pHmetria) do esôfago foram propostos por Johnson e De Meester (1974 a 1986), os quais permitem determinar a presença de refluxo patológico com sensibilidade e especificidade próximos de 90%. Analizam-se os seguintes parâmetros:

           A. Número de epsódios de refluxo (pH < a 4,0);

           B. Números de epsódios de refluxo maiores que 5 minutos;

           C. Porcentagem do tempo total de refluxo;

           D. Porcentagem do tempo total de refluxo em relação a posição e o período prandial e pós-prandial;

           E. "Score " total.

Uma vez documentada a presença do refluxo gastroesofágico, é importante quantificar o grau de disfunção do esfíncter esofágico inferior através da eletromanometria. Os critérios estabelecidos para a identificação de incompetência esfincteriana são:

           A. Pessão do esfíncter < 6,0 mmHg;

           B. Comprimento do esfíncter intra-abdominal < 1,0 cm;

           C. Comprimento do esfíncter total < 2,0 cm.

A presença de um ou mais critérios acima referidos confirma a presença de disfunção ou incompetência esfincteriana.

Sabe-se que o uso do CPAP como terapêutica da apnéia obstrutiva do sono contribui para a redução ou melhora do refluxo gastroesofágico, uma vez que se modificam os valores da pressão intratorácica e abdominal.

Diagnóstico Diferencial

Existem algumas doenças  que cursam com excessiva sonolência diurna, que constitui um dos principais sintomas da apnéia obstrutiva do sono e, portanto, podem simular uma SAOS. As principais são:

           A. SÍNDROME   DA HIPOVENTILAÇÃO-OBESIDADE: trata-se de pacientes com obesidades mórbida que desenvolvem hipoxemia e hipercapnia diurna, provavelmente por transtornos quimiossensibilidade primária ou secundária. Poderia identificar-se com o clássico Síndrome de Pickwick;

            B. SÍNDROME DA RESISTÊNCIA DA VIA AÉREA SUPERIOR: caracteriza-se por importante sonolência e presença de elevada de quantidades de microdespertares (arousals) no registro polissonográfico. Sua confirmação diagnóstica se faz através da manometria por balão esofágico, no qual se constata grande pressão intratorácica negativa e sua relação com os microdespertares. O tratamento é similar ao utilizado em SAOS;

            C. HIPOVENTILAÇÃO ALVEOLAR CENTRAL IDIOPÁTICA: consiste em uma alteração da resposta ventilatória à hipoxia e a hipercapnia de origem central. Os sintomas podem aparecer durante o dia e a noite, podendo fazê-lo exclusivamente durante o sono, com o aparecimento de apnéia central por perda do automatismo de que gozam as funções vitais, tal como a respiração (Síndrome de Ondina);

            D. NARCOLEPSIA: caracteriza-se pelo aparecimento de ataques súbitos e irresistíveis do sono que podem durar desde poucos minutos a uma hora. Associam-se fenômenos de cataplexia ou perda brusca de tônus muscular, cuja extensão e gravidade são variáveis. Podem aparecer também alucinações no início do sono. Em geral essa doença se apresenta entre os 15 e 25 anos e tem-se observado uma associação com o antígeno  de histocompatibilidade DR2. Para seu diagnóstico é imprescindível realizar uma polissonografia e um teste de latência múltipla do sono, nos quais se constata uma marcada hipersônia e a presença precoce do sono REM. Em ocasiões pode associar-se a SAOS. O tratamento consiste em ministrar-se estimulantes do SNC (anfetaminas etc) e cochilos periódicos, a semelhança da figura retratada pelo quadro de Van Gogh.

La Ciesta Cotidiana-Van Gogh

           E. SÍNDROME DE MOVIMENTOS PERIÓDICOS DAS PERNAS: caracteriza-se pelo aparecimento de movimentos bruscos nas pernas (mioclonias) que se produzem com uma peridiocidade regular. Estas mioclonias originam, à semelhança das apnéias, uma sonolência excessiva. Com certa freqüência se associa com SAOS, desaparecendo ao serem tratadas as apnéias, ainda que, ainda podem apresentar-se independentemente requerendo tratamento específico;

           F. HIPERSONOLÊNCIA IDIOPÁTICA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC): consiste no aparecimento de execiva sonolência diurna, em algumas ocasiões incapacitante. Pode apresentar-se à semelhança da narcolepsia, sem a presença da cataplexia e do sono REM precoce sem alterações estruturais do SNC que a justifiquem.

Certos transtornos psiquiátricos, principalmente a depressão, pode cursar com excessiva sonolência, desinteresse e impotência. O hipotireoidismo , uremia, a neuro-sarcoidose ou a infecção do SNC pelo HIV podem também evoluir com sonolência.

Autor : Dr. Ronaldo Gomes de AlmeidaMande um e-mail
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Data da Publicação: 30/01/2002

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